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Ratos de instituto devem ser doados

 | SÃO ROQUE



Os roedores que ainda estão sob os cuidados do Instituto Royal deverão ser doados. A intenção foi comunicada ontem pela gerente geral da empresa, Silvia Ortiz, à Prefeitura de São Roque, que vem atuando como intermediadora da entidade junto aos ativistas. Uma instituição, inclusive, já encaminhou ao instituto um ofício demonstrando interesse e capacidade para receber os animais, decisão que ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea). As informações foram divulgadas pela própria Prefeitura da cidade. A preocupação com o destino dos roedores existe desde a última quarta-feira, quando o Instituto Royal anunciou o fim de suas atividades em São Roque.

Conforme explica o diretor do Departamento Jurídico da Prefeitura de São Roque, Ricardo Peres Santangelo, o instituto mostrou-se disposto a realizar a doação, porém não é possível afirmar se isso vai ocorrer pois toda a decisão envolvendo animais usados em testes precisa da aprovação do Concea e da promotoria que cuida do caso. "O órgão regulador precisa ainda avaliar se a associação interessada nos ratos tem condições para recebê-los", afirma. A empresa se comprometeu ainda, segundo Ricardo, a entregar à Prefeitura a relação de roedores que permanecem em sua posse. No documento entregue por ativistas ainda na quarta-feira ao instituto, a Associação de Mulheres Protetoras de Animais Rejeitados e Abandonados - Ampara Animal (entidade com sede em São Paulo) afirma ter "infraestrutura, equipamento e equipe técnica para abrigar até 500 ratos, camundongos e outros bichos de pequeno porte".

Após uma reunião realizada no Fórum de São Roque entre ativistas e promotores de Justiça no mesmo dia em que o Instituto Royal anunciou o fim das atividades, a própria empresa teria solicitado um pedido formalizado para a doação dos animais, de acordo com um dos ativistas, Guilherme Carvalho. "Eles pediram uma certificação da capacidade da associação interessada, e isso foi entregue tanto ao Royal quanto à Prefeitura", conta. Na ocasião, a preocupação dos cerca de 50 manifestantes, que se reuniram na porta do Fórum após o anúncio de fechamento da empresa, era a saúde dos animais que não foram retirados do instituto, quando ativistas invadiram o local.

ONG's listam os dez locais mais poluídos do mundo



Moradores intoxicados com metais pesados, meio ambiente poluído por hidrocarbonetos, substâncias tóxicas ou radioativas: o ranking publicado na terça-feira (5) pela filial suíça da Green Cross e pelo Blacksmith Institute, duasONGs – a primeira delas foi criada por Mikhail Gorbachev – não tem nada a ver com os "Top 10" das revistas de turismo. Bem pelo contrário, ele "destaca" os dez pontos do planeta onde o impacto da poluição industrial sobre a saúde é maior.
A reportagem é de Gilles van KoteJean-Michel Caroit e Marie Jégo, originalmente publicada no jornal Le Monde, e reproduzida pelo portal Uol, 06-11-2013.
Três desses lugares ficam na África, três no Leste Europeu e três na Ásia, e um representante argentino completa a lista. A Rússia e a Indonésia são mencionadas duas vezes, ao passo que a China não marca presença. Quatro locais já constavam no ranking anterior, feito em 2007: Dzerjinsk e Norilsk, na Rússia; Chernobyl, na Ucrânia; e Kabwe, na Tanzânia.
O primeiro foi um grande centro de produção de armas químicas na época soviética. Trezentas mil toneladas de resíduos tóxicos teriam sido colocadas ali entre 1930 e 1998, em instalações muitas vezes mal identificadas. A expectativa de vida nessa cidade de 250 mil habitantes, por muito tempo proibida aos estrangeiros, era de 42 anos para os homens e de 47 anos para as mulheres em 2006, ou seja, vinte anos a menos que a média nacional, segundo um estudo citado pelo relatório. "A água dos lençóis freáticos é imprópria para o consumo", afirma Dmitri Levachov, da associação ambiental Eco Dzerjinsk.
Norilsk, um antigo gulag, é um dos maiores centros de produção de níquel do mundo. A floresta desapareceu em um raio de trinta quilômetros em torno da cidade. Em Kabwe, onde o chumbo foi explorado e derretido durante quase um século sem precauções especiais, foram detectadas concentrações do metal no sangue de crianças que chegavam a até quarenta vezes o limite recomendado.
Embora o acidente nuclear de 1986 tenha garantido a Chernobyl um lugar nessa lista, Fukushima escapou... por enquanto. "A dimensão dessa catástrofe ainda não foi totalmente apreendida", acredita Stephan Robinson, da Green Cross Switzerland. "Seus efeitos sobre a saúde humana só serão visíveis daqui a alguns anos. E, diferentemente deChernobyl, a população pôde ser evacuada."
O principal critério escolhido para estabelecer essa classificação na verdade é a importância do impacto sobre a saúde das populações. Esse "Top 10" pretende ser um retrato destinado a conscientizar a comunidade internacional sobre os danos humanos provocados pela poluição industrial localizada. Assim, a poluição atmosférica difusa ainda não é levada em conta.
Os autores do ranking, embora afirmem se basear em "um protocolo padrão", reconhecem ter dado espaço para a subjetividade. Se Agbogbloshie, bairro de Acra, capital de Gana, contaminado pelo desmonte clandestino de eletrodomésticos velhos vindos da Europa, e Kalimantan, a parte indonésia de Bornéu, envenenada pelo mercúrio utilizado pelos garimpeiros, estão na lista, é porque para além dos números brutos, eles representam duas fontes de poluição particularmente devastadoras em nível mundial.
O recenseamento efetuado para chegar até essa lista pretendia ser bem mais completo do que o da edição passada. Mais de 2 mil pontos, distribuídos por 49 países, foram estudados. A América do Norte e a Europa Ocidental foram deliberadamente ignoradas, pois essas regiões do mundo transferiram suas indústrias mais poluidoras de lugar. As fabricantes italianas de sapatos importam couro provenientes de curtumes situados na Ásia que usam cromo hexavalente, gerando graves contaminações, assim como em Hazaribagh, em Bangladesh, outro local que consta no ranking.
A pesquisa estima em 200 milhões o número de pessoas que seriam potenciais vítimas da poluição de origem industrial nos 49 países estudados e lembra que, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), 23% das mortes nos países em desenvolvimento são atribuíveis a fatores ambientais. "A falta de recursos necessários nos países de renda baixa ou intermediária agrava os efeitos da poluição sobre a saúde ao marginalizar aqueles que mais precisam de ajuda", afirmam os autores.
Para além da constatação pouco animadora, Stephan Robinson acredita que progressos tenham sido efetuados em termos de conscientização e de mobilização. A convenção de Minamata sobre o mercúrio foi assinada nos dias 10 e 11 de outubro por 91 países. O governo russo, que por muito tempo permaneceu indiferente, estaria se preparando para lançar um plano federal de descontaminação dos pontos poluídos – entre eles o de Djerzinsk – com uma verba de 100 bilhões de rublos (mais de R$ 7 bilhões).
"Fora a falta de recursos, o problema que encontramos mais frequentemente é a falta de uma estratégia nacional e de infraestrutura de gestão de resíduos tóxicos", observa o especialista da Green Cross Switzerland. "É difícil esperar o que quer que seja quando as autoridades nem mesmo sabem responder a essas questões básicas sobre o que pretendem fazer com esses resíduos e terras contaminadas."
Dos lugares que constam no ranking de 2007, somente um pode ser considerado hoje como descontaminado, segundo o relatório: o de Paraiso de Dios, na República Dominicana, onde empresas de reciclagem de baterias de carros haviam provocado um envenenamento por chumbo da população. Mas, de acordo com associações de moradores, essas mesmas empresas agora se instalaram em bairros vizinhos, onde retomaram suas atividades sem muito mais controle do que no passado.

Cientistas apoiam fim de teste de cosmético se lei permitir alternativa

07/11/2013 



Duas das maiores sociedades científicas do país decidiram se posicionar a favor da abolição dos testes de cosméticos em animais desde que a legislação mude para que uma alternativa possa ser comercializada no Brasil.
Trata-se de um kit de pele de origem humana.

 "Ele pode ser produzido a partir de qualquer pedaço de pele que sobre de uma cirurgia e que, do contrário, seria jogado fora. Uma das fontes mais abundantes são pedaços do prepúcio [pele que recobre a ponta do pênis] das cirurgias de fimose ou de circuncisão", explica Marcelo Morales, do Instituto de Biofísica da UFRJ.

Morales é secretário da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e secretário-geral da Fesbe (Federação de Sociedades de Biologia Experimental), órgãos que sempre saem em defesa da necessidade da pesquisa com animais quando se trata de testar novos fármacos ou procedimentos médicos.

No caso dos cosméticos, porém, Morales afirma que a abolição dos testes faz sentido "porque existem métodos validados cientificamente, com resultados confiáveis".

O grande obstáculo, diz ele, é a lei 9.434, de 1997, que proíbe a comercialização de produtos derivados de seres humanos no Brasil. "Ela foi criada para coibir o tráfico de órgãos, mas acabou gerando uma barreira para essa tecnologia alternativa."

Mesmo se fosse importado, o kit tem validade de poucos dias, o que inviabilizaria seu uso considerando o tempo de passagem por alfândega e inspeção sanitária.

"Já existem grupos de pesquisadores brasileiros desenvolvendo versões desse kit com apoio do CNPq [órgão federal de fomento à pesquisa]."

As células dos fragmentos são multiplicadas em cultura, gerando um análogo das camadas naturais de pele.

"Mas a barreira que nos vemos é justamente a da comercialização. São pequenos imbróglios que o Congresso poderia resolver facilmente."

ARTICULAÇÃO
Morales já se reuniu com o deputado federal Ricardo Izar Jr. (PSD-SP), presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Animais, para expor o problema.
Izar Jr. disse à Folha que é favorável ao plano e que a reunião incluiu outros deputados, o ministro da Ciência, Marco Antonio Raupp, e Helder Constantino, da ONG Humane Society International.
"Podemos e vamos trabalhar juntos para modificar a legislação", afirmou.

REINALDO JOSÉ LOPES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

19 dias após invasão, Instituto Royal encerra atividades em São Roque

06/11/2013 


 


Informação foi divulgada pela assessoria de imprensa da empresa.
Cães usados em testes na unidade foram levados por ativistas.


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Equipamentos do laboratório foram destruídos (Foto: Elisângela Marques/G1)Equipamentos do laboratório foram destruídos
durante invasão (Foto: Elisângela Marques/G1)
O Instituto Royal encerrou suas atividades em São Roque (SP). A informação foi divulgada em comunicado enviado nesta quarta-feira (6) pela assessoria de imprensa do laboratório. "Em assembleia geral extraordinária realizada entre seus associados, o Instituto Royal, por meio de seu Conselho Diretor, vem a público informar a decisão de interromper definitivamente as atividades de pesquisa em animais, realizadas em seu laboratório de São Roque", diz a nota.
O laboratório foi invadido por um grupo de ativistas na madrugada do dia 18 de outubro. Do local, foram levados todos os cachorros da raça beagle e alguns coelhos que eram usados em testes. Os ativistas acusam a empresa de maus-tratos aos animais, o que o Instituto Royal nega.
A ação dos ativistas suscitou debates sobre o uso de animais em todo o país.
No comunicado à imprensa, o laboratório relaciona o encerramento das atividades às "elevadas e irreparáveis perdas" que sofreu com a ação dos ativistas, o que significou "a perda de quase todo o plantel de animais e de aproximadamente uma década de pesquisas". A empresa também atribui a decisão à crise na segurança, que coloca "em risco permanente a integridade física e moral de seus colaboradores".
O comunicado informa que a decisão de encerrar as atividades não afeta a unidade Genotox, que tem sede em Porto Alegre.
Segundo o laboratório, os funcionários já foram comunicados sobre o desligamento. O laboratório empregava 85 pessoas, entre médicos veterinários, farmacêuticos, biólogos e biomédicos.
Criado em 2005, o Instituto Royal é uma organização de sociedade civil de interesse público (Oscip) e está regularmente credenciado junto ao Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), órgão do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI),  responsável por regulamentar o uso de animais em pesquisas no país.
"O prejuízo causado ao Instituto Royal não é mensurável. Mas é certo que o Brasil inteiro perde muito com este episódio, lamentavelmente", conclui a nota.
Veja a íntegra do comunicado do Instituto Royal
"Em assembleia geral extraordinária realizada entre seus associados, o Instituto Royal, por meio de seu Conselho Diretor, vem a público informar a decisão de interromper definitivamente as atividades de pesquisa em animais, realizadas em seu laboratório de São Roque.
Tendo em vista as elevadas e irreparáveis perdas e os danos sofridos em decorrência da invasão realizada no último dia 18 - com a perda de quase todo o plantel de animais e de aproximadamente uma década de pesquisas -, bem como a persistente instabilidade e a crise de segurança que colocam em risco permanente a integridade física e moral de seus colaboradores, os associados concluíram que está irremediavelmente comprometida a atuação do Instituto Royal para dar continuidade à realização pesquisa científica e testes mediante utilização de animais.
Por este motivo, o Instituto decidiu encerrar suas atividades na unidade de São Roque.
Cerca de cem ativistas de diversas ONGs que cuidam de animais, invadem o laboratório Royal, em São Roque, e libertaram 150 cachorros (Foto: Edison Temoteo/ Futura Press/ Estadão Conteúdo)Ativistas levaram todos os cães do laboratório em
outubro (Foto: Edison Temoteo/ Futura Press/
Estadão Conteúdo)
A interrupção acarretará o desligamento de funcionários, todos já comunicados da decisão. Mantém-se, por ora, o Comitê de Ética formado por colaboradores do laboratório, que conta com veterinários, biólogos e membros da Sociedade Protetora dos Animais, conforme a legislação vigente. A decisão, por ora, não afetará a unidade Genotox, de Porto Alegre, onde não se faz experimentação animal.
Com o intuito de preservar a integridade dos animais remanescentes que ainda estão sob seus cuidados, o Instituto Royal tomará as providências necessárias junto aos órgãos regulatórios competentes, para assegurar que continuem sendo dados a eles tratamento e destinação adequados.
Desde 2005, o Instituto Royal realiza testes pré-clínicos com vistas ao desenvolvimento de medicamentos para o tratamento de doenças como câncer, diabetes, hipertensão, epilepsia entre outros. Com essa decisão, interrompe-se o trabalho do único Instituto laboratorial do Brasil capacitado e regulamentado para exercer este tipo de pesquisa. A partir de agora, qualquer empresa interessada na realização de testes para registro de medicamento será obrigada a realizar suas pesquisas fora do País, até que outro laboratório seja credenciado pelo CONCEA (Conselho Nacional de Controle e Experimentação Animal) para essa atividade.
Todos os testes desenvolvidos no Instituto Royal atendiam aos princípios de boas práticas de laboratório (BLP) e também às normas para cuidados dos animais do CONCEA, estando também regulamentadas por protocolos internacionais, tais como o da European Medicines Agency e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
O Instituto Royal acredita que as ações violentas ocorridas no dia 18 de outubro são resultado de dois fatores complementares: as inverdades disseminadas de forma irresponsável - e por vezes oportunista - associadas à falta de informação pré-existente. As consequências dos atos advindos dessa equação resultaram não somente em prejuízo para a instituição, que fecha suas portas, mas também e mais gravemente para a sociedade brasileira, que assiste à inutilização de importantes pesquisas em benefício da vida humana.
É inquestionável o direito de todo cidadão ou instituição expressar suas opiniões e propor à sociedade brasileira o debate sobre temas de interesse público. Não se pode anuir, contudo, com as atitudes de violência que cercaram os episódios envolvendo o Instituto Royal. Uma sociedade organizada e civilizada não pode aceitar que a pesquisa científica seja constrangida por grupos de opinião que preferem o uso da força e da violência em detrimento das vias institucionais e democráticas para travar debates.
O ambiente de insegurança gerou – e continuará gerando - prejuízos para a ciência brasileira, na medida em que não assegura aos cientistas um ambiente institucional adequado para o desenvolvimento de pesquisas cujo objetivo, em última análise, é o de salvar vidas. A consequência deste cenário de hostilidade é o desestímulo à fixação e permanência das melhores mentes científicas em nosso País.
O prejuízo causado ao Instituto Royal não é mensurável. Mas é certo que o Brasil inteiro perde muito com este episódio, lamentavelmente."

Instituto Royal decide suspender suas atividades em São Roque


Entidade afirma em nota que não tem condições de seguir com pesquisas após 178 beagles terem sido levados por ativistas

06 de novembro de 2013
SÃO PAULO - O Instituto Royal decidiu interromper definitivamente as atividades de pesquisa com animais realizadas em seu laboratório em São Roque, no interior de São Paulo. A decisão, informada nesta quarta-feira, 6, ocorre 19 dias depois de ativistas invadirem as instalações da entidade e levarem 178 cães da raça beagle, usados para testes de remédios.
Manifestante resgata beagle no dia 18 - Edison Temoteo/Futura Press/Estadão
Edison Temoteo/Futura Press/Estadão
Manifestante resgata beagle no dia 18
A invasão ocorreu no dia 18, por manifestantes que haviam acampado na porta do local, e as instalações foram depredadas. De acordo com os ativistas, o Royal submetia os animais a maus-tratos. Após o episódio, o instituto teve o alvará suspenso por 60 dias pela prefeitura da cidade. Tanto a invasão quanto a denúncia de maus-tratos estão sob investigação da polícia.
Em nota, o instituto explica sua decisão, tomada após assembleia extraordinária dos associados. "Tendo em vista as elevadas e irreparáveis perdas e os danos sofridos em decorrência da invasão realizada no último dia 18 - com a perda de quase todo o plantel de animais e de aproximadamente uma década de pesquisas -, bem como a persistente instabilidade e a crise de segurança que colocam em risco permanente a integridade física e moral de seus colaboradores, os associados concluíram que está irremediavelmente comprometida a atuação do Instituto Royal para dar continuidade à realização de pesquisa científica e testes mediante utilização de animais."

Faculdades desistem de usar animais vivos em cursos de medicina do país

4/11/2013 - 03h40

LUISA PESSOA
DE SÃO PAULO

Embora muitas faculdades de medicina no Brasil ainda utilizem animais vivos em sala de aula, há cursos de graduação no país que abriram mão dessa prática.

Segundo essas instituições, o uso de métodos alternativos, como manequins que simulam reações do corpo humano (para aulas de técnicas cirúrgicas) e de softwares (para aulas de fisiologia) hoje já suprem as necessidades de ensino.


"Existe um currículo oculto, aquilo que você não ensina na disciplina, mas que ensina nas suas atitudes. O uso de animais vivos em sala de aula dessensibiliza o aluno", diz Odete Miranda, professora da Faculdade de Medicina do ABC, que em 2007 aboliu o uso de animais vivos na graduação em medicina.

A decisão, diz ela, foi impulsionada pela lei 9.605, de 1998, que estabelece que a "experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos" é crime quando houver recursos alternativos.

A Anhembi Morumbi faz o mesmo desde 2008, quando começou o curso de medicina. "O padrão internacional para ensino vai nessa direção. Para replicar um experimento cujo resultado você já sabe, o uso de animais vivos é desnecessário", diz Karen Abrão, diretora da Escola de Ciências da Saúde.

Também a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) aboliu em 2007 os animais vivos em medicina, após mobilização de alunos.

A substituição de animais é recente, dizem as instituições. Entre as razões para manter animais vivos estão o custo menor e a tradição.

O Conselho Federal de Medicina afirma que o tema ainda não foi discutido em plenário e que, por isso, não tem posição oficial.

Nos EUA e no Canadá, segundo a ONG Comitê de Médicos para a Medicina Responsável, apenas quatro faculdades de medicina (de 187 existentes) ainda utilizam animais vivos para o ensino.

Folha-4/11/2013 

LUISA PESSOA
DE SÃO PAULO