“Altamira tem necessidades básicas não atendidas. Por exemplo, há um alto desemprego e não há saúde nem esgotos. As condições que devemos cumprir têm um cronograma de execução e algumas delas não serão realidade até que a hidrelétrica comece suas operações. Há duas fases cruciais: uma em 2015 e a última em 2019. Neste segundo momento teremos cumprido 100% de nossos compromissos. Ninguém pode pretender que haja uma rede de esgoto em dois dias. Em alguns casos são obras de envergadura, que levam seu tempo”, retruca João Pimentel.
Segundo o consórcio, cerca de 20 mil pessoas vão trabalhar no levantamento da barragem durante o período de máxima atividade da obra. Consequentemente, ambas as partes no conflito concordam que a população atual de Altamira será duplicada. Mas quando acabar a obra e cair em pique a demanda de trabalhadores, o que acontecerá com essas 100 mil pessoas que vierem para trabalhar em Belo Monte? “Teremos uma quantidade enorme de desempregados que aumentarão as ocupações ilegais de terras indígenas ou de áreas protegidas, isto agravará o conflito agrário nessa região e sem dúvida alguma os níveis de desflorestamento”, prevê Renata Pinheiro.
“Paralelamente a Belo Monte haverá outras grandes obras no Brasil que também precisarão de mão-de-obra. A previsão é que quando terminarem os trabalhos aqui haja uma migração de trabalhadores para outros lugares”, rebate Pimentel.
Em Altamira existe uma resistência nada desprezível à obra, sempre minimizada pela Norte Energia. Boa parte da população que apoia a construção da barragem o faz com base em considerações econômicas pessoais ou conjunturais, relegando a um segundo plano a análise socioambiental do projeto. É o caso de Zé Carlos, recepcionista de um hotel em Altamira, que afirma que Belo Monte “fez que tenhamos lista de espera todas as semanas”.
Belo Monte custará entre 11,3 e 13 bilhões de euros. O governo de Dilma Rousseff afirma que para continuar sua corrida incontável de desenvolvimento econômico o Brasil precisa acometer esta obra, que marcará um antes e um depois na história da Amazônia.
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Fonte:Uol notícias
Primeiros efeitos da construção da usina de Belo Monte já são notados nas ruas de Altamira
21:51
No comments
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário