A matança de rinocerontes cresceu assustadoramente e chegou a um número recorde na África do Sul em 2012. Segundo dados oficiais divulgados na semana passada pelo governo local, 668 rinocerontes foram mortos no país em 2012 – um aumento de quase 50% em relação a 2011. E só no início deste ano já foram mortos mais cinco, pelo menos. Motivo: obtenção dos chifres para venda no mercado ilegal de substâncias “afrodisíacas” e/ou supostamente medicinais da Ásia, principalmente no Vietnã, segundo informações da rede Traffic.
E atenção: a maioria das mortes (425) ocorreu dentro do Parque Nacional Kruger, simplesmente o maior destino turístico de safaris da África do Sul.
É uma atividade de caça ilegal e cruel, tal qual a matança de elefantes para obtenção de marfim e a pesca predatória de tubarões para obtenção de barbatanas. Os rinocerontes são abatidos e seus chifres são cortados com serra-elétrica, com eles ainda vivos. A maioria morre; alguns sobrevivem, só que mutilados, se forem encontrados e socorridos a tempo.
Uma estratégia que alguns parques e pesquisadores estão adotando é cortar os chifres dos animais preventivamente, para torná-los “sem valor” aos olhos dos caçadores e evitar que sejam caçados. (foto abaixo)
As informações são da rede Traffic, que produziu um relatório recente sobre o assunto, e da organização WWF, que também monitora o problema e divulgou os dados da África do Sul.
A National Geographic também produziu uma excelente reportagem sobre o tráfico de chifres de rinoceronte, que pode ser lida aqui: Rhino Wars.
Legendas das Fotos:
1) Uma rinoceronte fêmea que sobreviveu ao ataque de caçadores-traficantes na África do Sul e foi resgatada; na companhia de um rinoceronte macho. Ela sobreviveu, mas seu filhote que se separou dela no momento do ataque ficou perdido sozinho e acabou morrendo de fome e sede.
2) Pesquisador corta preventivamente os chifres de um rinoceronte no Zimbábue.
3) Um rinoceronte sob efeito de tranquilizantes é transportado por helicóptero para uma nova localidade na África do Sul, numa operação do Rhino Range Expansion Project da WWF.