Coordenadores de experimentos com beagles na UEM se calam


Os três professores que coordenam pesquisas com cães da raça beagle, no Departamento de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), recusam-se a comentar se os experimentos já resultaram em algum benefício concreto para a sociedade. Eles foram procurados pela reportagem de O Diário, por meio da assessoria de imprensa da universidade, mas nenhum deu retorno.


Os doutores Maurício Guimarães Araújo e Edevaldo Tadeu Camarini e a mestre Nair Marumi Orita Pavan são citados na ação civil pública em que o Ministério Público (MP) pede o fim dos experimentos com animais e libertação dos cachorros.


 Os questionamentos feitos pela reportagem aos três professores foram baseados na ação.


De acordo com a Promotoria do Meio Ambiente de Maringá, Araújo realizava em seus experimentos a extração dentária nos beagles, que seriam submetidos a procedimentos dolorosos. No biotério, foram flagrados analgésicos com prazo de validade vencidos. O pesquisador não respondeu se a denúncia precede nem se os cães são realmente necessários para as pesquisas.


Na ação, o promotor José Lafaieti Barbosa Tourinho contesta a eficácia da utilização dos animais nas pesquisas. Segundo ele, um dos estudos da professora Nair é para saber sensação se a administração intracarnal do composto químico capsaicina causa coceira e irritação. A pesquisadora não deu respostas sobre como um cachorro poderia relatar se há ou não coceira.


Convidado pela reportagem a citar exemplos de estudos recentes, com experimentos feitos com cães, em conceituadas universidades estrangeiras, o professor Camarini não colaborou. O doutor também foi questionado se há a possibilidade de utilizar voluntários nos testes com implantes dentários, ao invés de cães. Aos três foi feita uma pergunta em comum: “que ganho concreto essas pesquisas trouxeram para a comunidade?” Nenhum benefício foi informado à reportagem ou ao
MP.


Diálogo
Na sexta-feira passada, a pedido dos ativistas, Lafaieti entrou em contado com o reitor da UEM, Júlio Santiago Prates Filho, que teria se comprometido a adotar todos os cuidados com os animais. O reitor também ouviu o pedido de liberação dos cães – pedido que já aguarda decisão judicial –, mas antecipou ao promotor que se reunirá com os pesquisares na próxima segunda-feira, para ver o que pode ser feito. À imprensa, a UEM informa que só se posicionará a respeito após ser notificada
formalmente.


Fonte: Diario de Maringa

0 comentários:

Postar um comentário