Quem olha para o vira-lata Estopinha, hoje com dois anos, andando, mesmo que com dificuldade, pela casa da sua dona, a bióloga Soraia Jorge, de 41 anos, pode nem imaginar que o cão poderia ter passado pela eutanásia, devido às complicações de um grave acidente.
Quando ainda era filhote, em janeiro do ano passado, Estopinha foi atropelado em uma rua de Interlagos, zona sul da capital, provavelmente duas vezes. Ao perceber que o cão havia quebrado a coluna, um veterinário sugeriu que ele passasse por cirurgia e colocasse pinos.
O cachorro não reagiu bem à operação, e os pinos saíram do lugar, machucando sua pele. Para piorar, como não sentia parte do corpo, Estopinha comeu seu próprio pênis, que precisou ser retirado.
Mas, com a ajuda de Soraia, que atua como protetora independente de animais há 10 anos, o cão conseguiu se recuperar, e hoje consegue andar.
O Jornal da Tarde começa, hoje, a publicar uma série de reportagens sobre o abandono e os maus-tratos de animais. Na internet, será possível conhecer histórias bem sucedidas de adoção e de protetores de animais.
Veja um vídeo feito por Soraia com seu cachorro e, abaixo, um depoimento dela sobre Estopinha:
“Sempre resgatei animais da rua. O Estopinha apareceu em agosto de 2010, junto com outros dois filhotes, na guarita do guarda da rua. Estava cuidando dele e procurando alguém que pudesse adotá-lo. Uma noite, ao voltar do cinema, recebi a notícia de que ele havia sido atropelado. Se o guarda não tivesse visto, ele provavelmente morreria de fome.
Descobri que ele tinha quebrado a coluna. Vários veterinários que eu procurei sugeriram que ele passasse pela eutanásia porque o sofrimento seria muito grande. Mas não aceitei isso como resposta, até que encontrei uma terapeuta que sugeriu a operação. Mas ele não ficava quieto, e os pinos deslizaram, saíram pela sua pele.
Mais uma vez os veterinários recomendaram a eutanásia. Um médico de confiança retirou os pinos, pois podiam infeccionar os ossos, fechou os cortes e tratou dele. Ele aprendeu a andar do seu jeito e, hoje, nem precisa mais da cadeira de rodas. Como tem incontinência urinária, tenho que dar banho nele dia sim, dia não, mas ele adora. É um cachorro brincalhão, que aceitou muito bem sua condição”
fonte: O Estado de S.Paulo
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