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Cachorra que acompanhava velórios recebe estátua em cemitério de SP


O animal, que morreu em maio, seguia todos os cortejos no cemitério municipal de Avaré

A estátua da cachorra foi colocada no jardim do cemitério Foto: Divulgação
A estátua da cachorra foi colocada no jardim do cemitério
Foto: Divulgação

A ideia de criar uma estátua do animal partiu da presidente da Casa de Artesanato de Avaré, Castorina Rodrigues. "A gente achou que ela merecia porque ela acompanhava o velório de todas as pessoas que faleciam na cidade. Era muito querida por todos", disse ela. A estátua foi feita pelo escultor Florisval Tegani e os custos da obra foram pagos por Castorina, que preferiu não divulgar o valor.
Moradores de Avaré, no interior de São Paulo, inauguraram na tarde deste sábado uma estátua no cemitério municipal em homenagem a uma cachorra que acompanhava todos os velórios realizados no local. A morte de Branquinha, em maio deste ano, causou comoção entre os moradores.
A estátua foi inaugurada nesta tarde em cerimônia que contou com a presença de 50 pessoas Foto: Divulgação
A estátua foi inaugurada nesta tarde em cerimônia que contou com a presença de 50 pessoas
Foto: Divulgação
De acordo com os funcionários do cemitério, Branquinha sofria de câncer e não resistiu à doença. Ela apareceu no local há cerca de oito anos com diversos ferimentos e passou a ser cuidada pelos coveiros.
Segundo Castorina, quando saíam os cortejos para os enterros, a cachorra assumia a frente do percurso e permanecia ao lado dos túmulos até que o sepultamento era concluído.
A estátua foi colocada, junto a uma placa em homenagem, no jardim do cemitério. “Sou Branca, branquinha de alma e coração. Por muitas vezes, acompanhei suas aflições. Hoje, estou com os anjos em oração e para ser guardiã de todos que por aqui se encontrarão”, diz a placa.
Ainda de acordo com Castorina, ao menos 50 pessoas acompanharam a cerimônia nesta tarde.


Casa Branca divulga o documento da Força Tarefa presidencial de combate ao tráfico de animais


No momento em que o Brasil assiste a um dos maiores retrocessos em sua história ambiental, provocado pela publicação da Resolução 457 do CONAMA, que oficializa e estimula o comércio ilegal da biodiversidade brasileira, o governo dos Estados Unidos da América assume a liderança no combate ao tráfico internacional de animais silvestres, com a criação da Força Tarefa presidencial, instituída pelo presidente Barack Obama.
A postura do governo brasileiro, capitaneada pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, envergonha a todos que se preocupam e se dedicam à conservação dos recursos naturais do país.
Nesse momento – delicado e grave – é necessário que a sociedade e o movimento ambiental estejam unidos em torno de um objetivo comum: a proteção e a conservação da fauna silvestre nacional. Não existe mais espaço para diferenças e discórdias. O fundamental agora é impedir a continuidade do desastre e exigir a imediata revogação da Resolução 457.
Mas só isso não basta. É imperioso que o Brasil tenha um Código Nacional de Fauna Silvestre, para que seja implementada uma verdadeira e eficiente política pública que vise, prioritariamente, assegurar a efetiva conservação da biodiversidade brasileira.
Essa é uma luta que transcende fronteiras geográficas e a comunidade internacional precisa ser alertada e convocada a se engajar nesse movimento. E assim será.
Para acessar a integra do documento divulgado pela Casa Branca, CLIQUE AQUI.
do blog Dener Giovanini

Chumbinho - Com uma câmera escondida, repórter compra produto proibido pela Anvisa


No interior de São Paulo, gatos estão morrendo envenenados com chumbinho
Os donos de animais domésticos de Santa Cruz do Rio Pardo, no interior de São Paulo, estão vivendo dias de terror. Nos últimos dois meses, dezenas de gatos foram mortos, por envenenamento, pelo produto conhecido popularmente como chumbinho. Apesar de ter sua venda proibida pela Anvisa, desde outubro do ano passado, um produtor da TV TEM, afiliada da TV Globo, conseguiu comprar o veneno em uma loja da cidade. Tudo foi flagrado com o uso de uma câmera escondida.
Com a desculpa de que precisava do chumbinho para matar ratos, o produtor não teve dificuldades para encontrá-lo. A vendedora retirou o produto de uma caixa e explicou como o veneno deveria ser aplicado. Ela orientou que o veneno deve ser colocado no queijo ou na água, mas alertou: “Tem que esconder. O que pegar vai matar. Você tem cachorro? Não coloca onde cachorro tem acesso, não”.

Efeito imediato
Os gatos estão entre as vítimas fatais do "chumbinho", pois, muitos deles, saem para passear à noite, ingerem iscas com o veneno e são encontrados mortos pela manhã. O efeito do tóxico é muito rápido. Quem coloca, propositadamente, iscas com "chumbinho" (ou qualquer outro veneno) para matar o cão ou gato do vizinho não sabe que pode ser preso, pois infringe a Lei Ambiental. Além dele próprio estar correndo riscos pela manipulação e estocagem do produto.
O efeito do "chumbinho" em animais é bem rápido, aparecendo 5 a 10 minutos após a ingestão. Os sinais irão depender do tamanho do animal e da quantidade ingerida. Grandes quantidades podem causar morte súbita. Os sinais de intoxicação podem ser vários: salivação (o animal começa a babar), vômitos, diarreia, convulsão, inquietação ou prostração, incoordenação, tremores, falta de ar (dispneia), hemorragia oral ou nasal, fraqueza, pupilas contraídas, etc. O veneno causa lesões nos pulmões, fígado e rins.
Animais intoxicados são tratados com lavagem estomacal (até 2h após ingestão), sulfato de atropina para conter a maioria dos sinais causados pelo aldicarb, soroterapia para eliminar mais rápido o veneno, anti-hemorrágico, anticonvulsivantes, carvão ativado para evitar a absorção do tóxico pelo organismo, etc.
É crime comercializar o produto, e quem compra também está cometendo uma contravenção. Contra os ratos, evite acumular lixo e pense em outras alternativas ao uso de venenos, como o controle biológico.

do informativo SEDA

Ibama investiga fotos de deputado ao lado de onça-pintada abatida


Imagens são verdadeiras, mas ele não matou o animal, diz gabinete.
Em risco de extinção, espécie tem caça proibida no Brasil.
Foram publicadas na internet fotos do deputado estadual Sandoval Cardoso (PMDB-TO) ao lado de uma onça-pintada abatida. Numa das imagens, ele aparece segurando uma arma junto ao animal.
O gabinete do deputado – assim como ele mesmo já havia feito à imprensa local - confirmou que as fotos são autênticas, mas afirma que o animal, cuja caça é proibida por lei, por se tratar de espécie em risco de extinção, não foi abatida pelo político. 


Foto: Reprodução

O gabinete de Sandoval Cardoso confirmou que o deputado tirou fotos com o animal abatido, mas negou que ele o tivesse matado. (Foto: Reprodução)


A assessoria do deputado disse que a foto tem cerca de 10 anos e estava na memória de um computador que foi roubado. A divulgação, segundo o gabinete de Cardoso, tem finalidade de prejudicar sua imagem.

"Entre as fotos de várias pessoas em poses semelhantes, só postaram as fotos do deputado, deixando claro que as acusações nada têm a ver com meio ambiente, mas sim com a questão política", diz, em nota, sua chefe de gabinete, Evailza Noleto.

O deputado não pode ser contatado pessoalmente pela reportagem do Globo Amazônia porque está em deslocamento numa região sem cobertura de telefonia nesta quinta-feira (4).

Segundo a versão apresentada pelo gabinete do deputado, a onça foi morta por um funcionário da fazenda que Cardoso tem nas proximidades de Colinas do Tocantins, no norte do estado. O animal teria ficado rondando a propriedade e teria atacado animais criados ali.

O superintendente do Ibama no Tocantins, Joaquim Montelo, disse que o órgão ambiental vai investigar quando foi cometido o crime ambiental e se o deputado foi o autor. Caso a investigação aponte Cardoso como responsável, ele poderá ser multado e ainda enfrentará investigação criminal, explica Montelo. Se a foto tiver mais de 5 anos, a infração já expirou e não é mais passível de punição.



Foto: Reprodução

O Ibama vai investigar quem é o responsável pela morte da onça-pintada. (Foto: Reprodução)

Montelo explica que em nenhuma hipótese uma onça-pintada pode ser abatida, ainda que esteja rondando animais de criação. “Deve-se chamar a autoridade ambiental na região para recolher a onça e levar para outro local”, aponta.

Caso se confirme a versão de que a onça que aparece ao lado do deputado tenha sido abatida por outra pessoa, explica o superintendente do Ibama, Cardoso não poderá ser responsabilizado de nenhuma maneira, pois a lei não prevê, segundo Montelo, sanção por conivência com infração ambiental.


Tem informações sobre crimes ambientais na Amazônia? Mande denúncia paragloboamazonia@globo.com

Comissão da Câmara torna crime maus tratos contra cães e gatos



A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara aprovou nesta terça-feira (2) um projeto que criminaliza maus-tratos praticados contra cães e gatos.
DE BRASÍLIA
O texto segue para votação no plenário da Câmara. Pela proposta, quem provocar a morte dos animais será punido de 3 a 5 anos de prisão. Para quem cometer crime culposo (sem intenção), a punição será de três meses a um ano, além de multa.
Se a morte do animal for provocada por veneno, fogo, asfixia, espancamento, arrastamento, tortura ou outro meio cruel será considerado como situação agravante, elevando a pena de 6 a 10 anos de prisão. O projeto prevê ainda a aplicação da pena em dobro se o crime for cometido por duas ou mais pessoas ou pelo proprietário ou responsável pelo animal.
Há ainda punição para quem deixar de prestar assistência ou socorro a cão ou gato, promover luta entre cães.
Atualmente, a Lei 9.605/88 prevê sanções penais e administrativas a condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. De acordo com essa lei, os maus-tratos contra animais silvestres, domésticos ou domesticados devem ser punidos com detenção de 3 meses a um ano, e multa.
O período de detenção é aumentado de um sexto a um terço, se o animal morrer. Sofre a mesma pena quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.

Égua cai sobre casa e quase atinge criança


Animal despencou sobre o sofá, onde minutos antes estavam pai e o filho de três anos de idade. Ninguém se feriu
Notícia publicada na edição de 04/07/13 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 4 do caderno A 
Uma égua caiu de uma altura de aproximadamente três metros sobre uma residência, no Jardim Nova Esperança e, por pouco, não atingiu uma criança de três anos de idade. O caso ocorreu no início da madrugada de ontem, numa casa localizada na rua Amadeus Mozart. Com múltiplas fraturas, o animal teve de ser sacrificado pela equipe da Seção de Controle de Zoonoses.

O proprietário do imóvel, Hélio Pinto Brito, 46 anos, conta que por volta da meia-noite saiu do sofá com o filho e foi para o quarto. Pouco depois, ouviu um forte barulho: era a égua, que havia caído justamente sobre o local onde eles estavam até minutos antes. "Se ficássemos lá, a cabeça dela teria acertado o menino", diz.

O animal estava num terreno anexo à residência, mas no mesmo nível do telhado da casa. De repente, telhas de fibra e caibros se partiram e a égua despencou para dentro do imóvel. Com a queda da égua, houve quebra de telhas e de uma parede, além de danos ao sofá e à geladeira do imóvel. Hélio, que é pedreiro, perdeu o dia de trabalho ontem para cuidar do caso. Ele diz que já tentou por várias vezes construir um muro entre o terreno e a casa, mas não obteve licença -- recentemente, um cachorro também caiu no local, mas causou poucos estragos.

O Corpo de Bombeiros foi acionado para retirar o animal da casa. Todo o trabalho terminou somente por volta das 4h. Sem condições de andar, a égua foi deixada num terreno baldio localizado no final da rua. Ontem pela manhã, técnicos da Zoonoses foram até o local e aplicaram uma injeção para a eutanásia do animal, que não teve seu dono localizado. O corpo da égua foi retirado posteriormente pela equipe da Secretaria de Obras e Infraestrutura Urbana (Seobe).

Barbatana de tubarão é banida de restaurantes da Califórnia

Outros seis estados americanos já vetaram o tradicional prato chinês para proteger a espécie


SÃO PAULO - As barbatanas de tubarão, que fazem grande sucesso na culinária chinesa mas dão urticária nos ecologistas, estão proibidas a partir desta semana na Califórnia.

Outros seis estados americanos já adotaram a medida para proteger a população de tubarões, que tem diminuído significativamente com o aumento do apetite da crescente classe média chinesa.
Sopa de barbatana de tubarãoReprodução
Barbatanas de tubarão não podem faltar em boas festas e cerimônias na China. Mas os chineses que moram nos Estados Unidos vão começar a sentir falta do prato.
O produto virou símbolo de populações de tubarões dizimadas, que já teriam sofrido redução de cerca de 10% segundo o jornal Los Angeles Times. Cerca de 73 milhões de tubarões são mortos por suas barbatanas a cada ano, segundo estimativas citadas pelo jornal.

Muitas vezes as barbatanas são obtidas pelo processo conhecido como finning - corte das barbatanas com os tubarões ainda vivos abandonados amputados no mar para morrerem afogados.

A barbatana de tubarão acrescenta pouco ou nenhum sabor às sopas. Ela é valorizada apenas pela sua textura e por deixar a sopa mais espessa. Já a carne do peixe tem pouquíssima procura.

Mercearias da Califórnia que vendem as barbatanas secas e restaurantes que oferecem o prato em seus menus terão 18 meses para continuar vendendo até livrarem-se dos estoques.

Segundo o jornal Los Angeles Times, varejistas em Chinatown já lamentam a proibição do prato popular na China desde a Dinastia Ming, e até recentemente considerado indispensável em banquetes de casamento e ocasiões oficiais.

"Por que só o povo chinês na Califórnia é proibido enquanto as barbatanas são legais em muitos outros estados?", questionou o empresário Emily Gian, dono de uma mercearia no bairro chinês.

Traficantes de animais poderão ficar com espécies apreendidas

Medida do Conselho Nacional de Meio Ambiente admite a impossibilidade de fiscalizar o mercado clandestino


Via Dutra: Rodovia federal é um dos caminhos para o tráfico de animais apreendidos no Norte do país, como os papagaios acima, para Rio e São Paulo.
Foto: Fabiano Rocha/9-10-2008
Via Dutra: Rodovia federal é um dos caminhos para o tráfico de animais apreendidos no Norte do país, como os papagaios acima, para Rio e São Paulo. Fabiano Rocha/9-10-2008
Uma nova resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), divulgada na última sexta-feira, praticamente legalizou o tráfico de animais silvestres no país, segundo especialistas do setor. O órgão federal criou duas formas de tratar a fauna apreendida. Uma é o depósito provisório, em que qualquer pessoa pode comprar e manter até dez animais, mesmo de origem ilegal, por tempo indeterminado. Outra é a guarda por terceiros, em que o governo federal, sem infraestrutura para receber os animais, os entrega para voluntários.
O documento desestimula a criação legal de animais em cativeiro e permite que espécimes apreendidos sejam “regularizados”. A fiscalização precária torna inviável monitorar estes animais, que se reproduzem em cativeiro e podem ser revendidos. Hoje, a pena para o tráfico de animais silvestres é de seis meses a um ano, além de multa. Agora, na prática, passa a ser apenas a multa - que, de certa forma, é “recompensada” pela manutenção da posse do animal.
As propostas já eram discutidas pelo Conama há dois anos. O Conselho ressalta que o infrator responderá a processo e, enquanto isso, só ficará com o animal que sequestrou se quiser. Mas, optando por isso, será responsável por todos os cuidados do espécime, como alimentação, tratamento e notificação de sua morte.
- A outra hipótese é a guarda dos animais silvestres - destaca o Capitão Marcelo Robis, representante no Ibama do Conselho Nacional de Comandantes Gerais das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares do Brasil (CNCG). - É nossa consideração a pessoas que não têm estes animais, mas querem recebê-los.
Não se trata de uma mera cortesia. O país tem apenas 50 centros de triagem (Cetas), sendo metade deles administrados pelo Ibama. Estes locais seriam como “hotéis” para os animais apreendidos - eles ficariam sob cuidado de especialistas até terem condições para serem reintroduzidos na natureza ou doados para zoológicos.
Estes centros, porém, foram convertidos em “asilos”. Pela falta de infraestrutura e de funcionários, muitos animais morrem antes de sua transferência a um novo destino. Em muitos casos, os zoológicos não recorrem aos Cetas, por já deterem muitos exemplares das espécies apreendidas.
- O objetivo da medida do Conama é combater a falta de locais de destinação dos animais silvestres, e não acabar com o tráfico. Para isso, seria necessário uma política nacional, ou então vamos enxugar gelo - admite Robis. - Queremos trabalhar com o traficante, fazer com que ele se responsabilize oficialmente pelo animal. É uma possibilidade fantástica de criarmos um banco de dados que contribua com a fiscalização da fauna.
A maioria dos animais silvestres comercializados vem das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e tem como destino Rio e São Paulo. Os estados alegam que o contrabando é transportado em rodovias federais, onde suas polícias não podem agir.
Os conselhos federais de Biologia (CFBio) e de Medicina Veterinária (CFMV) divulgaram notas contra a resolução. Segundo o CFBio, o documento “cria insegurança jurídica e desestimula a criação legal (de animais silvestres) em cativeiro”. O presidente do CFMV, Rogério Lange, por sua vez, diz que “um bem roubado não pode ficar com o ladrão”.
- É uma transferência de responsabilidade, porque o Estado deve ser o gestor da fauna - condena. - Em 2011, uma lei complementar do governo federal já havia transferido aos estados e municípios os cuidados com os animais em cativeiro. Hoje observamos um período de vacância. Ninguém sabe o que deve fazer, porque a maioria das prefeituras não têm recursos ou profissionais para assumir este novo papel.
Moeda de troca nas eleições
Coordenador-geral da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), Dener Giovanini considera que uma situação excepcional - a impossibilidade de resgatar um animal apreendido - torna-se, agora, uma medida comum.
- Não há, no texto, a menor preocupação com o bem-estar do animal - acusa. - A maior punição imposta pelo documento é permanecer com o que roubou. A lei ambiental brasileira é leviana, uma falácia. Quem recebe multa nunca paga, e fica por isso mesmo. No máximo, terá que assistir a uma palestra ou distribuir algumas cestas básicas.
Tanto a lei de 2011 quanto a nova resolução do Conama tiram a biodiversidade das mãos do Estado. Para Giovanini, delegar a fauna a estados e municípios vai expor ainda mais os animais ao risco de extinção - além de convertê-los a uma moeda de troca:
- Os prefeitos poderão emitir um termo de guarda do animal silvestre, legalizando sua posse. É uma medida que podem usar, por exemplo, em busca de benefícios eleitorais.
O tráfico de animais silvestres movimenta em torno de US$ 2 bilhões por ano no Brasil. Cerca de 38 milhões de espécimes são retirados da natureza no país por causa dessa atividade. De cada dez indivíduos retirados de seu habitat, só um sobrevive às condições precárias de transporte e aos ferimentos.
Apenas as espécies mais valiosas costumam receber um tratamento especial. No mercado internacional, uma arara-azul-de-lear pode valer até US$ 60 mil; um mico-leão-dourado, US$ 20 mil. Há, também, espécies apreendidas clandestinamente pela indústria farmacêutica, que estuda substâncias químicas para produzir novos medicamentos. Alguns besouros amazônicos custam US$ 8 mil.

http://oglobo.globo.com/ciencia/traficantes-de-animais-poderao-ficar-com-especies-apreendidas-8878497#ixzz2Xtkoo02m
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Polícia mata cachorro de homem que filmou ação policial


Frame de vídeo mostra o momento em que o cão é morto pela polícia Foto: Reprodução
Frame de vídeo mostra o momento em que o cão é morto pela polícia
Foto: Reprodução

Circula na internet um vídeo que mostra policiais da cidade de Hawthorne, no Estado americano da Califórnia, matando a tiros um cachorro logo após algemar e prender o seu dono. As imagens mostram que Leon Rosby filmava uma ação policial em seu bairro quando os agentes se aproximaram e o prenderam por "obstruir uma investigação", segundo o seu advogado Michael Gulden, que ainda considerou a alegação ridícula. As informações são do site Gawker.
O vídeo, feito por um terceiro morador, mostra a reação de espanto no bairro quando o Rosby foi preso e, logo em seguida, seu cão - Max -, que estava dentro de um carro, deixa o veículo e avança na direção dos policiais. Os agentes então disparam uma sequência de tiros, matando o animal. 
Segundo o jornal Daily Breeze, a prisão de Rosby teria sido motivada por uma música alta que vinha de seu carro. Ele admitiu ao jornal que a polícia havia pedido para que desligasse a música, o que não tinha feito imediatamente. Rosby, que atualmente já tem uma ação na Justiça contra a polícia local por uso excessivo de força, passou uma noite na cadeia e teve seu celular apreendido.

EUA vão aposentar maioria dos chimpanzés de laboratório

Autoridades americanas anunciaram esta quarta-feira que vão aposentar a maioria dos 300 chimpanzés usados em pesquisas e que apenas um grupo de 50 animais continuará à disposição da ciência para testes sobre vacinas.
Depois de dois anos de reflexão, os Institutos Nacionais de Saúde (NIH na sigla em inglês) aceitaram a maioria das recomendações de uma equipe de especialistas independentes, que pediram para suprimir progressivamente o essencial das pesquisas biomédicas sobre os chimpanzés.

32 Árvores serão retiradas da Praça Frei Baraúna em Sorocaba

Nesta quarta-feira (3), a Prefeitura de Sorocaba realizará a manutenção das árvores da Praça Frei Baraúna, no Centro da cidade. Além do serviço de poda em alguns exemplares, também será necessária a supressão de 32 árvores que estão comprometidas, todas de espécies exóticas. Embora elas não sejam nativas, haverá o plantio de novas mudas como compensação. A ação será realizada pelas secretarias do Meio Ambiente (Sema) e Parcerias (Separ).

Cadela é jogada de viaduto de 10m em avenida de Cuiabá e sobrevive

Uma cadela foi jogada de um viaduto e sobreviveu após cair de aproximadamente 10 metros de altura, no início da tarde desta segunda-feira (1º), na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (CPA), em Cuiabá, considerado um dos pontos mais movimentados da capital. A queda do animal foi presenciada por pessoas que estavam próximas ao viaduto, aguardando ônibus coletivos, e ficaram chocadas com o fato.
No entanto, ainda não há identificação de quem poderia ter cometido o ato, que ocorreu por volta de meio-dia. 

Fauna gaúcha tem 11 espécies extintas e 274 ameaçadas.


Entrevista especial com Glayson Bencke

“Embora o aumento das espécies em extinção tenha sido baixo, as elas mudaram mais do que implica esse ligeiro acréscimo. Então, quer dizer que mais espécies saíram da lista, deixaram de ser consideradas ameaçadas e outras entraram em seu lugar”, aponta o pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN/FZB).
Confira a entrevista.
Foto de www.klimanaturali.org
 A revisão da lista das espécies da fauna gaúcha em extinção, elabora em 2002, está sendo revisada e estará disponível para consulta pública a partir desta segunda (1-07-2013). 129 pesquisadores identificaram, onze anos depois, 274 espécies em extinção no Rio Grande do Sul, sendo 11 regionalmente extintas. De acordo com Glayson Bencke, foram avaliadas mais de 1580 espécies de mamíferos, repteis, anfíbios, e peixes de água doce do estado, além de um conjunto de espécies de invertebrados, como aranhas, moluscos.
Apesar de ser impossível comparar os dados apontados nas duas listas por conta dos critérios de estudo adotados em cada uma, Bencke adianta que já “é possível perceber o número de espécies dos campos do Rio Grande do Sulque entraram na lista atual em comparação com a elaborada em 2002”. Segundo ele, “as espécies campestres estão em extinção, porque os pampas e os campos de cima da serra sofreram uma redução significativa nos últimos oito e 15 anos, respectivamente, com a expansão da soja e da silvicultura, além de problemas oriundos de espécies exóticas”.
Na entrevista a seguir, concedida por telefone à IHU On-Line, ele informa que os grupos de espécies florestais, “especialmente das florestas de planícies das terras baixas do litoral norte, das florestas do alto Uruguai e do planalto, que são mais degradadas, despontam como as que sustentam espécies em situação mais crítica. Nós podemos citar o norte do estado, com o Parque Estadual do Turvo, e outras poucas áreas no entorno, onde existem a anta, a onça pintada, o porco-queixada, o viado-materi, e outras espécies praticamente restritas a essas poucas grandes manchas do norte”.
Bencke é graduado em Zoologia, pela Unisinos, e pós-graduado na mesma área, pela UNESP de Rio Claro, São Paulo. Especialista em aves, ele atua como pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.
Confira a entrevista.
Foto de www.dallari.com.br
IHU On-Line – Quantas espécies estão na lista da fauna ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul?
Glayson Bencke – A lista atual foi elaborada em 2002 e está em vigor hoje, com 261 espécies. Essa lista está sendo revisada, e a principal etapa já está concluída, que diz respeito à avaliação do estado de conservação das espécies da fauna estadual, por um grupo de 129 especialistas de 40 instituições, os quais usaram critérios de avaliação internacionais. Eles concluíram que existem 274 espécies enquadradas como ameaçadas, mas 11 como regionalmente extintas. A próxima etapa é a consulta pública, onde esse resultado será apresentado à sociedade para colher informações que possam refinar os dados com alguma informação importante.
IHU On-Line – Quais os critérios utilizados para analisar as espécies em extinção? Pode nos falar do processo de identificação dessas espécies? Quais são as razões para tantas espécies estarem em extinção?
Glayson Bencke – Foram utilizados critérios internacionais que levam em conta os limites de populações de distribuição geográfica e taxas de declínio, ou seja, de redução da população. Se as espécies se enquadram nessas categorias, estão ameaçadas. Existem três categorias de ameaça: a vulnerável, que está ameaçada de extinção, mas numa situação menos nítida; depois tem o estágio intermediário; e o estágio mais crítico. As espécies são enquadradas nessas categorias com base em dados quantitativos associados a dados qualitativos, que refletem o tamanho da população delas, a área de ocupação que ocupam no estado, e a taxa de declínio. Esses dados são diretos, baseados na contagem e na observação dos animais, e indiretos, com base nas capturas, como acontece no caso dos peixes. Hoje também temos monitoramento por satélite dos ecossistemas do estado, tanto os florestais quanto os campestres, que nos dão uma boa ideia de como as populações de animais vivem em campos, banhados ou florestas. Foram avaliadas mais de 1580 espécies, representando mamíferos, répteis, anfíbios e peixes de água doce do estado, mais um conjunto de espécies de invertebrados, como aranhas, moluscos.
IHU On-Line – Na versão da lista elaborada em 2002, foram indicadas 261 espécies em extinção. O número aumentou para 274. Qual o significado dessa mudança num período de 10 anos?
Glayson Bencke – É difícil comparar diretamente as duas listas, porque o critério que se utilizou hoje é completamente diferente do anterior. Em 2002, não se tinha um avanço tão grande na construção de critérios de avaliação. O trabalho de 2002 foi feito com o melhor material que existia à época, mas hoje existem critérios mais precisos, que permitem uma acurácia maior e, portanto, temos um resultado mais confiável no sentido de ter menos incertezas acerca das espécies que estão ameaçadas.
A mudança do critério de avaliação explica, em grande parte, a mudança de alteração no número. Além disso, hoje temos mais especialistas e mais informações sobre a fauna gaúcha, o que nos permitiu avaliar muito mais espécies do que foi possível avaliar em 2002. A lista de 2002 foi elaborada com a participação de 42 especialistas, mais 120 colaboradores, enquanto a lista atual envolveu 129 especialistas e 146 colaboradores. Foi um processo representativo e participativo e isso torna difícil comparar os dados com o resultado anterior. Acreditamos que daqui para frente será possível analisar os dados com mais precisão.
De qualquer maneira, já é possível perceber o número de espécies dos campos do Rio Grande do Sul que entraram na lista atual em comparação com a elaborada em 2002. As espécies campestres estão em extinção, porque os pampas e os campos de cima da serra sofreram uma redução significativa nos últimos oito e 15 anos, respectivamente, com a expansão da soja e da silvicultura, além de problemas oriundos de espécies exóticas.
IHU On-Line – O avanço da silvicultura no Estado contribui para a extinção de algumas espécies?
Glayson Bencke – Contribuiu no sentido de eliminar o habitat das espécies que dependem do campo. A expansão ocorre nas regiões campestres, assim como a agricultura eliminou os ambientes florestais há décadas com a expansão do trigo. É um processo que se repete com as paisagens campestres, e isso preocupa porque se percebe o declínio de espécies por conta dos monocultivos. Também destaco a situação crítica de algumas espécies de peixes ao longo da costa do Rio Grande do Sul, que chegam a limites inaceitáveis, como as populações de peixes que foram levadas a zero por uma sobrepesca, chegando à beira de extinção, como os pequenos tubarões.
IHU On-Line – Como esse dado é comparado com outros estados do país?
Glayson Bencke – As avaliações por estado não são simultâneas. Então, não existe como comparar qual seria o número de espécies ameaçadas, hoje, em outros estados. Por exemplo, a lista do Rio de Janeiro está recém sendo atualizada, e a lista anterior, se não estou enganado, é de 1998 ou 1995. A lista de São Paulo foi atualizada em 2008, e a de Santa Catarina saiu no ano passado. Então, os estados estão em momentos diferentes, o que dificulta um pouco a comparação.
É importante frisar que temos a lista nacional, elaborada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, e as listas regionais, que são complementares. Uma espécie pode estar bem em outros estados, mas em extinção em outro. E se está desaparecendo num estado, no futuro pode vir a desaparecer em outros. A propósito, a lista nacional também está sendo revisada. As últimas listas são de 2003 e de 2004: a de 2003 envolvendo organismos terrestres, e a de 2004 envolvendo organismos marinhos, aquáticos.
Esse processo é longo, porque envolve muitos grupos, muitos especialistas, são realizadas oficinas para cada grupo. Então, realmente é um processo lento.
IHU On-Line – Em que regiões do estado a fauna está mais ameaçada?
Glayson Bencke – Para responder a essa questão, precisaria fazer um balanço pela distribuição das espécies. Sabemos que 22% das espécies de mamíferos no estado estão ameaçadas. Quer dizer, uma em cada quatro ou cinco espécies de mamíferos está ameaçada. As aves são 14%, aproximadamente uma em cada seis espécies. Répteis são 11%, uma em cada dez espécies ameaçadas. Anfíbios são 15%; esse é um grupo que subiu bastante em relação à lista anterior. Em 2002 contabilizamos uns dez anfíbios, e agora estamos com 16, houve um aumento de 60%. Houve um aumento da extinção de peixes também; passou de 28 espécies em extinção para 69.
Os grupos de espécies florestais, especialmente das florestas de planícies das terras baixas do litoral norte, das florestas do alto Uruguai e do planalto, que são mais degradadas, despontam como as que sustentam espécies em situação mais crítica. Nós podemos citar o norte do estado, com o Parque Estadual do Turvo, e outras poucas áreas no entorno, onde existem a anta, a onça pintada, o porco-queixada, e outras espécies praticamente restritas a essas poucas grandes manchas do norte. E aí, como eu frisava antes, embora se tenha menos diversidade e menos riqueza de espécies nos campos, proporcionalmente as espécies de campo estão bem representadas, infelizmente, na nova lista que está para ser chancelada e concluída.
Então, muitas espécies de peixes anuais, que são pequenos peixes que habitam poças temporárias no meio do campo, nas margens dos rios, abrigam várias espécies ameaçadas, mais de duas dezenas. Várias aves campestres também se enquadram como ameaçadas, pela perda do hábitat, algumas também por efeito de captura.
IHU On-Line – Houve alguma surpresa durante a realização da pesquisa?
Glayson Bencke – Embora o aumento das espécies em extinção tenha sido baixo, as espécies mudaram mais do que implica esse ligeiro acréscimo. Então, quer dizer que mais espécies saíram da lista, deixaram de ser consideradas ameaçadas e outras entraram em seu lugar. Para citar um exemplo, partimos de 28 espécies de peixes para 69 espécies ameaçadas na nova avaliação. Então, aí já se vê que entraram muitas espécies que antes não eram consideradas ameaçadas. Em contrapartida, o número de aves, possivelmente por causa do critério mais preciso que permite avaliar com mais acurácia aquela espécie que está no limite entre ameaçada ou não, o número de espécies de aves reduziu de 118 para 91. E isso, infelizmente, não representa, pelo menos nesse momento, uma melhora nas condições do ambiente, o que poderia se esperar a partir desses números, mas, sim, o uso de um critério mais preciso de que a tendência é se manter a longo prazo o uso desse mesmo critério, e aí vai tornar mais comparável.
IHU On-Line – Deseja acrescentar algo?
Glayson Bencke – Só gostaria de acrescentar que esse trabalho foi conduzido pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente, coordenado pela Fundação Zoobotânica, mas a avaliação das espécies foi feita, na verdade, por um grande conjunto de especialistas que trabalharam voluntariamente na avaliação do estado de conservação da espécie. Colocaram, então, seu conhecimento, expertise à disposição do Rio Grande do Sul para avaliar o estado de conservação das espécies.
O sistema foi operado via internet, desenvolvido conjuntamente pela Fundação Zoobotânica e pela Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul – PROCERGS, e o sistema livre foi operado pela internet, permitindo com que mais pessoas fossem integradas ao processo e trabalhassem remotamente, dos seus escritórios, das suas salas de trabalho, das suas casas. Então, teve-se um alcanço maior a esses especialistas, com um custo muito mais baixo, e com melhora na documentação. Hoje temos todas as informações mantidas com base de dados na internet, de fácil acesso e com segurança, graças a esse investimento e essa inovação tecnológica.

Grupo em Paris faz almoço-balada para combater desperdício de alimentos




Numa manhã recente de primavera em uma feira livre num subúrbio ao leste de Paris, mais ou menos 70 pessoas, jovens e velhas, estavam diante de fileiras de mesas, cortando e fatiando pilhas de frutas e verduras coloridas, preparando um bufê feito inteiramente de... lixo. Verdade.
A maioria dos ingredientes desse banquete tinha sido resgatada do lixo no dia anterior pelo grupo de voluntários Disco Soupe, que combate o desperdício de alimentos em toda a França.
De acordo com os organizadores, cada evento do Disco Soupe recupera entre 80 e 200 quilos de vegetais em perfeito estado que, de outro modo, acabariam no lixo.
Jake Cigainero/Sparknews
Voluntários transformam restos de alimentos em sopa nas ruas de Paris
Voluntários transformam restos de alimentos em sopa nas ruas de Paris
Um relatório recente do britânico Instituto de Engenheiros Mecânicos estimou que até 50% dos hortifrútis são jogados fora todos os anos. São até 2 bilhões de toneladas de alimentos que nunca chegam a ser consumidos.
Para combater esse desperdício colossal, o Disco Soupe, criado há pouco mais de um ano, inspirou-se num evento alemão promovido uma vez por ano em Berlim. Mas o grupo parisiense multiplicou os eventos em escala menor, primeiro na capital e seus arredores e depois em todo o país.
E seus membros acrescentaram um toque francês que estava em evidência no almoço na feira livre naquele sábado: comida fresca e boa, primorosamente preparada. A refeição --gratuita para qualquer pessoa que aparecesse, tivesse ela contribuído ou não-- consistiu em uma enorme travessa de guacamole, saladas verdes com funcho e vinagrete de tomates, um caldeirão de sopa cremosa de abobrinha e uma sobremesa de bagas e maçãs.
Muitos dos comensais tinham passado horas fatiando os legumes, tudo ao ritmo de uma banda de metais com 15 instrumentistas. Laura Thierry, 28, uma das voluntárias do Disco Soupe, descreve os eventos comunitários como "festas de aproveitamento do desperdício alimentar".
"Para mim, os eventos são um pouco poéticos e absurdos", disse a voluntária, que é consultora empresarial especializada na criação de ambientes de trabalho colaborativos. "Preparamos comida em quantidades enormes, há música e é de graça."
Todos querem participar, segundo ela. "As pessoas querem cortar e descascar muito rápido. Isso realmente gera uma energia coletiva que é sempre bela e poderosa."
O Disco Soupe obtém muito de suas frutas e verduras dos vendedores atacadistas num gigantesco centro de distribuição em Rungis, na zona sul de Paris. Os comerciantes doam os hortifrútis que consideram "invendáveis", por não serem suficientemente perfeitos, estarem próximos da data de vencimento ou serem excedentes que não foram vendidos.
No caso da salada, as folhas usadas eram restos de alfaces compradas por um restaurante parisiense de alta categoria que emprega apenas os corações das alfaces. As folhas externas, comestíveis, geralmente são jogadas no lixo.
Os participantes também são incentivados a esvaziar suas geladeiras, trazendo legumes ou frutas que de outro modo poderiam passar do ponto. Uma mulher viu um cartaz do Disco Soupe na padaria de seu bairro e doou um saco de hortifrútis que teriam estragado enquanto ela tirava férias.
Em 2012, ano em que o Disco Soupe começou, o grupo organizou cerca de 12 eventos na área de Paris em apenas nove meses. Sua meta para 2013 era chegar a 13 cidades. Em junho, mais ou menos 40 eventos do Disco Soupe já tinham sido promovidos em quase 20 cidades, com a ajuda de 200 voluntários.
"Não tivemos a intenção de ganhar adesões e liderar", diz Thierry. "Só queríamos ajudar pessoas a fazerem a mesma coisa que estávamos fazendo em Paris. Isso criou um espírito comunitário real."
A ideia veio do Schnippel Disko, evento promovido anualmente em Berlim para celebrar o movimento do "slow food" e a música e que atrai centenas de pessoas. Segundo Thierry, apenas entre 50 e 75 pessoas vieram para cada um de vários eventos do Disco Soupe promovidos em Paris em abril. Ela prefere o formato menor porque assim os voluntários podem conversar com os participantes sobre a proposta principal do grupo: reduzir o desperdício de alimentos, aproveitando ao máximo o que cada um tem em sua despensa.
Durante o almoço do sábado em Montreuil, Geneviève Aubin, que estava participando pela primeira vez, comentou: "É gostoso preparar a refeição e comê-la juntos. A comida é de alta qualidade, e o evento é bom para a comunidade."
O ambiente dos eventos é sempre animado e cordial, mas muda segundo o local do evento. Em Belleville, bairro da zona nordeste de Paris, o evento do Disco Soupe teve brincadeiras para as crianças, workshops de arte com a utilização de sacos plásticos reciclados, e uma dupla tocando melodias em realejos. Em outro evento no subúrbio de Villejuif, um antigo depósito industrial cheio de trabalhos de arte e objetos diversos atraiu um público mais jovem e descolado.
Cada evento do Disco Soupe custa aos organizadores cerca de cem euros, gastos principalmente em pratos e tigelas ecológicos e outros artigos de cozinha. Os custos maiores incluem o seguro e o treinamento em higiene alimentar. Para financiar os custos administrativos e dar início ao movimento na França, os organizadores lançaram uma campanha no site de financiamento coletivo Kiss Kiss Bank Bank, em dezembro passado. Depois de 45 dias de levantamento de fundos on-line, o grupo tinha ultrapassado em 13% sua meta de angariar US$ 5.000: tinha conseguido US$ 5.660.
A campanha chamou a atenção de pessoas em outras cidades, interessadas em organizar seus próprios grupos. Quando a campanha de levantamento de fundos começou, as festas de aproveitamento de alimentos desperdiçados só existiam em cinco cidades francesas. Ao final, 15 cidades já tinham aderido à proposta.
O grupo de Paris é composto de dez organizadores principais e uma equipe de 30 voluntários. Aqueles que já têm em comum a paixão pela comida e a maximização de recursos usam o Disco Soupe como oportunidade para trabalhar com pessoas que compartilham seus interesses, contribuir para a comunidade e ensinar outros sobre a sustentabilidade alimentar.
Enquanto o movimento ganha força, Thierry diz que quer atrelar a mesma energia de seu "formato inovador e participativo" para criar vínculos com outras iniciativas de reciclagem, visando conscientizar pessoas sobre a sustentabilidade e a redução de desperdício.
"O importante é educar", diz ela. "O melhor não é fazer as pessoas se sentirem culpadas por desperdiçar alimentos. É melhor fazer algo com alegria. A melhor maneira de combater o desperdício de alimentos é conversar com as pessoas e converter o que se faz em um ato positivo para a sociedade." 

JAKE CIGAINERO
DA "SPARKNEWS", EM PARIS
Tradução CLARA ALLAIN