Voluntários resgataram nesta terça-feira (13/12) 200 cães na cidade chinesa de Pengzhou.
Segundo o portal The Shanghaiist, os animais seriam abatidos e sua carne dirigida para consumo humano, um hábito comum e tradicional no paladar chinês.
Responsável pela carga, Tang Qiong argumentou que possuía autorização para o transporte da “mercadoria”. Os documentos encontrados, contudo, previam apenas o transporte de animais já abatidos, cuja carne seria utilizada para alimentar galinhas.
Os ativistas impediram que Qiong prosseguisse carregando o caminhão e pediram que os animais fossem soltos imediatamente. As gaiolas onde estavam amontoados tiveram que ser violadas. Há suspeita de que muitos desses cães sejam animais de estimação roubados.
O consumo de carne canina na China é um hábito milenar ao qual atribuem-se propriedades medicinais, como o aquecimento do corpo. Seu consumo intensifica-se, por essa razão, no inverno e em períodos de grande carestia. A tradição permanece socialmente aceita, tanto que Yang Liwei, o primeiro chinês a viajar para o espaço, consumiu a iguaria junto de sua equipe ao longo dos cinco dias de missão.
As críticas de associações protetoras dos animais dirigem-se tanto ao consumo, propriamente dito, quanto à maneira cruel como são conduzidos os abates. Em entrevista ao The Telegraph, Jill Robinson, fundadora da ONG Animals Asia, condenou a atitude do astronauta, alegando que um ídolo de crianças não deveria apresentar um comportamento tão imoral. Ela lembra que “cães encontraram sobreviventes após o terremoto de Sichuan e protegeram as pessoas de potenciais terroristas ao longo de jogos olímpicos”.
Esses resgates têm se tornado comuns na China. 800 cães foram resgatados em outubro, na cidade de Zigong, também em Sichuan. Em abril, outros 520 foram apreendidos na Beijing-Harbin, uma rodovia nacional chinesa que cruza a capital do país.
Fonte: Opera Mundi
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