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Comissão Europeia suspende uso de pesticidas que matam abelhas


Organização das Nações Unidas estima que de cerca de 100 tipos de cultura que provêm 90% dos alimentos do mundo, 71% são polinizados por abelhas



Comissão Europeia suspende uso de pesticidas que matam abelhas
Foto: Pieter Boer, Greenpeace / Divulgação
Viviane Vaz
Bruxelas

O apicultor grego Emmanuel Alevantis aplaudiu na última segunda-feira, dia 29, em Bruxelas, a decisão da Comissão Europeia de restringir o uso de pesticidas suspeitos de dizimar populações de abelhas - clotianidina, imidacloprido e tiametoxam. A medida foi aprovada após uma votação entre 27 países da União Europeia e foi obtida sem ampla maioria: 15 países votaram a favor da proibição dos pesticidas; oito, contra; enquanto quatro se abstiveram.

Cientistas defendem que apenas um grama destes pesticidas é suficiente para matar 250 milhões de abelhas, fenômeno que tem sido registrado em alguns países da Europa e dos Estados Unidos. "Sinto inclusive que está ficando difícil encontrar mel líquido aqui no norte da Europa", disse Alevantis ao Terra.

O apicultor possui uma empresa familiar que produz mel na ilha de Creta desde 1976. Há um ano ele começou a vender o produto em feiras artesanais de Bruxelas e abriu um ponto fixo de venda no vilarejo Overijse, a cerca de 10 quilômetros da capital belga. "Apesar de não termos este problema em Creta, considero uma boa medida controlar o uso destes pesticidas que estão matando as abelhas", afirmou.

O apicultor explica que na ilha grega a agricultura é voltada para o mercado interno e não utiliza os pesticidas da produção em grande escala. "Não vemos o benefício de uma agricultura intensiva e agressiva", explicou.
Foto: Michael Würtenberg, Greenpeace / Divulgação
Diversas ONGs ambientais também apoiaram a decisão na Europa, mas esperam medidas mais firmes do órgão executivo da UE. "Gostaríamos que a Comissão não agisse apenas contra os neonicotinoides, mas que também tivesse em conta as evidências científicas de que outras substâncias são tão tóxicas quanto estas que serão banidas em breve", afirmou Marco Contiero, responsável pela política agrícola da unidade europeia do Greenpeace. "Num relatório científico recente, identificamos sete substâncias que colocam problemas muito sérios para as abelhas e outros insetos polinizadores", declarou.

A restrição do uso dos três pesticidas em território da UE começa a valer a partir de julho e deve ser mantida por dois anos nas plantações que não atraem abelhas. Os pesticidas proibidos são produzidos principalmente pela empresa alemã Bayer e a suíça Syngenta - também atuantes no Brasil. Ambas as fabricantes argumentam que não está comprovada a relação entre o uso de neonicotinoides e o acentuado declínio no número de abelhas na Europa, fenômeno que está sendo chamado de "Colapso de Desordem das Colmeias". Estima-se que em algumas zonas a mortalidade chega a 85%.

Abelhas brasileiras
​No Brasil, o Ibama chegou a suspender a utilização das mesmas substâncias por três meses no ano passado, depois de começar a estudar a relação entre os neonicotinoides e as abelhas em fevereiro de 2010. A partir desta data, desenvolveu uma série de estudos que culminaram com a proibição da aplicação aérea sobre as lavouras dos produtos com imidacloprido, tiametoxam, clotianidina e também fipronil como ingredientes ativos.

"Todos eles associados a problemas de mortandade de abelhas no país, embora aqui não haja comprovada ocorrência do fenômeno descrito internacionalmente como Colapso de Desordem das Colméias", afirmou ao Terra o coordenador-geral de avaliação e controle de substâncias químicas da entidade, Márcio R. de Freitas.

Depois de discussões no Congresso brasileiro em 2012, a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, em conjunto com o Ibama, voltou a autorizar, em janeiro deste ano, a aplicação aérea das quatro substâncias para as monoculturas de soja, algodão, cana, arroz e trigo no Brasil. "Para as demais culturas, a proibição da aplicação aérea se mantém", detalha Márcio. Para o presidente da Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), José Cunha, a flexibilização na legislação é resultado da pressão da indústria.

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) estima que de cerca de 100 tipos de cultura que provêm 90% dos alimentos do mundo, 71% são polinizados por abelhas. Somente na Europa, 84% dos 264 tipos e cultura existentes são polinizados por animais e 4 mil espécies de plantas existem graças a polinização das abelhas.







Empresária resgata vira-lata amarrada em trilho de trem no interior de SP



ESTELA MARI VESARO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LORENA

Moradores de Lorena salvaram na noite de desta quinta-feira (2) mais um cachorro amarrado a uma linha de trem.

Casos de animais atropelados e mortos dessa forma têm sido comuns na cidade, a 198 km a nordeste de São Paulo.

Dessa vez a resgatada foi uma vira-lata preta, de dois anos e 12 quilos. Ela foi encontrada pela empresária Fernanda Milet, 29, que estava passeando com sua pitbull quando viu três rapazes saírem correndo da linha férrea.

"Percebi que tinha algo errado e fui até a linha. A cachorra estava com uma corda bem apertada no pescoço, amarrada aos trilhos", diz.

"Acho que os rapazes fugiram por eu estar com uma pitbull. Desamarrei a vira-lata e ela saiu correndo, atordoada. Fui até minha casa, guardei a pitbull, peguei ração e água e fui procurá-la. Encontrei-a na rua da delegacia e a levei para casa", conta.

Além de ter sido amarrada aos trilhos, a vira-lata vinha sofrendo maus-tratos e está com sinais de violência sexual, segundo o veterinário Daniel Fukuoca, 36.

"Ela está tomando analgésico e antibiótico. Passará por cirurgia para castração e então poderemos avaliar o estrago feito por conta do abuso sexual." A cadela ainda não tem nome nem foi adotada.

Vira-lata resgatada nesta quinta-feira (2) quando estava amarrada numa linha de trem em Lorena, interior de SP

O veterinário disse que, desde o ano passado, esse é o quarto caso de cão violentado atendido por ele.

A empresária, que atua numa entidade de defesa dos animais, registrou um boletim de ocorrência na delegacia. Esse é o segundo caso registrado pela entidade em apenas um mês na cidade.

No início de abril, a entidade denunciou a morte de quatro cães amarrados à linha do trem e o salvamento de outro vira-lata, que acabou adotado pela dona de casa que o desamarrou dos trilhos.

O delegado responsável pelo caso, Marcelo Vieira Cavalcante, do 1º DP, disse que vai anexar o novo boletim ao inquérito que ele havia instaurado.

"Estamos com dificuldade de identificar os autores e pedimos que a população nos ajude fazendo denúncias anônimas", afirmou.

O policial disse que vai enviar ofício aos responsáveis pela linha férrea e à Polícia Militar pedindo auxílio no esclarecimento dos crimes.

O crime de maus-tratos, ferimento ou mutilação de animais pode levar a um ano de prisão, mais multa.

com informações do portal Folha 

Caçadores matam os últimos 15 rinocerontes de Moçambique



Koos van der Lende/Great Limpopo Transfrontier Park
A população de rinocerontes está extinta de Moçambique, na África, após constatada a morte dos últimos 15 indivíduos que viviam no Parque Great Limpopo, que fica na fronteira do país com a África do Sul e o Zimbábue. Segundo os administradores da reserva ambiental, 30 dos seus guardas estão sendo investigados por corrupção, já que são acusados de colaborar com caçadores. Os chifres dos rinocerontes são presas valiosas por conta de suas ditas propriedades medicinais na cultura asiática - no mercado negro, cada quilo do osso pode custar até US$ 65 mil (cerca de R$ 132 mil) 


Os rinocerontes estão oficialmente extintos do território de Moçambique, na África. Os últimos 15 animais que viviam no Parque Great Limpopo, que fica na fronteira com a África do Sul e o Zimbábue, foram encontrados mortos no mês passado – em 2002, a área de conservação ambiental tinha uma população de 300 rinocerontes.

Autoridades ambientais acusam os próprios guardas florestais da reserva de colaborar com os caçadores na busca pelos animais que eles deveriam proteger. Segundo os administradores do  Great Limpopo, 30 guardas já estão sendo investigados por corrupção e poderão responder judicialmente pelo crime.

Os caçadores promovem a matança por conta dos valiosos chifres dos rinocerontes, que valem mais que ouro no mercado negro. A presa é usada na medicina de países asiáticos, como China e Vietnã, por seus ditos efeitos de cura. 

A busca sangrenta pelos chifres já causou, segundo levantamento de organizações não-governamentais, a morte de 180 do total de 249 rinocerontes de uma reserva na África do Sul só neste ano.  
fonte: UOL

Justiça proíbe sedém e libera rodeio de Ribeirão Preto



RENE MOREIRA - Agência Estado

O Ribeirão Rodeo Music, previsto para reunir milhares nesta semana em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, foi barrado pela Justiça nos dois primeiros dias e começou oficialmente somente na noite desta quinta-feira, dia 2, com o show de Zezé di Camargo e Luciano, após vistoria dos bombeiros e liberação do alvará. O rodeio também está ameaçado em virtude do uso do sedém - cinta utilizada nos rodeios que, passada na altura da virilha, faz com que o animal pule mais, dificultando a permanência do peão sobre seu lombo.

Uma liminar obtida por entidades de defesa dos animais junto ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) proibiu o uso de sedém, esporas e outros instrumentos nas montarias. Havendo descumprimento está prevista uma multa diária de R$ 50 mil. Mesmo assim, os organizadores divulgaram uma nota afirmando que o rodeio será mantido amparado por uma lei federal. As montarias devem começar na noite desta sexta-feira, dia 3. Os fãs de rodeio alegam que ela é confeccionada em lã ou espuma revestida de tecido macio. Mas, ainda assim, defensores dos animais alegam que esse artifício serve para apertar os testículos fazendo com que o boi ou cavalo, por exemplo, não pare de pular de dor. No ano passado, uma decisão semelhante da Justiça já havia proibido o uso de recursos desse tipo no evento.

Enquanto tentavam regularizar a situação do alvará, os organizadores tiveram de mudar a data da festa no Parque Permanente de Exposições, que começaria na terça-feira (30). Com muitos ingressos vendidos antecipadamente, boa parte do público foi pega de surpresa ao chegar para a festa, que teria os shows das duplas Milionário e José Rico e Fernando e Sorocaba no primeiro dia. Eles tiveram a apresentação remarcada para domingo (5). Essa situação se repetiu na noite da última quarta (1), quando cantaria a dupla Munhoz e Mariano, que agora sobe ao palco somente na segunda, dia 6.

De acordo com os organizadores do Ribeirão Rodeo Music, quem não estiver de acordo com as novas datas pode solicitar o reembolso do dinheiro do ingresso ou usá-lo em qualquer outro dia. A proibição partiu da 2ª Vara da Fazenda Pública, que apontou situações de risco como a falta de qualificação da segurança privada e o baixo número de ambulâncias apesar da expectativa de grande público. Com informações de estadao.com.br

República Dominicana tem abrigo sustentável para animais





Este projeto deve ser uma nova referência 
para a arquitetura sustentável na 
República Dominicana.
Foto: Divulgação
Arquitetos dominicanos desenvolveram um projeto de abrigo para animais feito a partir de materiais reaproveitados. A construção, chamada de Ghetto2Garden, foi pensada para ser prática, eficiente, confortável e ainda ter baixos custos.
O grupo responsável pela ideia é o Coletictivo Revark, que trabalha sempre com projetos experimentais visando a mudança social. Para construir o abrigo eles contarão com a reutilização de objetos descartados, entre eles: pneus, pallets, madeira e galões plásticos.

Após ser construído o local servirá de abrigo para animais que sofrem maus-tratos. O objetivo é de que a casa seja capaz de auxiliar a reabilitação de até 50 animais de uma só vez. A equipe que faz atualmente este trabalho na República Dominicana já possui um centro de reabilitação, no entanto, a estrutura é inapropriada e não atende a todas as necessidades dos animais.

As técnicas de upcycle aplicadas à construção baratearam o projeto e para que os custos de manutenção também sejam reduzidos, os arquitetos pensaram em uma estrutura inteligente. Assim, o abrigo contará com uma pequena turbina eólica, um gerador solar, sistema de coleta de água da chuva e um biodigestor para a reciclagem de resíduos orgânicos.


Para completar, o complexo ainda contará com telhados verdes. Este projeto não é apenas um centro de reabilitação animal, mas deve ser uma nova referência para a arquitetura sustentável na República Dominicana. Com informações do Inhabitat.

Redação CicloVivo

Temperatura do planeta avançou até 2°C em 2012


Ano entrou para história e fatos climáticos na América do Sul, como a maior seca no Nordeste em 50 anos, preocupam especialistas

JAMIL CHADE , CORRESPONDENTE , GENEBRA - O Estado de S.Paulo
O ano de 2012 foi um dos dez mais quentes de toda a história. O alerta é da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que hoje publica sua avaliação sobre a situação climática e o avanço do aquecimento global.

Entre os destaques está o Nordeste brasileiro, que viveu em 2012 a pior seca em meio século. Foi uma das anomalias climáticas mais importantes do planeta no ano, que afetou 1,1 mil municípios, um quinto de todas as cidades brasileiras. Na América do Sul e no Brasil, a onda de calor fez as temperaturas médias ficarem entre 1ºC e 2°C acima do normal.

Apesar do impacto do La Niña, no início do ano, reduzindo as temperaturas em várias partes do mundo, 2012 entra para os registros como o nono ano mais quente já identificado pelos cientistas. Em média, registraram-se temperaturas terrestres e da superfície dos oceanos 0,45°C acima da média de 14°C do período entre 1961 e 1990. Por 27 anos consecutivos, a média registrada tem ficado acima do período de comparação.

Na América do Sul, o impacto da elevação de temperaturas foi ainda maior. A onda de calor que atingiu o Brasil foi destacada pela entidade. Já a Argentina viveu seu ano mais quente desde 1961. O caso do Nordeste é alvo de um especial alerta dos especialistas e, para a entidade ligada à ONU, é um exemplo da intensificação dos fenômenos extremos no clima mundial. O auge da seca teria sido registrado entre março e maio, com um déficit de chuva de 300 milímetros.

"Isso teve um impacto severo sobre a população da Região Nordeste", indicou o informe. "A seca severa afetou mais de 1,1 mil cidades, ameaçando a vida das populações locais e seus abastecimentos de alimento", apontou.

Entre os cientistas da entidade, a onda de calor e as anomalias são vistas com preocupação. "Esse é um sinal alarmante", declarou o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud. "Tudo indica que o aquecimento continuará a ocorrer, por causa da concentração de gases de efeito estufa", insistiu. Além do caso brasileiro, outros destaques foram o aumento de temperatura e a seca na Rússia, América do Norte e Norte da África.

Furacão Sandy. Para Jarraud, fenômenos extremos são comuns. Mas, com o aquecimento do planeta, eles estariam ganhando dimensões inéditas. O impacto desses desastres também estaria aumentando. Em 2012, por exemplo, os níveis dos mares estavam 20 centímetros acima do que era registrado em 1880, o que estaria levando furacões como Sandy a ter consequências bem mais desastrosas que há cem anos.

fonte: estadao.com

Sadia é processada por compra de carne de áreas irregulares na Amazônia


A cada produto colocado no carrinho de compras com a marca Sadia você estará contribuindo com o desmatamento ou com trabalho escravo que acontecem na região amazônica. Não pense que Friboi, Perdigão, Mac Donalds, dentre outras empresas ávidas por lucro fácil da carne não fazem o mesmo. Opção prá parar tudo isso? Seja veg - (Instituto Cahon).

Segue a matéria:

O MPF do Amazonas processa 26 frigoríficos que compraram bois de produtores acusados de destruição ambiental ou trabalho escravo

Segundo o MPF, a agropecuária contribui para o desmatamento na região amazônica
Foto: Getty Images


 O Brasil é o maior exportador de carne do mundo: por dia são abatidos 150 mil bovinos no País. Muitas vezes, porém, a cadeia de produção apresenta irregularidades, como utilização de mão de obra escrava ou a produção em áreas ilegais, contribuindo, por exemplo, para o desmatamento na Amazônia.

Na tentativa de inibir essas ações, o Ministério Público Federal (MPF) do Amazonas, Mato Grosso e Rondônia, o Ministério Público do Trabalho e o Ibama resolveram agir no segundo estágio da cadeia de produção da carne, os frigoríficos.

O MPF está processando 26 estabelecimentos desses três Estados pela compra e comercialização de carne proveniente de fazendas acusadas de produzir às custas de trabalho escravo, devastação ambiental e violação dos direitos indígenas. Esses frigoríficos se recusaram a assinar o termo de ajustamento de conduta (TAC) proposto pelo órgão.

Entre as empresas processadas pelo MPF estão frigoríficos da BRF e da Sadia, empresa que pertence ao grupo BRF, um dos maiores do setor no Brasil e que exporta para mais de 140 países. Segundo o site do grupo, ele é responsável por 9% das exportações mundiais.

Uma pesquisa realizada em 2012 pela ONG Repórter Brasil, que atua no combate ao trabalho escravo e aos danos socioambientais, afirma que a BRF fornece carne para as dez maiores redes varejistas do mundo.

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Segundo Carlos Juliano Barros, da Repórter Brasil, ainda não há uma preocupação internacional nesse sentido. "A pressão internacional é mais focada na questão sanitária do que social e trabalhista. Os países suspendem a compra por doenças, mas não por questões trabalhistas", afirma.

BRF critica conduta do MPF

Em nota, a assessoria de comunicação da BRF afirmou que o grupo ainda não foi informado oficialmente sobre a ação do MPF e está verificando a procedência dos bois comprados. Os 1,8 mil animais adquiridos representariam apenas 0,45% do total comprado e abatido no período correspondente, diz a nota. Do total, 1,5 mil foram adquiridas de áreas em situação regular, afirma a empresa. "Ainda estamos investigando os registros dos demais 300", diz a BRF.

A empresa alega que não assinou o TAC, pois já adota as medidas propostas no termo e entende que não há conduta a ser ajustada. "A BRF defende a regularização das propriedades e reafirma sua política de não comprar animais de fazendas em situação irregular. No entanto, discorda da forma como o MPF vem conduzindo o debate em torno da questão", conclui a nota.

Fiscalização nos frigoríficos

O procurador do MPF no Estado do Amazonas, Leonardo Macedo, disse à DW Brasil que a investigação é de longa data, e há dois anos havia uma negociação com o setor de frigoríficos. "O termo de ajustamento de conduta foi construído a partir do diálogo com os próprios frigoríficos, não é um documento unilateral do MPF", explica.

Pelo acordo, os frigoríficos se comprometem a não abater bois provenientes de áreas irregulares - ou seja, de produtores incluídos na "lista suja" do trabalho escravo do Ministério do Trabalho e Emprego, na lista de áreas embargadas pelo Ibama por desmatamento ilegal, de fazendas no interior de terras indígenas e de unidades de conservação, assim como daquelas com problemas fundiários.

Além disso, foram estabelecidos prazos de cinco anos para que os produtores se adaptem e se regularizem, com o pedido do licenciamento ambiental e a adesão ao cadastro ambiental rural.

No Amazonas estão sendo investigados todos os oito frigoríficos formalizados do Estado. A investigação já foi concluída em quatro, e todos estavam com problemas, mas apenas um deles assinou o TAC. Os outros três estão sendo processados.

Macedo diz que há outra investigação em curso que tem como alvo o abate clandestino. "São frigoríficos ilegais que não têm inspeção sanitária", explica. Segundo o procurador, há 50 estabelecimentos desse tipo no Amazonas.

Macedo afirmou que cabe aos frigoríficos restringir a aquisição de carnes de áreas irregulares. "A legislação ambiental brasileira considera como poluidor todo aquele que contribui de forma direta ou indireta para a degradação ambiental. À medida que o frigorífico se beneficia e adquire essa matéria-prima, ele deve se certificar de que ela tem origem legal. Isso se dá em qualquer cadeia produtiva", afirma o procurador.

Reações das empresas frigoríficas

A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) entrou na segunda-feira com uma ação na Justiça Federal de Brasília contra as medidas adotadas pelo MPF. Segundo o presidente executivo da Abrafrigo, Péricles Salazar, a associação concorda com os objetivos do Ministério Público, porém discorda dos meios da instituição.

"Diante da recusa inicial das empresas em assinar o termo de conduta, o MPF ameaça e pratica a coação, travando as operações comerciais das empresas que não querem assinar", argumenta Salazar à DW Brasil. "O frigorífico não é o réu, o frigorífico é o terceiro, quem desmata e emprega trabalho escravo é o pecuarista", acrescenta.

Segundo o executivo da Abrafrigo, uma medida que facilitaria a identificação de produtos irregulares seria o repasse das informações das listas do trabalho escravo e dados do Ibama para as secretarias estaduais da Agricultura. São elas que emitem as Guias de Trânsito de Animais (GTA), que identificam a origem do gado.

Assim, essas informações também fariam parte da GTA e produtores com problemas não a receberiam. "Sem a via, os frigoríficos não comprariam o gado, porque já sabem que a propriedade está embargada", afirma o presidente.

O valor total das indenizações por danos morais, ambientais e sociais que os 26 frigoríficos processados podem pagar pelo abate de 55 mil bois chega a R$ 557 milhões. Ações como essa já foram realizadas no estado do Pará, e, segundo o promotor do Amazonas, realizam-se investigações parecidas em outros estados da Amazônia legal.

Problemas de longa data

Segundo Barros, da Repórter Brasil, nos últimos anos organizações não governamentais vêm fazendo um trabalho de conscientização junto aos frigoríficos. Como resultado, muitos deles assinaram pactos empresariais, comprometendo-se a adotar critérios para evitar a compra de produtos ilegais.

"Mas esses pactos eram muito frágeis, pois careciam de um mecanismo forte de fiscalização. Eles se comprometiam, mas era complicado ter a garantia de que respeitavam esses acordos", explica Barros, que juntamente com Caio Cavechini dirigiu o documentário Carne, osso sobre as condições de trabalho nos frigoríficos brasileiros.

Para Barros, os frigoríficos são responsáveis pela carne que adquirem. "Tanto do ponto de vista legal, quanto do ponto de vista da responsabilidade social, as empresas têm responsabilidade sobre sua cadeia produtiva. Elas não podem simplesmente lavar as mãos e dizer que a responsabilidade é do fornecedor da carne."

O especialista afirma que as ações do MPF são muito importantes para combater esses crimes. "Quando há fiscalização e as empresas têm que responder na Justiça, elas se movimentam muito mais do que quando são apenas pressionadas pela opinião pública e por ONGs", diz Barros.

Rômulo Batista, da ONG Greenpeace, é da mesma opinião: "O trabalho do MPF é muito importante no combate ao desmatamento". Segundo o biólogo, outro fator que evitaria dados ambientais é o aumento da produtividade.

"Há vários estudos mostrando que a pecuária na Amazônia ainda tem uma produtividade muito baixa, ou seja, menos de uma cabeça de gado por hectare de pasto. Se conseguirmos melhorar a produtividade para 1,4 cabeça, toda a demanda projetada para os próximos anos, para o Brasil e a exportação, seria atendida sem desmatar um hectare de floresta", explica.

fonte: Portal Terra

Redução de sacolas plásticas pode diminuir poluição nos mares



29 de Abril de 2013•09h52 • atualizado às 09h58

Elas costumam ser usadas por poucas horas, mas podem demorar até 500 anos para se decompor. Risco para os oceanos é alto, e especialistas defendem um banimento total das sacolas plásticas gratuitas

Muitos banhistas conhecem a sensação de estar nadando na praia e, de repente, ter uma sacola plástica enrolada em sua perna. O incidente não é fruto do acaso, mas sim, segundo especialistas, consequência das entre 100 e 150 milhões de toneladas de lixo que estão espalhadas pelos oceanos. E o volume, alertam, está aumentando – só de plástico são cerca de 6,5 milhões de toneladas por ano.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), aproximadamente 13 mil partículas de plástico boiam por quilômetro quadrado de oceano. Em meados de abril, a ONG Grupo para Proteção do Meio Ambiente e da Natureza (Bund, na sigla em alemão) entregou o manifesto "Oceano sem plástico" ao ministro do Meio Ambiente da Alemanha, Peter Altmaier.

O grupo pede a redução de 50% do lixo nos mares europeus até 2020. Especialmente problemáticas são as sacolas e embalagens de plástico, que podem demorar até 500 anos para se decompor. Quando pequenas, muitas vezes elas não conseguem ser filtradas nas estações de tratamento de esgoto.

A maior parte do lixo no oceano – cerca de 80% – é jogada diretamente de áreas costeiras. O lixo depositado em aterros sanitários à céu aberto, como os de Inglaterra e Holanda, podem ir parar em rios e, dessa maneira, ser conduzido até os oceanos, explica Nadja Ziebarth, especialista em proteção marinha do Bund.

A pesca também produz lixo. Por exemplo, quando redes são descartadas no mar. As consequências para os animais são drásticas. "Eles não enxergam o lixo na água, acabam ficando embaraçados, podem se machucar gravemente e até morrer", conta Ziebarth.

Peixes confundem plástico com alimento
Partículas de lixo muito pequenas podem ser confundidas com comida. "Os animais comem esse lixo, mas não conseguem digeri-lo. Ele permanece no estômago e, nos casos mais graves, esses seres vivos podem morrer de fome ", conta a especialista.

Essa poluição pode atingir também os seres humanos. O plástico no estômago de peixes gera substâncias tóxicas, que acabarão contaminando as refeições. "Essas substâncias estão presentes na cadeia alimentar marinha", afirma Kim Detloff, do alemão Grupo de Proteção da Natureza (Nabu).

Na Alemanha, a agência federal de meio ambiente e organizações não governamentais propuseram proibir que lojas disponibilizem sacolas plásticas de graça para seus consumidores. A grande maioria dos supermercados no país já adota a medida. O Partido Verde sugeriu um valor de 0,22 euro por sacola.

Em muitos países a proibição já existe. Na Irlanda, por exemplo, onde a sacola é vendida por 0,90 euro, o consumo diminuiu para 18 sacolas ao ano por pessoa. No Quênia e em Uganda, sacolas finas foram proibidas, e as permitidas custam caro. Em outros países da África, como Ruanda e Tanzânia, há sete anos as sacolas não estão mais disponíveis nas lojas, assim como em Bangladesh e Butão.

Para o Nabu, somente essa medida não é suficiente para resolver o problema. "Nós precisamos reduzir o consumo de plástico – o que começa com os produtos que podem ser reutilizados e consertados – e, principalmente, reduzir as embalagens plásticas", afirma Detloff. Segundo o especialista, a reciclagem e a gestão dos resíduos também precisam ser melhoradas.

Deutsche Welle

fonte: Portal Terra

Polícia Ambiental em Sorocaba, SP, aplica multa e apreende 20 cães


Após denúncia, a Polícia Ambiental apreendeu nesta sexta-feira (26) vinte cães que viviam em condições precárias em uma casa do distrito de Brigadeiro Tobias, em Sorocaba (SP). Os cães não apresentavam sinais de maus tratos, mas eram mantidos em meio a muito lixo. 
De acordo com a polícia, o ambiente era pequeno, com sinais da presença de roedores e com cheiro fétido. Apesar disso, os animais estavam alimentados e bem cuidados.

AMÉRICO BRASILIENSE : Promotor exige que a Prefeitura assuma o Canil Municipal


O promotor de justiça do FóAnimais do canil de Américo estão em estado de abandono
Foto: Lucas Tannuri rum Distrital de Américo Brasiliense, Carlos Alberto Melluso Junior, abriu inquérito civil público para apurar as irregularidades observadas no prédio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e Canil Municipal. Ele esteve no local na última segunda-feira (22) e pôde constatar as péssimas condições dos cerca de 80 cachorros, 33 gatos e quatro cavalos abrigados. Além de doentes, a maioria com sarna negra, os animais estão todos juntos em um único ambiente sem higiene adequada. Há ainda, animais raivosos presos em baias separadas e também sem nenhuma condição de higiene. Há esgoto a céu aberto e o cheiro é muito forte. A maioria dos animais não consegue se locomover, e ficam aninhados em ambiente sujo, na presença de ratos.Clique na imagem ao lado e veja galeria de fotos dramáticas do local.