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Vídeo mostra jovens fazendo filhote de cachorro engolir pimenta, em RR

15/03/2014 18h12            

 

Cipa vai avaliar as imagens do vídeo de possíveis maus-tratos ao animal.
'Não fiz por maldade', diz um dos jovens que também sofre ameaças.

Valéria Oliveira Do G1 RR


 
                     


 
 
Vídeo

Um filhote de cachorro de dois meses é obrigado a engolir molho de pimenta em um vídeo gravado por três jovens, em Boa Vista. Nas imagens, que circulam nas redes sociais, os rapazes mostram como fazer o cachorro 'deixar de ser preguiçoso' e dão 'uma pequena dose' ao animal, que após ingerir a pimenta, fica desorientado.
 
O vídeo foi gravado por um dos jovens que estava na casa e publicou na página de um deles na internet. Revoltado com as imagens, o integrante do Grupo de Proteção de Animais de Rua (GPAR), Adryano Souza, descobriu a identidade dos envolvidos no vídeo e formalizou uma denúncia de maus-tratos na Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipa).
 
"Descobri o nome do rapaz e a rua onde ele morava. Fui procurar, até que encontrei ele em casa. Eles ficaram com medo falaram que foi brincadeira. Mas, eu vou levar o caso adiante e ao conhecimento do Ministério Público de Roraima. Não só por uma questão ética ou moral, mas trata-se de um crime previsto em lei que tem punição como qualquer outro", destacou Adryano.
 
...o vídeo começou a circular e tomou uma proporção que eu não esperava. Mas, peço desculpas"
Estudante Kaio Reis
 
O estudante Kaio Reis, de 19 anos, que aparece no vídeo, alegou que tudo não passou de uma brincadeira e diz que foi um ato sem maldade. Reis ressaltou ainda que no dia da gravação, ele e mais dois primos estavam brincando de quem conseguia comer mais pimenta, quando um deles teve a ideia de fazer com que o cachorro também engolisse o molho ardido e ver qual seria a reação do animal.
 
"Eu assumo porque não fiz com maldade. Ele [cachorro] ficou chorando porque ficou assustado de ver tanta gente perto dele, mas a quantidade de pimenta foi pequena. Sei que foi uma brincadeira idiota e me arrependo disso. Quando o vídeo foi publicado eu sabia que teria pessoas que não iam gostar. Tanto é que o vídeo começou a circular e tomou uma proporção que eu não esperava. Mas, peço desculpas", disse o estudante acrescentando ainda que está sofrendo ameaças pelo facebook.
 
Com o caõzinho entre os braços, o dono garante que o animal é bem tratado (Foto: Valéria Oliveira/G1)
Com o cãozinho entre os braços, o dono garante
que o animal é bem tratado
(Foto: Valéria Oliveira/G1)

Um simples cordão com brilho, o brinquedo preferido dos gatos, pode ser fatal




Os veterinários da SEDA realizaram, na quarta-feira (12), uma gastrotomia em um felino. O procedimento cirúrgico consiste na abertura do estômago para a retirada de corpos estranhos ingeridos pelos animais (objetos, brinquedos, panos, etc..). No caso do gato, foram retirados pedaços de lã.

Os brinquedos que eles ingerem com maior frequência são os lineares (linhas, fios, fio dental, agulhas), o que se dá o nome de “corpo estranho linear”. Essa patologia pode ocorrer em gatos de qualquer idade e não há predisposição racial ou de sexo, isso quer dizer, nenhum resiste a um fio se mexendo.

Quando o gato acaba engolindo o fio, este pode se fixar no caminho e causar uma obstrução no trato gastrintestinal (TGI). O corpo estranho pode estar obstruindo desde a cavidade oral até a porção final do intestino. Os sintomas mais comuns são falta de apetite, dificuldade de deglutição, vômito, regurgitação, inquietação e apatia.

A intervenção cirúrgica se faz necessária em 90% dos casos, sendo realizada no esôfago, estômago ou intestino. Dependendo da gravidade das lesões pode ser necessária a realização de mais de uma cirurgia.

Dicas


  • Gatos adoram qualquer coisa que tenha brilho, reflexo, penas, plumas e guizos. Procure produtos que não soltem esses adereços. Uma ingestão pode ocasionar acidentes graves e muitas vezes a morte do animal;
  • Procure brincar junto e depois guardar os brinquedinhos em local que ele não tenha acesso. Gatos são espertos e observadores, por isso não se engane, ele vai localizar onde você guardou e é aí que mora o perigo;
  • Bolinhas saltitantes e ratinhos de todos os tamanhos podem ser deixados para eles brincarem sozinhos. Mas nada de brinquedos minúsculos, principalmente, carreteis de linha. Gatos têm a mania de lamber e, quando menos espera, já engoliram metros de linha;
  • Cabe observar também as plantas venenosas e corridas caçando insetos. Muitos são os acidentes com felinos em lanças e quedas. Gatos não têm noção de perigo.
  • Caso o proprietário ainda não saiba cortar as unhas afiadas, leve o animal a um pet shop ou clínica veterinária para que um profissional possa apará-las. Arranhadores também são excelentes para aparar as unhas;
  • Procure higienizar periodicamente os brinquedos dos felinos e os troque sempre que possível. Brincar faz bem ao crescimento dos filhotes e, aos mais adultos, ajuda manter a boa forma;
  • Parece simples, mas ter um animal de estimação é necessário sempre ler e estudar o comportamento. Alguns são mais pacatos e outros hiperativos.

É terça-feira o IV Fórum Bicho da SEDA sobre acumuladores de animais


 

A Prefeitura de Porto Alegre, através da Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA), realiza no próximo dia 18 de março o IV Fórum Bicho da SEDA. O evento inicia às 13h30, no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa (Praça Marechal Deodoro, 101 – 1º andar).

Este ano, o tema escolhido foi “Colecionadores de Animais: a proteção que ultrapassa seu limite”. Em dois anos e meio de atividade, a equipe de fiscalização da SEDA mapeou, até o momento, 64 casos que envolvem pessoas com perfil de acumuladores de animais em Porto Alegre. A Secretaria prestou atendimento veterinário, esterilizou e tratou doenças de centenas de cães e gatos sob responsabilidade dessas pessoas.

“Colecionador é aquele que, na tentativa de amparar animais abandonados, abriga mais do que as condições permitem, eles acabam doentes e muitos vão a óbito. A pessoa acaba prejudicando a si mesma e não percebe a situação-problema em que vive. Ela também evita esterilizar os animais e sempre arruma desculpas para mantê-los quando surge um doador em potencial. A doença já é reconhecida internacionalmente e é frequentemente associada a Transtornos Obsessivo-Compulsivos (TOC), depressão e ansiedade social”, explica o  psiquiatra e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Aristides Volpato Cordioli, um dos palestrantes do Fórum.

Também foram convidados para debater o tema a médica veterinária e especialista em Comportamento Animal, Ceres Faraco, a promotora de Justiça Annelise Steigleder e a procuradora do município de Porto Alegre, Cláudia Padaratz.

Programação
13h30 -
Abertura com prefeito José Fortunati e a primeira-dama e secretária da SEDA, Regina Becker
14h - Dr. Aristides Volpato Cordioli - Psiquiatra e professor do professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs)
14h15 –  Dra. Ceres Berger Faraco – Médica-Veterinária, especialista em Comportamento Animal e membro da Comissão de Ética, Bioética e Bem-Estar Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV)
14h30 – Promotora de Justiça Annelise Steigleder - Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente do Ministério Público do Rio Grande do Sul
14h45 – Procuradora Cláudia Padaratz - Procuradoria do Município de Porto Alegre
15h – Intervalo
15h30 – Debate
16h30 - Perguntas

Por que andar de ônibus no Brasil não é politicamente correto?


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Foto de atriz Lucélia Santos usando transporte público no Rio circula nas redes sociais e vira alvo de brincadeiras de mau gosto.
 
A reportagem é de Marina Rossi e publicada pelo El País, 13-03-2014. Reprodução/Instagram.
No início desta semana, uma foto da atriz Lucélia Santos, de 56 anos, circulou pelos portais, sites de fofoca e as redes sociais no Brasil. Na segunda-feira, a atriz, que atualmente mora no Rio de Janeiro, tomou o ônibus 524 (Botafogo-Barra da Tijuca) para se locomover pela cidade onde mora. Um fã tirou uma foto e postou nas redes sociais "524 lotado. Me ofereço pra segurar a bolsa da moça. E quando olho, é a atriz Lucélia Santos".
 
A foto da atriz - que ficou internacionalmente conhecida quando estreou na televisão, em 1976, no papel da escrava Isaura, na novela homônima que foi transmitida em 79 países - usando uma camisa branca e de pé no ônibus rapidamente circulou na internet. Poderia ser apenas uma nova fofoca, daquelas que abastecem diariamente os veículos que vivem do que fazem os famosos fora das telas. Mas não foi. Comentários do tipo "não está fácil pra ninguém" pipocaram acompanhados da imagem da atriz. Como se andar de ônibus fosse sinal de decadência. Mas no provincianismo brasileiro de cada dia, é assim que as pessoas enxergam o uso do transporte coletivo.
 
"Grande parte das pessoas que postaram essa foto (com os comentários maldosos) devem usar o transporte coletivo também", diz o arquiteto e especialista em transporte público Flamínio Fichmann. "Existe um preconceito das pessoas em relação a elas mesmas. É uma questão de autoimagem".
 
Esse problema de autoimagem - ou seria autoestima? - faz com que, diariamente, as grande cidades sejam inundadas com milhões de carros e motos, estancando a mobilidade das ruas. De acordo com o Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU) do Rio de Janeiro, entre 2002 e 2012, a quantidade de usuários do transporte individual (táxis, motocicletas e carros particulares) aumentou de 25% para 28%, enquanto o percentual das pessoas que usam o transporte coletivo caiu de 74% para 71%.
 
Na cidade de São Paulo, a maior do país, os números seguem na mesma direção: Entre 2007 e 2012, os deslocamentos realizados em carros, motos e táxis subiram 21%, contra 16% em ônibus, trens e metrô, segundo a secretaria de Transportes Metropolitanos da cidade. São 12,5 milhões de carros circulando pela cidade todos os dias.
 
A opção pelo individual em detrimento do coletivo contamina uma população com valores contraditórios. Em época de manifestações em defesa dos direitos civis, rotular negativamente uma pessoa por andar de ônibus - um direito de todo indivíduo - anda na contramão de qualquer passeata. "Todo mundo acha muito bacana falar que em Paris, por exemplo, as pessoas vão à ópera de metrô", diz Fichmann. "Isso é chique, descolado. Aqui, uma atriz andar de ônibus vira motivo de piada. Isso é um absurdo. O fato dela usar o transporte coletivo deveria melhorar a referência e avaliação desse sistema, não o contrário", diz.
 
Falando em Paris, o ministro da Ecologia da França Philippe Martin anunciou que, entre esta sexta-feira 14 e o domingo 16, os serviços de transporte público na cidade serão gratuitos, em uma medida de incentivo ao uso do transporte coletivo para diminuir a poluição do ar. Outro bom exemplo, perto de Paris e longe do Brasil, ocorre em Londres, onde o ex-primeiro ministro Tony Blair, e o atual, David Cameron, já apareceram algumas vezes indo para o trabalho de metrô, assim como o ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg. Aqui no Brasil, o ex-governador José Serra e o atual, Geraldo Alckmin, assim como o prefeito da cidade Fernando Haddad já realizaram o feito, mas apenas como uma ação de marketing e, definitivamente, eles não incorporaram o hábito em suas rotinas.
 
O fato é que, enquanto o Governo continuar incentivando a compra e o uso do transporte individual - aprovando medidas como a isenção de impostos para a compra de carros e o congelamento do preço da gasolina -, mas investindo pouco em infraestrutura de transporte, não há medida capaz de fazer com que as pessoas, gastem seu dinheiro na catraca do ônibus e não na bomba de gasolina.
 
O troco
Em resposta aos comentários, nesta quinta-feira, a atriz se manifestou pelo seu Twitter. Numa série de seis publicações, Santos defendeu o transporte público, reclamou da imprensa e da baixa qualidade dos ônibus no país. "O Brasil é o único país que conheço onde andar de ônibus e politicamente incorreto!!!!!!! Vai entender..." E "Isso porque os ônibus aqui e transportes coletivos de um modo geral são precários e ordinários o que mostra total desrespeito a população!", disse ela em dois dos posts publicados.
 
"Ela deveria andar mais de ônibus agora e mostrar para as pessoas que essa crítica é absurda e ela tem a liberdade de optar pelo transporte que ela acha mais conveniente", diz Fichmann, enquanto a atriz postava uma foto no Instagram, dentro de um ônibus: "E viva o transporte público de boa qualidade!"

(Unisinos)

Comer peixe é muito saudável?

            
A pesca de captura em grande escala, por sua vez, desde a costa até as águas mais profundas, tem também consequências muito negativas tanto para os próprios recursos pesqueiros como para o meio ambiente. No Mediterrâneo, 92% das espécies de peixes estão sobre-exploradas, 63% no Atlântico, segundo dados de Ecologistas em Ação. Várias espécies marinhas veem-se ameaçadas e em perigo de extinção. A sobre-pesca tem sido a prática dominante e a sua consequência: a diminuição de peixes no mar.

A reportagem é de Esther Vivas, ativista política, publicada por Adital, 01-03-2014.

Dizem-nos que comer peixe é do melhor. Que nos dá ácido gordo ómega 3, vitaminas B, cálcio, iodo… Mas, comer peixe é assim tão saudável? É mesmo benéfico para nós e para o meio ambiente? Que efeitos tem no fundo do mar e nas espécies marinhas? E nas comunidades locais? Quem sai a ganhar com a sua crescente procura? Movem-se águas turvas nos anúncios da indústria pesqueira.

O consumo de peixe é excessivo. A sua produção mundial bateu um novo recorde em 2013 atingindo os 160 milhões de toneladas, com a pesca de captura e a de aquacultura, face aos 157 milhões do ano anterior, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

Uma tendência que se sustenta numa sólida procura nos mercados internacionais e num aumento da mesma na Ásia Oriental e no sudeste asiático, especialmente na China. Na Europa, o Estado espanhol é um dos maiores consumidores, com uma média de 26,8 quilos de peixe por pessoa e por ano, segundo dados de Mercasa de 2011, apesar da queda que o seu consumo sofreu nos últimos tempos devido à crise.

Uma procura crescente que foi satisfeita pela expansão da aquacultura intensiva. Decalque e cópia do modelo de ganadaria industrial, aplicado agora à pesca. Atualmente, um em cada dois peixes que comemos procede dessa produção.

Trata-se de um modelo em crescimento que, se calcula, que em 2030 fornecerá quase dois terços de todo o peixe consumido no mundo, segundo o relatório A pesca até 2030: Perspetivas da pesca e da aquacultura do Banco Mundial e da FAO. No entanto, o negativo impacto, social e no meio ambiente, deste modelo, desde a sua instalação à “cultura” e processamento do pescado, é a outra face da moeda.

Peixe come peixe
A lógica do capital impacta de pleno na sua produção. Criam-se as espécies de alto valor económico, as mais procuradas para o consumo. Na Noruega, o salmão; no Estado espanhol, a dourada, o robalo, a truta, o atum. A maioria, peixes carnívoros: peixe que por sua vez precisa de outro peixe para a engorda.

O jornalista Paul Greenberg, na sua obra ‘Quatro peixes. O futuro dos últimos alimentos selvagens’, deixa isso claro: para produzir 1 quilo de salmão são precisos 3 quilos de outras espécies de peixe e para 1 quilo de atum, nada mais e nada menos, que 20 quilos. O que gera uma maior sobre-exploração dos recursos pesqueiros.

Algumas mercadorias são, com frequência, subtraídas da costa de países do Sul, diminuindo assim os bens imprescindíveis para a sua alimentação. O resultado é um produto de luxo à mercê dos bolsos daqueles que o podem costear e consumir.

Os tratamentos que se aplicam nos estabelecimentos aquícolas para combater as doenças infecciosas dos peixes são outro fator de risco para a saúde do meio ambiente e do consumo humano. Um exemplo são os banhos de formol, com uma função anti-parasitária, e a administração preventiva de antibióticos, que se acumulam nos órgãos internos do animal, e o seu uso sistemático facilita o aparecimento de patogénicos resistentes.

As condições em que se encontram os peixes não ajuda. Piscinas e jaulas superlotadas estão na ordem do dia e permitem facilmente a propagação de doenças por atrito, stress ou canibalismo.

O impacto no território e nas comunidades é, também, importante. As mesmas instalações, grandes superfícies de piscinas, competem com o uso desse terreno por parte da população local, seja para o cultivo, seja para pastoreio. As águas destas localizações, com elevadas doses de produtos químicos e substâncias tóxicas, contaminam os solos e o meio aquático, e a introdução de espécies exóticas e a fuga de exemplares afeta às espécies nativas.

Da costa a mar adentro
A pesca de captura em grande escala, por sua vez, desde a costa até as águas mais profundas, tem também consequências muito negativas tanto para os próprios recursos pesqueiros como para o meio ambiente. No Mediterrâneo, 92% das espécies de peixes estão sobre-exploradas, 63% no Atlântico, segundo dados de Ecologistas em Ação. Várias espécies marinhas veem-se ameaçadas e em perigo de extinção. A sobre-pesca tem sido a prática dominante e a sua consequência: a diminuição de peixes no mar.

Além disso, a poluição da água afeta esses animais. A presença de mercúrio nos peixes é a mais conhecida e ameaça o ecossistema e a nossa saúde, pois é uma substância tóxica que afeta o cérebro e o sistema nervoso. Segundo Ecologistas em Ação, o peixe contém cada vez mais mercúrio.

Em 2013, na União Europeia foram notificados 96 casos de peixe contaminado, face a 68 no ano anterior. A organização ecologista denuncia que os limites de mercúrio permitidos pela União Europeia não são suficientes, porque não têm em conta nem o consumo médio nem as características corporais do consumidor. Os máximos permitidos pela FAO e pela Organização Mundial da Saúde, pelo contrário, são mais restritivos. A nossa saúde, em jogo.

O meio ambiente também é prejudicado, especialmente por técnicas como a pesca de arrasto, que através do uso de redes que varrem o fundo do mar, destrói os fundos marinhos, acaba com habitats naturais como recifes de coral e captura, para além dos peixes que se pretende pescar, exemplares imaturos e peixes não desejados acabam por ser deitados de novo à água, mortos ou quase mortos.

Na pesca de arrasto do lagostim no Mar do Norte, por exemplo, calcula-se, segundo dados de Ecologistas em Ação, que as capturas não desejadas e deitadas fora atingem 98% do total. Uma prática que igualmente se dá noutros modelos de pesca em teoria mais seletivos como a do palangre, com milhares de anzóis com iscos que se penduram em linhas que podem medir metros ou quilómetros.

No Mar Adriático, os peixes deitados fora do dito modelo de pesca podem chegar até 50% da captura. A pesca industrial com grandes embarcações aumenta o risco de poluição por causa de derrames de petróleo e combustível. A água, parece, que engole tudo. No entanto, a vida no mar esgota-se.

Outro impacto da pesca industrial dá-se em terra firme, nas comunidades. O tão magnífico como duro filme de Hubert SauperO pesadelo de Darwin‘ mostra-o em toda a crueza. A vida de 25 milhões de pessoas ao redor do Lago Vitória, mais de metade em situação de desnutrição, recolhem as migalhas da próspera indústria de processamento e comercialização da perca do Nilo destinada ao mercado estrangeiro.

Trata-se do lado oculto, e mais dramático, do que aqui na peixaria ou no supermercado nos dizem que é “filete de garoupa”, e que compramos a um módico preço. Em cada dia, segundo a campanha Não comas o mundo, dois milhões de pessoas no Ocidente consomem perca do Nilo. O que equivaleria a satisfazer as necessidades de proteína de 1/3 da população desnutrida que vive em redor do Lago Vitória.

Em poucas mãos
Algumas poucas empresas repartem o suculento bolo da pesca industrial. Trata-se de grandes companhias que compram outras pequenas com o objetivo de exercer um maior controle da indústria integrando criação, processamento e comercialização. Atualmente, por exemplo, quatro empresas controlam mais de 80% da produção mundial de salmão: a norueguesa-holandesa Nutreco é a número um, seguida das também norueguesas Cermaq, Fjord Seafood e Domstein que, depois de se terem fundido em 2002, ocupam a segunda posição.

Outras grandes empresas como a Pescanova, de origem galega, optam pela compra de quotas investindo em produção de salmão no Chile, tilápia no Brasil, pregado em Portugal, camarão na Nicarágua, etc. No entanto, do sucesso à bancarrota: hoje a Pescanova encontra-se na corda bamba, assolada pelas dívidas e à mercê da banca. Um modelo industrial que acaba com a pesca artesanal e em pequena escala, que não pode sobreviver num sistema pensado por e para a pesca intensiva e em grande escala.

Chegados a este ponto, voltamos a perguntar: Comer peixe é assim tão saudável para nós e para o meio ambiente? Tirem conclusões. (Unisinos)

Nutricionista do comercial da Friboi pede desculpas


                
Sociedade Vegetariana Brasileira recebeu pedido de desculpas: "não quis ofender, não escolho a fala da propaganda", afirmou a profissional por e-mail.

A reportagem é publicada por CartaCapital, 13-03-2014.  

Entre outubro e novembro de 2013, a Friboi veiculou comercial televisivo em que uma nutricionista afirma que "carne é essencial". A Sociedade Vegetariana Brasileira então acionou o Conar (Conselho de Autorregulação Publicitária), alegando que o comercial seria "enganoso". A SVB acionou ainda o Conselho Regional de Nutrição.

Segundo a Sociedade Vegetariana, "inúmeras publicações acadêmicas e e pareceres de instituições como a American Dietetic Association, carne não é ´essencial ´. O que é essencial é proteína, mas esta pode ser obtida (em quantidade adequada) de diversas fontes de origem vegetal".

Em resposta, a a nutricionista foi questionada e agora enviou à SVB um pedido de desculpas pelo ocorrido. Ao pedir "desculpas pela fala do comercial da Friboi", a nutricionista Roberta Ferreira alegou: "De maneira nenhuma quis ofender os vegetarianos, o que acontece é que eu não escolho a fala da propaganda". Na mensagem, ela disse ainda que estava "muito nervosa em fazer a cena", que não se atentou ao que estava escrito e que sabe que proteínas também estão presentes em fontes vegetais.

O Conar afirma ter instaurado um processo ético mas, até agora, não publicou nenhum parecer sobre o caso.

* Foto: Comercial em que Toni Ramos contracena com a nutricionista

do Unisinos

Bairro nobre de SP pode perder 5 mil árvores em troca de prédios de luxo


 
10 de Março de 2014
                                
 

Moradores do bairro do Morumbi, na zona sul de São Paulo, entraram com ação no Ministério Público Estadual para proteger uma área de preservação ambiental ameaçada por empreendimentos imobiliários.
 
A faixa verde, à beira da Marginal Pinheiros, possui 717 mil metros quadrados de área e comporta mais de cinco mil árvores numeradas e catalogadas individualmente. Mesmo que seja considerada um patrimônio histórico tombado, a área pode ser substituída por 16 torres e um shopping. Caso saia do papel, o empreendimento será uma espécie de parede de concreto ao redor do Parque Burle Marx.
 
A região já foi alvo de problemas envolvendo empreendimentos luxuosos e os órgãos municipais de proteção ambiental. Em 2011, o condomínio Panamby ganhou as páginas dos jornais por despejar todo o seu esgoto diretamente no Rio Pinheiros. Mesmo com apartamentos que chegam a R$ 5 milhões, o condomínio não possuía sistema de tratamento de esgoto.
 
Agora foram os próprios moradores que resolveram se juntar para impedir que as novas construções sejam feitas. Em declaração ao jornal O Estado de S. Paulo, o advogado Roberto Delmanto explicou que já é possível perceber clareiras abertas em meio à floresta. Segundo ele, esse desmatamento em diferentes pontos é comum antes que as construtoras façam o pedido de licença. A justificativa é de que quando a prefeitura fizer as análises serão encontrados menos exemplares e menos espécies de árvores, o que facilita a autorização municipal.
 
Os moradores contam com fotos, vídeos e também com as plantas dos empreendimentos que estão planejados para a região. Há um ano a prefeitura já autorizou a retirada de 1.787 árvores nativas para a construção de um condomínio. E a população local garante que o novo desmatamento já começou.
As incorporadoras responsáveis pela área são a Camargo Corrêa e a Cyrela. A primeira delas já possui autorização da prefeitura, mas ainda aguarda a liberação das licenças ambientais para prosseguir com o projeto. A segunda admite que tenha interesse em construir na área, mas ainda não solicitou as licenças oficiais.
 
A região do Morumbi, mais especificamente a Vila Andrade, onde está localizado o Parque Burle Marx, é uma das últimas faixas de floresta nativa de Mata Atlântica que restou entre a represa de Guarapiranga e o Rio Pinheiros. Além disso, a região é uma das mais nobres da cidade, gerando alto interesse imobiliário.

Redação CicloVivo

Produção de grãos e pecuária cresceram acima da média nacional na Amazônia

   
Ilustração: divulgação internet

     Segunda, 10 de março de 2014    

 
A pecuária e o cultivo de grãos na Amazônia cresceram acima da média nacional entre os dois últimos censos agropecuários. O dado está no artigo Tendências e mudanças da produção agropecuária e extrativista na Amazônia: uma análise do Censo Agropecuário 2006, publicado no livro Aspectos multidimensionais da agricultura brasileira.
 
 
A reportagem foi publicada pelo Instituto Ipea, 06-03-2014.
 
A pesquisa comparativa, realizada com base nos censos agropecuários de 1995 e 2006, aponta que o número de bovinos aumentou 50%, ou seja, 21 milhões de animais, e a área de cultivo de soja duplicou seu tamanho.
 
De acordo com o autor do estudo, Antonio João Castrillon Fernández, os dados do censo revelam também a existência de uma grande pluralidade de produtos que são derivados do extrativismo vegetal, de uma agricultura diversificada e de agroindústrias familiares. Sendo assim, essas mudanças refletem, além do crescimento ou a redução de área e produção dos produtos agropecuários, a interdependência entre produtos, produtores e recursos naturais.
 
A publicação traz ainda outros 12 artigos que discutem as questões da agricultura brasileira, com o objetivo de auxiliar a formação de pesquisadores nas áreas de estudos rurais.
 
Confira o livro Aspectos Multidimensionais da Agricultura Brasileira diferentes visões do Censo Agropecuário 2006.

Lei que criminaliza gravações secretas de abusos a animais em fazendas é aprovada em Idaho


 

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(Foto: Ecorazzi)(Foto: Ecorazzi)
 
O Governador do estado americano de Idaho, C.L.“Butch” Otter, assinou há poucos dias a mais recente lei “Ag-Gag” - também chamada “lei da mordaça” – que permite a condenação de qualquer pessoa que registrar secretamente abusos a animais em fazendas e instalações agropecuárias de Idaho. As informações são do Ecorazzi.
 
Quem infrigir a lei será multado em 5 mil dólares e terá que cumprir um ano de prisão. Idaho é o sétimo estado dos EUA a criminalizar gravações secretas de áudio e vídeo, ou a captação de imagens de operações em locais onde animais para o consumo humano são criados. A obtenção de empregos em fazendas para esses fins também será considerada infração.
 
Segundo a reportagem, o Governador é também um fazendeiro. ”A minha assinatura hoje reflete a minha confiança na ação responsável por parte dos fazendeiros, cujo meio de vida depende dos animais”, escreveu Otter em um comunicado. O interesse do Governador, portanto, reside em beneficiar as pessoas que trabalham na indústria de carnes e laticínios.
 
Otter chegou a dizer que “nenhuma organização de direitos animais se preocupa mais que os fazendeiros e rancheiros de Idaho em assegurar que os animais estejam saudáveis, bem tratados e produtivos”, em uma declaração no mínimo contraditória, uma vez que quer ocultar o que ocorre dentro das instalações onde os animais estão confinados, e pretende mandar para a prisão quem investigar e divulgar o o que realmente ocorre nesses locais.
 
A ONG Mercy For Animals (MFA) posicionou-se imediatamente contra a decisão de Otter: “O Governador falhou com Idaho e com o povo americano”, disse o fundador do grupo e diretor-executivo Nathan Runkle. “Ao assinar este projeto de lei, ele ficou do lado daqueles que procuram manter práticas corruptas em fazendas agrícolas de Idaho, escondidos da vista do público, e criou um porto seguro para o abuso de animais e outras atividades criminosas no Estado”.
 
“O objetivo da lei não é esconder nada, mas abordar aqueles que ficam em operações agrícolas sob falso pretexto, com a pré determinação de causar lesões e danos econômicos”, disse Bob Naerebout, que dirige a Idaho Dairymen’s Association (IDA), que promoveu a medida. “Os produtores de leite de Idaho – e de todo este país – têm extremo cuidado com o gado”.
 
Em declaração exclusiva para a ANDA, Tom Regan, filósofo e ativista internacional pelos direitos animais, afirmou: “A liberdade perdeu uma batalha, mas a liberdade nunca pode perder a guerra. A lei ag-gag só vai chamar a atenção do público para o que os fazendeiros querem esconder. Afinal, se eles não têm ‘nada a esconder’, não haveria essa lei. Mas defensores dos animais descobriram novos aliados na imprensa internacional, pessoas que têm uma nova apreciação por seus colegas denunciantes.”
 
“A Mercy For Animals está explorando todas as vias legais para derrubar essa lei perigosa, inconstitucional e antiamericana”, disse Runkle. “Este é um dia triste para os animais, para a Constituição e para os meios de comunicação…a nova lei equivocada e mal direcionada de Idaho vai fechar as portas das fazendas e permitir que o abuso de animais, as violações ambientais e a contaminação alimentar floresçam sem detecção e contestação”.
 
Apelos por um veto à lei também emergiram de outros grupos ativistas e figuras públicas notáveis, incluindo o ator e apresentador Bob Barker.
 
Conforme a reportagem, o que o Governador Otter está fazendo é condenar as pessoas por serem compassivas e, além disso, está claramente defendendo o abuso de animais ao não permitir investigações, “amordaçando” aqueles que se preocupam com os animais com ameaças de multas e prisão. Segundo o texto, “em Idaho, a compaixão e a preocupação com os animais explorados para consumo humano serão, agora, puníveis por lei”.
 
O brasileiro Márcio de Almeida Bueno, diretor-geral da Vanguarda Abolicionista, declarou que “em uma sociedade midiática, o que não é visto não existe. Nada mais natural que a indústria faça uso de seus legisladores para proteger-se, até mesmo, de quem a flagre fazendo algo abusivo. Ou seja, a lógica dá um nó e o errado não é errado, mas aquele que diz que o errado é errado. Muitas pessoas se conscientizaram, e mudaram seus hábitos de vida, justamente porque assistiram vídeos que documentavam a condição de vida dos animais não-humanos em locais de escravidão socialmente aceitos – fazenda, circo, zoo, laboratório, etc – porque não é algo que se vê estampado nos jornais. Assim, o registro de algo errado assusta quem está sentado no trono da hegemonia, acostumado com uma imprensa que é recebida com hora marcada. A censura tem muitas formas, e no momento em que uma lei estabelece que é proibido documentar algo, a sociedade é quem deveria reclamar, pois abre um precedente perigoso, tal como se vê nos regimes totalitários. E sequer citei a liberdade negada a todos esses animais na masmorra, bem tratados ou não.”
 
Assista ao vídeo da Mercy for Animals e entenda o que os ativistas americanos estão reivindicando.
 
Nota da Redação da ANDA: As investigações em locais onde animais são criados e mortos para consumo humano apenas atestam o que é possível pressupor mesmo sem elas: abusos e maus-tratos. Buscar impedir e punir a divulgação de imagens é uma violação de liberdade que acentua ainda mais o erro principal: o consumo de animais pelos humanos. As investigações secretas são importantes para expor à sociedade a situação que esses seres enfrentam diariamente. Enquanto houver esse consumo, são os animais que estarão amordaçados, sem possibilidade de fuga ou de defesa, isolados o suficiente – ou nem tanto – para que seus gritos não sejam ouvidos, e continuarão sem poder exercer o seu direito mais fundamental, que é o direito à vida.