BAIRRO JÚLIO DE MESQUITA FILHO, Sorocaba - Famílias se mudam e têm que abandonar animais de estimação


Matéria publicada hoje no Jornal Cruzeiro do Sul mostra o descaso com relação aos animais, esperamos que quando o Comitê de Direito dos Animais estiver em funcionamento, tais casos possam ser resolvidos rapidamente. Atenção senhores políticos, os cães não votam mas o povo sim!  Leia o artigo:

Cães e gatos estão ao relento porque seus donos, atendidos pelo programa Vítima Zero de Enchente, não podem levá-los
Cerca de 30 famílias, que moravam em uma área verde invadida no bairro Júlio de Mesquita Filho, ganharam um novo lar. Porém, alguns de seus membros foram deixados para trás. Cachorros e gatos estão há uma semana ao relento, esperando por seus donos, que talvez nunca mais voltem para buscá-los. Tapumes de madeira e escombros das casas e barracos derrubados pela Prefeitura - após a transferência dos moradores do local para o residencial Altos do Ipanema, na zona norte - são utilizados pelos animais, agora de rua, como forma de garantir um espaço mais aconchegante para dormirem. Ocorre que os beneficiados com um apartamento no residencial não puderam levar seus animais de médio e grande porte para a nova moradia, por que o espaço não seria adequado a recebê-los. Já a Secretaria da Saúde (SES), por meio da Seção de Controle de Zoonoses, alegou que não é de sua responsabilidade o recolhimento dos bichos de estimação abandonados por seus donos.

As famílias citadas moravam na avenida Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior e foram beneficiadas com o programa Vítima Zero de Enchente. Elas se mudaram, na última sexta-feira, para o residencial próximo à avenida Ipanema. Seis famílias que ficaram de fora dessa fase de transferência, mas que serão contempladas com um apartamento no "Parque das Árvores" até o segundo semestre deste ano, perceberam que muitos cachorros e gatos dos antigos moradores do local foram abandonados. Ao ver os bichinhos desamparados, os moradores da área verde se comoveram e passaram a alimentá-los.

Os animais ainda contam com a ajuda de pessoas que vivem naquela região da cidade. "Graças a Deus choveu nesses dias, pois senão eles iam morrer de sede", diz a dona de casa Eliane Lopes dos Santos, 38 anos, que representa uma das famílias que ainda se encontra no Júlio de Mesquita. Eliane disse que os animais ficam vagando pelas ruas do bairro durante o dia e à noite voltam ao local que representava os lares, mas que hoje não passam de escombros. "É uma judiação, pois eles ficam lá esperando que os seus donos voltem", afirma a dona de casa, que tem uma cachorra chamada Minnie, de médio porte, e ainda não sabe o que irá fazer com o animal, quando se mudar para o Parque das Árvores.

Ontem de manhã, no bairro Júlio de Mesquita Filho havia pelo menos cinco cachorros em meio aos entulhos deixados pela Prefeitura. Muitos aparentavam estar bem cuidados, apesar de abandonados há uma semana. Alguns cães ainda estavam de coleira. Ao perceber a presença de pessoas no local, os cachorros se animavam, talvez na expectativa de voltar a ver seus donos. "Agora, o que vamos fazer com os animais? É a mesma coisa que abandonar a gente na rua. O que eles vão comer agora? Lixo?", questiona o pedreiro Edson Braz, 40, que ainda mora no final da avenida Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior. A recepcionista Ilma Rodrigues, 44, que reside há 17 anos naquela área, também sente pena dos animais, porém garante que não fará isso com os seus três cachorros quando tiver que se mudar para a zona norte. "Vou dar um jeito de pagar um carro para levá-los para o sítio de um conhecido meu." 

Zoonoses

A Seção de Controle de Zoonoses da SES informou que o recolhimento de animais de rua só é feito por sua equipe quando há casos de agressão, invasão a instituições públicas ou em locais de risco, e quando os cães e gatos são encontrados em estado de sofrimento ou suspeita de transmissão de doenças. A Zoonoses destacou que não pode pegar os animais deixados pelas famílias do bairro Júlio de Mesquita Filho, pois isso seria contrário ao conceito de posse responsável. "Nestes casos, a seção orienta para que tente doar seu animal", ressalta a nota. 

A seção especializada da SES ainda alegou que passou orientações às famílias antes do processo de transferência, afirmando que cada morador deveria decidir o destino do seu animal. "Caso sejam doados para amigos ou familiares e o proprietário não tenha como fazer o transporte, ele pode acionar a Zoonoses, que mantém equipe de plantão no local das mudanças, ou pelo telefone (15) 3229-7300."

As pessoas que ainda moram naquela área verde também reclamaram da presença dos entulhos, deixados no local depois da demolição das casas e barracos. A Secretaria de Obras e Infraestrutura Urbana (Seobe) esclareceu que isso já estava previsto nesse projeto de transferência das famílias, pois deixando os objetos naquela área, a Administração Municipal conseguiria impedir novas ocupações.


Um comentário:

  1. abandono??? que é isto autoridades responsáveis??? como se explica?? tomem providencias para que eles tambem tenham um amparo.

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