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Desperdício que dá frutos: shopping planta horta no telhado e reduz produção de lixo



Sexta, 12 de abril de 2013

Tudo começa com a fome, aquele ronco no estômago que faz todo mundo – os que podem – interromper seus afazeres na hora do almoço para encarar um prato de comida. No shopping Eldorado, zona oeste de São Paulo, mais ou menos 6 mil pessoas lotam a praça de alimentação diariamente para acalmar seus instintos. Têm à disposição restaurantes japoneses, americanos, mineiros e australianos, sem contar lanchonetes e docerias. Mas nem todo mundo dá conta de comer o que pede, e é no rescaldo do incessante sobe e desce dos garfos que a administração do lugar resolveu investir.

A reportagem é de Tadeu Breda e publicada por Rede Brasil Atual, 04-04-2013.

Cerca de R$ 4,5 mil mensais são necessários para que todo alimento jogado fora pelos clientes do Eldorado em seu cotidiano périplo culinário deixe de ser encaminhado aos aterros sanitários e vá parar lá em cima, no telhado, onde vira terra para horta. Essa foi a maneira que o shopping encontrou para reduzir o desperdício: aproximadamente 400 quilos de comida descartada todo santo dia. Dariam para servir umas 800 refeições e aplacar fomes por aí, mas passaram por pratos e bocas alheias, e seu destino natural seria o lixo. "Sabe aquele restinho nojento de arroz que fica na pia? Aquilo que na casa da gente nem gostamos de mexer?", compara o agrônomo Rui Signore, um dos engenheiros responsáveis por levar adiante o reaproveitamento de material orgânico no Eldorado. "É um dos piores resíduos que existem. Ninguém quer trabalhar com isso."

Mas não precisou de muita insistência para que os donos do shopping gostassem da ideia. Claro que, no começo, tiveram reservas. "Havia algumas dúvidas operacionais", explica, ressaltando que um projeto-piloto, iniciado em fevereiro de 2012, acabou com todos os impasses. "Fizemos testes por um mês e medimos os resultados. Acompanhamos temperatura, cheiro e quantidade de insetos. Ficou tudo sob controle." Quando a fase experimental terminou e os resultados foram apresentados à chefia, os patrões perguntaram: É só isso? "A simplicidade às vezes é um problema", avalia Tiago Silva, engenheiro civil do shopping. "O procedimento é tão simples que as pessoas nem acreditam que seja possível."

Agora, todo resto de comida que sai da praça de alimentação é colocado em sacos marrons e levado por funcionários à parte de trás do shopping – um ambiente hostil, escuro e barulhento, meio encardido, que nada tem a ver com os pisos reluzentes e as vitrines iluminadas que ficam à mostra da clientela. Já num contêiner, a comida descartada sobe um elevador até a unidade de reciclagem. Nada extraordinário: uma salinha três por três com grandes caixotes de plástico, sacos de serragem e uma betoneira igual às utilizadas nos canteiros de obra para bater argamassa.

Caminho do lixo

O primeiro passo é misturar aquele monte de arroz, feijão, hambúrguer, pão, osso de frango, salada – tudo – com serragem. "Compramos de uma madeireira da região", conta Rui. "E tem de ser de madeira certificada. Afinal, estamos  trabalhando com ecologia." O agrônomo explica que, sem os restos de madeira, a comida se transforma num grande purê – e a compostagem não funciona: o material apodrece, empesteia o ambiente e junta bicho. "Precisamos da serragem para retirar a umidade e dar balanço ao composto."

Depois vem o ingrediente secreto: uma mistura de bactérias especialistas em comer e digerir resíduos orgânicos com grande rapidez. "São enzimas produzidas por pesquisadores da Universidade Federal de Uberaba, em Minas Gerais, e que aceleram muito o processo." Tudo então é levado à betoneira e misturado por seis horas. O que sai da máquina é um material homogêneo e amarronzado – a cor vem da serragem e das enzimas –, com cheiro de comida industrializada que lembra os molhos especiais da cadeia de lanchonetes mais famosa do mundo. Nenhum odor que inspire nojo ou faça lembrar de lixo – muito menos do lixo doméstico que temos em casa e, com a ponta dos dedos, levamos até a rua pingando.

Da unidade de reciclagem, o composto é levado para o teto, onde passa mais uns dias descansando sob a intempérie. "Com o sol, a mistura atinge até 70 graus", diz Rui. "Preciso dessa temperatura para esterilizar." O que havia de possíveis vetores morre no calor intenso e pronto: basta semear. Em 30 dias, recebendo chuva e vento, e mais sol, os restos de comida reciclados pelo shopping viram terra – inclusive com cheiro de terra, para tristeza de quem tinha gostado da ideia de plantar sobre uma mistura com aroma de hambúrguer e, de repente, conseguir quiabos mais adaptados ao paladar infantil.

Agora mesmo crescem nos dois canteiros do Eldorado berinjelas, tomates, abóboras, jilós, manjericão, confrei, hortelã, erva cidreira e outras plantas medicinais que, promete o agrônomo, se transformarão muito brevemente em chá na mesa de cada funcionário do lugar. Por enquanto sobra espaço no teto, mas a intenção é forrar a laje de hortas. "Temos 9.500 metros quadrados de telhado. Isso é quase 1 hectare", compara Rui. "Não é todo mundo que tem uma fazenda em plena avenida Rebouças." E ainda menos uma fazenda com cheiro de batata frita, porque é pelo telhado que escapam os exaustores de todo o shopping, trazendo as nuvens de gordura das cozinhas.

Autossustentável

Também é lá em cima que se encontra o condensador do sistema de refrigeração de ar, uma cachoeira que, segundo Sérgio Nagai, gerente de operações, descarta 100 mil litros de água por dia apenas para manter a temperatura amena na parte de dentro. Futuramente, quando caixotes cheios de composto orgânico estiverem espalhados por toda a extensão da laje, alimentando as plantas, o Eldorado pretende reutilizar a água do ar condicionado para irrigá-las. Há outros benefícios no horizonte. "Com o telhado verde, você consegue diminuir em até um grau a temperatura interna do shopping e reduzir o consumo de energia elétrica com ar condicionado", contabiliza Nagai. "Com a compostagem, também aumentamos a venda do material reciclável."

O gerente de operações diz que, depois que começou a reutilizar o lixo orgânico, o shopping evita que restos de comida "sujem" plásticos, papéis, vidros e metais comercializados com os centros de triagem – e que só podem ser enviados para reciclagem se estiverem limpos. Colocando tudo na ponta do lápis, a conta vale a pena. "Entre economia de energia e aumento na venda de recicláveis, uma coisa compensa a outra e o investimento com a horta fica no zero a zero" – e com o saldo adicional de poupar o meio ambiente de 50 toneladas mensais de comida estragada, diferença já sentida pela administração.

O objetivo dos engenheiros do Eldorado é que, dentro de cinco anos, não haja mais caminhões de lixo saindo das garagens do shopping. Hoje, porém, o empreendimento ainda manda para os aterros sanitários paulistanos entre 250 e 300 toneladas de resíduos sólidos por mês. "É um volume muito grande", reconhece Nagai. "Reciclamos apenas 19% de tudo o que produzimos aqui." O gerente de operações lembra que o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, sancionado pelo governo federal em 2004, obriga estruturas gigantescas, como shoppings centers, a darem uma destinação adequada para o lixo. Mas não há nenhuma legislação que determine a implementação de hortas.

"O teto verde veio para solucionar o problema que teríamos com a reciclagem dos restos de comida e da praça de alimentação. Era uma quantidade muito grande de composto", revela. Nagai imagina o dia em que os próprios restaurantes do shopping poderão utilizar alguns produtos cultivados ali mesmo, na horta do telhado, para compor seus pratos. "Seria sensacional", vislumbra. "Transformar lixo em comida parece uma ideia meio maluca, mas depois que a gente vê a horta nascendo, sabe que é perfeitamente possível."

fonte: Unisinos

Parque de João Pessoa vai receber elefanta de quatro toneladas



Ela passará por período de adaptação para começar a receber visitas.
Animal foi doado pelo Circo Europeu Internacional.

Lady passará por um tempo de adaptação, antes de começar a receber os visitantes da Bica (Foto: Divulgação/Secom-JP)

O Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica), em João Pessoa, vai ganhar uma nova moradora, a elefanta Lady, que acompanhava o Circo Europeu Internacional. Ela foi doada pelo circo à Prefeitura de João Pessoa, que a adotou e está preparando a Bica para recebê-la.

O animal chegou em João Pessoa na quarta-feira (10) e estará à disposição da população para visitas após um período de três meses, quando estiver totalmente adaptado à cidade.
Pesando aproximadamente quatro toneladas, Lady é alimentada todos os dias com 7 quilos de ração, que inclui capim e pães. Ela foi treinada em indiano e em inglês, tem temperamento dócil e não participa mais de apresentações circenses.

O prefeito Luciano Cartaxo destacou que esta é a primeira vez que o Parque Arruda Câmara tem a oportunidade de acolher um animal como este. "Isso vai valorizar muito a Bica e atrair ainda mais visitantes, principalmente as crianças que tem uma verdadeira paixão por animais. Estamos recebendo a elefanta com satisfação e vamos cuidar dela com muito carinho", garantiu.
Para o diretor da Bica, Jair Azevedo, “é um privilégio para a cidade receber um animal deste porte. Aqui ele terá abrigo com um ambiente para tomar sol, ponto de fuga, obstáculos para se exercitar, um recinto projetado para proporcionar bem estar e qualidade de vida”, disse.
Segundo o assessor jurídico do Circo, Josemy Costa, 15 capitais brasileiras se manifestaram para adotar o animal: “Escolhemos João Pessoa para ser a nova casa de Lady pela qualidade do clima e pelo compromisso assumido pela Semam [Secretaria de Meio Ambiente] em acolher o animal com toda a infraestrutura que ele requer”, ressaltou.
Período de adaptação
Durante este tempo de adaptação, os tratadores da Bica farão um intercâmbio com o educador da elefanta, Maércio Neves, mas conhecido como China, que cuida do animal há quase 40 anos e que também está se aposentando. Lady ainda permanecerá no ambiente do Circo durante três meses, enquanto será preparado o recinto na Bica para recebê-la, seguindo as normas do Ibama.

fonte: G1

Bichos de estimação visitam pacientes no hospital Albert Einstein e ajudam na recuperação


Acesso é proibido na UTI, mas já foi liberado em quartos e até em unidade semi-intensiva
O Hospital Israelita Albert Einstein permite, sob rígido protocolo, a visita de animais de estimação a pacientes internados. Segundo a instituição, o procedimento ajuda na recuperação dos pacientes.

De acordo com Rita Grotto, gerente de atendimento ao cliente, desde 2009, são feitos testes e a equipe é preparada.

— Os cuidados podem ser melhor realizados quando você envolve quem também cuida.


Cristiane Isabela de Almeida fez uma cirurgia e recebeu a visita de TwisterDivulgação/Hospital Albert Einstein

A entrada dos bichinhos no hospital faz parte do cumprimento de regras do 
Planetree, uma certificação internacional de humanicação recebida pelo Einstein em dezembro de 2011. O acesso é proibido na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas já foi liberado em quartos e até em unidade semi-intensiva, como conta a gerente de atendimento.

— O paciente estava há sete meses internado e a esposa trouxe ele numa bolsinha. Era um poodle super pequenininho e foi no apartamento na semi-intensiva. Mas na UTI a gente não permite.

A grande maioria dos animais que visitam os paciente são cachorros, mas também já entraram gatos, coelhos e passarinhos. Animais muito grandes não são recebidos no quarto, mas em uma área externa do hospital.

— A gente tem um jardim super bonito que a gente arruma quando é um cachorro maior e a gente leva o paciente até lá de cadeira de rodas. A gente já fez encontro até em carro.

Para entrar no hospital, é necessário seguir um protocolo rígido. A enfermagem recebe a solicitação do paciente ou da família e comunica ao médico responsável. A aprovação ou não da entrada do bichinho vai depender do dianóstico do paciente e do estado de saúde dele. Além disso, o animal tem que estar com boa saúde, segundo Rita.

— Ele precisa estar com boa saúde, tem que estar comprovado pelo veterinário que tomou as vacinas, tem que apresentar a carteira de vacinas atualizada e tem que tomar banho na véspera da visita. Aí a gente vai definir o local, dependendo do tamanho do animal.

Além disso, o familiar terá que garantir, em prontuário, que o animal é dócil e que permanecerá com guia ou em compartimento de transporte para circulação nas áreas comuns. Rita Grotto afirma que a visita dos bichos de estimação ajuda na recuperação dos pacientes.

— Só contribui para o tratamento, para o seu bem-estar. É um ação que ajuda na recuperação. Faz com que se sinta bem, acolhido, além de incentivar a parceria de cura entre o paciente, o familiar e as equipes, porque todo mundo acaba quebrando aquela rotina de hospital.

A médica Cristiane Isabela de Almeida esteve internada 35 dias no hospital em 2011 para fazer uma cirurgia. Durante esse período, ela recebeu a visita do seu cachorro Twister. Segundo Almeida, a presença do animal de estimação na unidade de saúde “preencheu a sua alma”.     

— Com toda a doçura que os animais sabem ter nestes momentos, entrou como um principezinho pela porta principal do hospital, abanou o rabo com aquela alegria de quem não guarda mágoas da separação, e pulou, pedindo colo, carinho e um tempo só com ele.  


fonte: R7

Um terço da carne que chega à mesa do brasileiro não passa por inspeção




Pesquisa inédita sobre o abate bovino no Brasil mostra que um terço da carne que chega à mesa do brasileiro não passa sequer por inspeção. O trabalho, realizado ao longo de oito meses pela OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, é lançado hoje (09-04-2013) no Congresso Nacional, em audiências públicas marcadas no Senado (8h30h) e na Câmara dos Deputados (14h).

A informação é de amazonia.org.br, 09-04-2013.

Nova etapa de uma pesquisa sobre as cadeias da pecuária iniciada desde 2007, o relatório Radiografia da Carne no Brasil foca os empreendimentos industriais com inspeção municipal e estadual (esta etapa não analisa o chamado abate clandestino). Uma ampla amostra, em estados responsáveis por mais de 60% do rebanho nacional, aponta para uma falha sistêmica: em aproximadamente 80% dos empreendimentos não é sequer realizada a inspeção sanitária. A falta de sanidade vai junto com o desrespeito ao meio ambiente, aos direitos trabalhistas, ao bem-estar animal e, mais em geral, à falta de rastreabilidade e origem do produto.

“Se acabarmos com a inspeção de ficção, não vai faltar carne na mesa do brasileiro: a capacidade de abate em plantas com inspeção federal atinge mais do que o dobro da produção atual” – assegura o diretor da Amigos da Terra, Roberto Smeraldi. Em discurso aos parlamentares, hoje, ele apelará ao Congresso para ter apenas um sistema único de inspeção.

A pesquisa mostra uma situação paradoxal: a existência, de fato, de quatro padrões sanitários diferentes dentro do Brasil, que não levam em conta que o risco para os consumidores é o mesmo, independentemente de onde a carne é consumida. Mas a realidade é que o padrão mais exigente é o das carnes exportadas, depois vem o das carnes submetidas a inspeção federal (SIF), que podem circular no território nacional, em seguida daquelas submetidas a inspeção estadual (SIE), que podem circular dentro do estado, e finalmente daquelas objeto de inspeção municipal (SIM), cujo trânsito é permitido só dentro do município.

O relatório evidencia a difusa omissão de veterinários que assinam certificados sem sequer estar presentes ao abate, o que permite que a carne circule sem ser considerada clandestina. “O Conselho dos veterinários tem a oportunidade de preservar a dignidade dos bons profissionais, afastando todos os que emprestam seu nome para a inspeção de ficção”, diz Smeraldi. O relatório Radiografia da Carne no Brasil - composto por um documento em pdf e um vídeo de 14 minutos, está disponível na íntegra para download nos sites www.amazonia.org.br e www.eco-financas.org.br

Poluição do ar mata mais de seis milhões de pessoas por ano



Quinta, 11 de abril de 2013

Organização Mundial da Saúde classifica a poluição atmosférica como um dos maiores perigos à humanidade e recomenda o fortalecimento do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e investimentos em energias renováveis.

A reportagem é de Fabiano Ávila e publicada pelo Instituto CarbonoBrasil, 10-04-2013.

O governo chinês investirá 100 bilhões de Yuan (US$ 16 bilhões) nos próximos três anos para lidar com a poluição do ar em Pequim. Para se ter ideia, desde o início de 2013 mais dias foram classificados como “insalubres” e “perigosos” na capital chinesa do que “razoáveis”.

A China é um dos exemplos do futuro que nos espera se nada for feito para reduzir as emissões de poluentes das atividades humanas. Mas a realidade atual pode ser ainda pior do que imaginávamos.

“Nossas estimativas mostram que 3,5 milhões de mortes prematuras acontecem todos os anos por causa da poluição dentro das casas e outras 3,3 milhões pela poluição do ar nas ruas”, afirmou Maria Neira, diretora de Saúde Pública e Meio Ambiente da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O alerta foi feito durante a mais recente reunião da Coalizão do Clima e do Ar Limpo (CCAC) do Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (PNUMA), que foi realizada no último fim de semana em Paris.

O cenário apresentado pela OMS no encontro é desolador, com a poluição do ar matando mais pessoas do que a AIDS e a Malária juntas, por exemplo. 

A situação mais preocupante é a da África, onde milhões de pessoas ainda queimam madeira ou outros combustíveis dentro de suas casas para a obtenção de calor e iluminação, resultando em famílias inteiras desenvolvendo problemas respiratórios devido à fuligem. Já na Ásia e na América Latina, o grande problema é a poluição nas grandes cidades, causada pelos veículos e atividades industriais. 

“A poluição do ar é um dos maiores problemas de saúde pública do planeta, um problema que foi subestimado no passado. O pior é que a situação parece estar piorando graças ao aumento do uso dos combustíveis fósseis”, declarou Maria.

De acordo com a CCAC, os poluentes climáticos de vida curta (SLCPs, na sigla em inglês), como o carbono negro e o metano, são os principais vilões não apenas da saúde pública, mas também das mudanças climáticas. Os SLCPs são emitidos por diversas fontes, mas são principalmente resultado da queima de combustíveis fósseis.

Para a CCAC é preciso reduzir drasticamente e rapidamente essas emissões através da utilização de novas tecnologias, como filtros e modelos mais recentes de fornos e fornalhas. Outra medida considerada essencial seria o incentivo aos investimentos em energias renováveis.

“Se aumentarmos o acesso à energia limpa, os benefícios para a saúde seriam enormes. Não vemos esse argumento sendo usado frequentemente, mas está claro que preservar a vida humana é um dos fatores que devemos levar em conta para justificar os investimentos em energias como a solar e a eólica”, disse Maria.

Durante o encontro em Paris, foi deixado claro que o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo da ONU (MDL) possui um papel importante a cumprir e deveria ser fortalecido.

O MDL funciona assim: iniciativas em países em desenvolvimento que reduzam as emissões recebem créditos, as Reduções Certificadas de Emissão (RCEs), que podem ser comercializadas com os países ricos signatários do Protocolo de Quioto ou com qualquer outra nação que possua metas de emissão e aceite as RCEs como uma de suas “moedas”.

Em setembro do ano passado, o MDL comemorou a marca de um bilhão de toneladas de CO2 que deixaram de ser emitidas graças a seus projetos. 

Atualmente existem mais de 4.500 projetos de 75 países registrados. São iniciativas que vão desde a substituição de fornos à lenha por modelos mais limpos e eficientes à aplicação de tecnologias que diminuem as emissões de gases do efeito estufa na geração de energia.  

Porém, a ferramenta foi vítima do problema do excesso de créditos de carbono nos mercados mundiais - causado principalmente pela crise europeia, que diminuiu a demanda por créditos - e hoje cada uma de suas RCEs vale menos de US$ 1. Um valor baixo demais para incentivar o desenvolvimento de novos projetos. 

Segundo a CCAC é preciso elevar esse preço, mas não foram apresentados os meios para que isso seja feito.

fonte: Unisinos

Por que o Rio decidiu multar quem joga lixo no chão?


Quinta, 11 de abril de 2013

A partir do próximo mês de julho, aproximadamente 500 agentes públicos participarão de uma operação permanente – e inédita – nas ruas do Rio de Janeiro. Eles vão multar quem for flagrado jogando lixo no chão. E não importa o tamanho do resíduo. O comentário é do jornalista e ambientalista André Trigueiro em artigo publicado pelo sítio Mundo Sustentável, 10-04-2013.

Eis o artigo.

Para volumes pequenos, que tenham tamanho igual ou menor ao de uma lata de cerveja, a multa é de R$ 157. Para resíduos maiores que uma lata de cerveja e menores que um metro cúbico, o valor sobe para R$ 392. O que for descartado de forma inadequada com tamanho acima de um metro cúbico custará ao infrator R$ 980. Em caso de entulho, o valor sobre para R$ 3 mil.

Depois de quase dois meses de consultas ao Departamento Jurídico da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) e à Procuradoria do Município, a Prefeitura chegou à conclusão de que a melhor maneira dessa nova regra “pegar”, ou seja, de a multa surtir o efeito desejado e constranger o cidadão a não jogar lixo no chão, era garantir que o valor estabelecido será pago e que o eventual não pagamento significará uma enorme dor de cabeça para o infrator.

Vai funcionar assim: cada equipe de fiscais será composta por um guarda municipal, um policial militar e um agente de limpeza da Comlurb. Caberá ao guarda municipal levar consigo um computador de mão com acesso à internet, acoplado a uma impressora. Ao flagrar o lançamento irregular de lixo no chão, a equipe fará imediatamente a abordagem para obter o CPF do infrator. Basta o número do CPF para que a multa seja impressa na hora no local do flagrante. Se o cidadão se recusar a dar o CPF, será levado pelo policial militar até a delegacia mais próxima como já acontece com quem é flagrado fazendo xixi na rua.

Quem for multado tem o direito de recorrer. Se ainda assim for considerado culpado e decidir não pagar a multa, terá o título protestado pela Prefeitura. Ou seja, ficará com o nome “sujo” na praça e poderá ter dificuldades para pedir empréstimos ou fazer compras a prazo.

É possível que alguém considere exageradas estas medidas. Mas exagerado é o volume de lixo abandonado no lugar errado no Rio. Apenas no ano passado, foram recolhidas das ruas, praias, encostas e outros lugares onde não deveria haver lixo nenhum mais de 1,2 milhão de toneladas de resíduos. O equivalente a três Maracanãs repletos de lixo.

A eventual falta de lixeiras por perto não deveria servir de desculpa, pois que em várias cidades do mundo elas também não são fáceis de encontrar (no Japão há cidades em que elas são raríssimas) e nem por isso há sujeira nas ruas. Nessas cidades, o cidadão reconhece a parte que lhe cabe em relação ao lixo que gera, e não se importa de transportar consigo o resíduo até que seja possível descartá-lo de forma segura.

Apenas para dar um exemplo da situação limite a que o Rio chegou: na Avenida Rio Branco, uma das mais movimentadas da cidade, existem 100 cestas coletoras de cor abóbora, daquelas que chamam a atenção de longe. Ainda assim, são abandonados no chão 580 quilos de lixo por dia. Uma equipe de 16 garis é obrigada a varrer as calçadas da Rio Branco quatro vezes por dia.

O mesmo acontece em outras importantes vias públicas da cidade como a Avenida Nossa Senhora de Copacabana (4 toneladas/dia), Rua Coronel Agostinho, em Campo Grande (1,5 tonelada /dia), Avenida Presidente Vargas (780 kg/dia) e Estrada do Portela (435 kg/dia).

O que passa despercebido pela maioria das pessoas que jogam sem cerimônia seus resíduos no chão é que esse simples gesto tem um impacto importante sobre o orçamento do município. Apenas no ano passado, foram gastos R$ 600 milhões com toda a logística que envolve a limpeza das calçadas e a retirada de lixo das praias. Se fosse possível reduzir em apenas 15% o volume de lixo despejado no lugar errado, o dinheiro economizado seria suficiente para construir , segundo cálculos da própria Comlurb, 1.184 casas populares, 30 Clínicas da Família ou 22 creches modernas como são os espaços de desenvolvimento infantil (EDIS).

Sem a colaboração cidadã de parte expressiva dos moradores da cidade, a Comlurb vem demandando cada vez mais recursos públicos. O orçamento de R$ 1,2 bilhão já é o quinto maior do município. Um absurdo, considerando que o crescimento dos gastos ocorre em grande parte por displicência de quem suja a cidade. E vem sujando cada vez mais.

O ano de 2013 já começou com um novo recorde em sujeira nas praias. 768 toneladas de lixo foram recolhidas das areias, um aumento de 19% em relação ao ano passado. Depois veio o carnaval, e no embalo dos blocos, mais um recorde de sujeira. 1120 toneladas de lixo, um crescimento de 12% em relação ao ano anterior. Para completar a situação, o Rio de Janeiro foi escolhido em fevereiro a nona cidade mais suja do mundo, numa lista de 40 dos mais importantes destinos turísticos do planeta. Vexame internacional.

A aplicação de multas não resolve o problema, mas pode inibir bastante a recorrência deste lançamento indiscriminado de resíduos no lugar errado. Tal como aconteceu quando se decidiu aplicar multas mais salgadas nos motoristas que fossem flagrados sem o cinto de segurança, ou mais recentemente nos condutores embriagados, há um efeito didático poderoso quando o que está em jogo é o risco de prejuízo financeiro.

Se o bolso continua sendo a parte mais sensível do ser humano, é por aí que se deve buscar a “consciência” do cidadão em favor de uma sociedade melhor e mais justa.

Idosa de 81 anos é detida por maltratar cadela em Pernambuco



Uma idosa de 81 suspeita de maltratar uma cadela no bairro dos Coelhos, no Recife, foi detida e levada para a Delegacia de Santo Amaro. Vizinhos denunciaram à polícia que Almira Maria das Neves teria espancado o animal com um pedaço de pau e uma bengala. Ela nega as acusações.

Filhotes de orangotango são resgatados após caçadores matarem pais



Os bebês primatas viviam em condições de risco após seus pais terem sido mortos por caçadores

Ativistas precisaram usar carrinhos de mão para transportar os animais
Foto: Roger Allen / BBCBrasil.com

Trinta bebês orangotangos foram resgatados após terem sido encontrados vivendo em cabanas numa floresta na ilha de Bornéu, no sudeste asiático. Segundo a ONG International Animal Rescue, os bebês primatas viviam em condições de risco após seus pais terem sido mortos por caçadores e a floresta que servia como seu habitat ter sido devastada.

Eles foram levados para um centro de tratamento e tiveram que ser transportados com a ajuda de carrinhos de mão.

Os orangotangos estão entre as espécies que enfrentam maior risco de extinção no mundo e acredita-se que haja menos de 50 mil deles no mundo atualmente. Além da gradual destruição das florestas que servem como seus habitats, a caça e o tráfico também ameaçam a sobrevivência dos orangotangos.

BBC

fonte: Portal Terra

EUA: maquinista para trem e salva cão preso a trilhos



Foto cedida pelo Serviço de Controle Animal do Condado de Riverside mostra Banjo após sobreviver ao incidente
Foto: AP
Um homem de 78 anos atou um cachorro aos trilhos de uma ferrovia no deserto da Califórnia, nos Estados Unidos, mas o maquinista de um trem que passava no local conseguiu acessar os freios de emergência a tempo de impedir que o animal fosse atropelado, informa a agência AP nesta quarta-feira citando autoridades locais. O incidente aconteceu no dia 2 abril.

O Serviço de Controle Animal do Condado de Riverside emitiu um comunicado na terça-feira informando que Banjo, um misto de raças poodle e terrier de 10 meses, passa bem e está pronto para ser adotado.

Segundo a AP, o trem estava se aproximava da cidade de Mecca, localizada a cerca de 230 km de Los Angeles, quando o maquinista avistou um homem se afastando dos trilhos e decidiu parar o trem. "É uma das piores coisas que já vi", disse Sal Pina, agente da rede ferroviária Union Pacific que participou do caso.

Pina diz que ele próprio desamarrou Banjo e deteve o homem, que teria dito que sua família não queria o cão e que não sabia o que fazer com ele. Pina afirmou ainda que não apresentou acusações contra o idoso porque este parecia confuso e não compreendia o que tinha feito. 

fonte: Portal Terra

Prefeitura do Rio vai multar a partir de julho quem jogar lixo na rua



Guarda Municipal vai usar um equipamento para aplicar as multas.
Basta o número do CPF para que a multa seja registrada. 


A Prefeitura do Rio vai aplicar multas a partir de julho para quem jogar lixo no chão. As novas regras foram anunciadas nesta terça-feira (9). Não importa o tamanho do lixo. Pode ser um chiclete ou uma guimba de cigarro, como mostrou o RJTV.
Valores
Para resíduos pequenos, que tenham tamanho igual ou menor ao de uma lata de cerveja, a multa é de R$ 157. Para resíduos maiores que uma lata de cerveja e menores que um metro cúbico, o valor sobe para R$ 392. O que for descartado de forma inadequada com tamanho acima de um metro cúbico, custará ao infrator R$ 980.
Multa pelo número do CPF
A Guarda Municipal vai usar um palmtop para aplicar as multas. Basta o número do CPF para que a multa seja registrada. Se o cidadão se recusar a dar o CPF, será levado pela PM até a delegacia mais próxima como já acontece com quem é flagrado fazendo xixi na rua.
Quem for multado tem o direito de recorrer. Se ainda assim for considerado culpado e decidir não pagar a multa, terá o título protestado pela prefeitura. Ou seja, poderá ter dificuldades para pedir empréstimos ou fazer compras parceladas no varejo.
Por ano, a varrição de ruas e a limpeza das praias custam R$ 16,5 milhões. Dinheiro público que poderia ser melhor empregado na construção de creches, hospitais ou casas populares.
Realidade em outros países
O que começa a valer agora no Rio de Janeiro já é realidade em vários outros lugares do mundo. No Texas, Estados Unidos, astros do cinema, da música e do esporte participam ativamente de campanhas publicitárias que estimulam o cidadão a não sujar as ruas.

O valor da multa pode chegar até 500 dólares, aproximadamente mil reais, dependendo do peso do lixo. 
Em Londres, o rigor é o mesmo. Uma das campanhas mais populares é que lembra que um simples chiclete jogado no chão pode custar 80 libras de multa, aproximadamente R$ 240. 
Em Paris, cuspir na rua é infração tão grave quanto não limpar a sujeira do cachorro. Multa de 35 euros, o equivalente a R$ 87. 

Em Tóquio é difícil encontrar algum gari nas ruas. Os japoneses aprendem desde cedo na escola e recolher todo o lixo que produzem e dar a destinação correta.

fonte: G1

Itapetinga: Rodeio não pode utilizar instrumentos que maltratem animais


Espora


O sindicato rural de Itapetininga/SP está proibido de utilizar, no rodeio que promove anualmente na cidade, instrumentos que maltratem os animais, sob pena de multa diária de R$ 5 mil e configuração do crime de desobediência. A decisão é do juízo da 3ª vara Cível de Itapetininga.

A concessão de tutela antecipada foi pleiteada pela UIPA - União Internacional Protetora dos Animais. O juiz Diego Migliorini Júnior acolheu integralmente parecer do MP e concedeu a tutela para proibir, no evento Expoagro, a ser realizado de 19 a 28/4, a utilização de instrumentos que provoquem maus tratos contra animais.

Segundo o magistrado, estão proibidos sedéns de qualquer espécie, natureza e material, esporas de qualquer tipo, corda americana, choques, peiteiras, barrigueiras, sinos, laços e outros que causem maus tratos.

Na decisão, o juiz determina que a comissão organizadora deverá franquear, ainda, a entrada de um representante da UIPA para acompanhar o evento. As polícias Militar e Civil e a Vigilância Sanitária Municipal deverão fiscalizar o cumprimento das condições delineadas para a realização do rodeio.

A UIPA foi representada pela advogada Julia Nunes Machado.

Processo: 0003981-55.2013.8.26.0269

fonte: migalhas.com.br 

''Um veredito escandaloso'' pelo duplo assassinato dos defensores da Floresta Amazônica


Ao término de um processo-relâmpago, a sentença pelo duplo assassinato dos dois militantes da Comissão Pastoral da Terra, em Marabá, na Amazônia brasileira, foi pronunciada. Condenações de mais de 40 anos de prisão a cada um dos dois autores. Mas o suposto mandante foi absolvido. Uma sentença que provoca a ira dos membros da sociedade civil.

A reportagem é de Jean-Claude Gerez, publicada no sítio da revista La Vie, 05-04-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Pedradas na fachada do Palácio de Justiça de Marabá. Assim foi recebida a sentença do tribunal da capital administrativa do sul do Estado do Pará, no coração da Amazônia brasileira, encarregado de julgar os autores e o suposto mandante do duplo assassinato de Maria e José Claudio do Espírito Santo. 

O casal havia sido assassinado no dia 24 de maio de 2011, militava na Comissão Pastoral da Terra (CPT), uma organização da Igreja Católica brasileira que luta para defender os direitos dos pequenos camponeses e dos agricultores sem terra.

A sentença chegou na quinta-feira, 4 de abril, às 18h30. Lindonjonson Silva Rocha e Alberto Lopes do Nascimento foram considerados culpados pelo duplo assassinato pelo júri popular composto por sete pessoas. O primeiro foi condenado a 42 anos, o segundo a 45 anos de prisão. Ao invés, José Rodrigues Moreira, o suposto mandante do duplo crime, acusado de tê-lo planejado, organizado e financiado, foi absolvido.

O frei Henri Burin des Roziers, dominicano francês e ex-advogado da CPT, que acompanhou o processo, nos confidenciou a sua indignação: "Essa sentença é simplesmente escandalosa. Constitui uma nova porta aberta à impunidade na região e um grave golpe contra todos aqueles, homens e mulheres, que lutam pela defesa da natureza".

O dominicano também acredita que a absolvição do suposto mandante representa "uma gravíssima ameaça para a vida de Laisa Santos Sampaio", irmã de Maria do Espírito Santo, também ela ameaçada de morte na reserva extrativista de Pria Alta Pinheira, perto da cidade de Nova Ipixuna, onde ela vive com seu companheiro e filhos... exatamente ao lado da propriedade do suposto mandante.

Frei Henri notou a presença de dois jurados evangélicos no júri popular. Uma filiação religiosa compartilhada por um dos defensores do suposto mandante. "Depois do apelo do advogado de defesa – conta Frei Henri –, o presidente do tribunal perguntou a José Moreira Rodriguez, como é de praxe, se ele tinha algo a declarar. Este, então, se colocou de joelhos, levantou os braços para o céu, chorou e implorou a misericórdia de Deus". Um gesto que poderia ter desempenhado um papel na decisão do júri.

As reações dos advogados dos acusados foram discretas no fim do processo e não abordaram conteúdos de fundo. "Esse dossiê tinha muitos erros processuais – contentaram-se em lembrar –, sem contar o modo tendencioso com o qual a imprensa tratou o caso". Um caso que, no entanto, não foi concluído, já que, após a leitura da sentença, as partes civis e o Ministério Público manifestaram a vontade de apresentar recurso.

fonte: Unisinos

Alimentos têm deflação global, mas sobem no País


Índices da FAO apontam que desde outubro de 2012 preços vêm caindo e acumulam deflação de 2,6%; já no Brasil, subiram 5,5%

08 de abril de 2013 | 2h 11

FERNANDO NAKAGAWA, CORRESPONDENTE / LONDRES - O Estado de S.Paulo

Considerado um dos celeiros do mundo, o Brasil tem vivido uma situação inusitada nos últimos meses. Enquanto os alimentos ficaram mais baratos no exterior desde o ano passado, o preço da comida brasileira está na contramão e sobe sem parar há 19 meses.

Dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) mostram que, globalmente, os alimentos têm queda consecutiva desde outubro de 2012 e acumulam deflação de 2,6% no período. No Brasil, ao contrário, os preços ao consumidor subiram 5,5%.

Com a economia global ainda tentando sair da crise, a demanda por commodities segue aquém do esperado pelos analistas, especialmente em grãos - segmento em que o Brasil é um forte exportador. Com as estimativas frustradas, os preços internacionais engataram a tendência de queda.

Comparação. Levantamento feito pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, com dados da FAO revela que a economia global vive atualmente a maior sequência de quedas do índice de preços de alimentos desde o estouro da crise financeira no fim de 2008.

Esse índice é medido pela FAO conforme a evolução mensal do preço de 55 alimentos de origem vegetal e animal em cinco categorias: açúcar, carnes, cereais, lácteos e oleaginosos.

O Brasil, porém, não sentiu essa recente virada dos preços. Na mesa do consumidor brasileiro, ao contrário, nada mudou e a inflação segue firme a tendência de alta. Ou seja, a queda dos preços internacionais - verificada nas commodities como soja, milho, café e carnes - ficou em algum lugar até chegar à casa do consumidor.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostram que os preços do grupo Alimentação e Bebidas têm subido todos os meses desde agosto de 2011, conforme a série dessazonalizada. Nesse período, a inflação da comida avançou nada desprezíveis 16,5% ou mais de três vezes a meta de inflação perseguida pelo Banco Central. No índice medido pela FAO, o mundo é completamente diferente: deflação acumulada de 9% nos mesmos 19 meses.

Na contramão. Os dois últimos meses do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - parâmetro oficial no Brasil para a evolução dos juros -, inclusive, revelam que a remarcação voltou a ganhar força e a inflação de alimentos e bebidas foi de 1,63% em janeiro e 1,52% em fevereiro.

O ritmo é o mais forte desde o fim de 2007, quando alimentos chegaram a subir 1,97% em um mês. Naquele ano, porém, o Brasil cresceu mais de 7,0%. Em 2012, vale lembrar, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro girou em torno de 1,0% e deve avançar para 3,0% este ano. Ou seja, alimentos têm subido tanto quanto em 2007, mas a economia roda muito abaixo da velocidade daquele ano.

Nos 12 meses acumulados até fevereiro, o grupo Alimentação e Bebidas do IPCA dessazonalizado acumula alta de 11,7%, a maior desde novembro de 2008 - logo após a quebra do banco americano Lehman Brothers. Na medição internacional de preços de alimentos feita pela FAO, o mesmo período acumulou deflação de 2,24%.

fonte: estadao.com.br 

Estudo diz que demanda por carne e soja eleva pressão sobre Amazônia


O aumento da demanda externa por carne bovina e soja vai induzir o Brasil a desmatar mais a floresta amazônica, revertendo o sucesso recente na diminuição das perdas florestais, mostrou um estudo feito por especialistas do Centro de Pesquisas Internacionais sobre Clima e Meio Ambiente, divulgado nesta semana na revista Environmental Research Letters.

A reportagem é da agência Reuters e reproduzida pelo sítio G1, 05-04-2013. (Unisinos)

Cerca de 30% do desmatamento no Brasil na primeira década deste século ocorreram porque agricultores e pecuaristas procuraram terras para expandir a produção de carne e soja para exportação, contra cerca de 20% na década de 1990, disse o relatório. "O comércio está emergindo como o principal motor do desmatamento no Brasil", diz o estudo.

"Isso pode contribuir indiretamente para a perda das florestas que os países industrializados estão tentando proteger por meio de acordos internacionais", aponta o documento. As exportações de carne bovina e soja responderam por 2,7 bilhões de toneladas de emissões de carbono causadas pelo desmatamento no Brasil na década de 2010, disse o relatório. Isso excede as emissões de gases de efeito estufa de uma nação como o Egito, no mesmo período.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados na última semana mostraram um aumento de 26,6% no desmatamento entre agosto de 2012 e fevereiro deste ano, para 1.695 km², em relação ao mesmo período anterior, segundo o ministério. As informações incluem a degradação (desmatamento parcial) e o corte raso (desmatamento total) da floresta. A chamada Amazônia Legal cobre 5,2 milhões de km².

A crescente demanda externa e a ânsia do governo brasileiro por crescimento econômico significam que uma queda contínua na taxa de desmatamento era improvável sem novas medidas para proteger as florestas, disse o relatório.

Emissões globais

Mundialmente, o desmatamento representa até um quinto das emissões de gases do efeito estufa de origem humana, de acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas. As árvores absorvem dióxido de carbono enquanto crescem e o liberam quando são queimadas ou apodrecem.

Segundo as regras de mudança climática da ONU, as emissões de gases do efeito estufa são consideradas aquelas dentro das fronteiras nacionais. Sugestões de transferir a responsabilidade aos consumidores, neste caso os compradores externos da carne bovina brasileira, são muitas vezes desprezadas como sendo muito complicadas.

"Tem sido um pesadelo no setor florestal", disse o pesquisador de florestas do Instituto Internacional para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, Duncan Macqueen, em Edimburgo. "Os consumidores se perguntam 'por que devemos sofrer o custo da reforma do sistema?'", disse.

Alguns projetos procuram certificar a produção florestal como vindo de uma fonte que não envolve extração ilegal de madeira. Mas têm inconvenientes, já que os custos das auditorias podem ser muito elevados para os pequenos produtores, afirmou.

O estudo do centro sugeriu uma melhor rotulagem ou informações sobre importações para ajudar os consumidores. Além disso, a pesquisa não tentou comparar o impacto ambiental da produção de carne bovina ou de soja no Brasil com a de outras nações para ver onde a produção foi menos prejudicial. "Análises similares ainda têm de ser feitas", afirmou o autor Jonas Karstensen.