Além do caso em que houve a morte de 30 cachorros, que a Zoonoses alegou que foi realizada por eutanásia por eles estarem com cinomose, o órgão já foi alvo de críticas por parte da população, sendo que essas reclamações foram retratadas em reportagens do jornal Cruzeiro do Sul. A última delas partiu da cabeleireira Leni Amaro, 42, que diz ter encontrado uma cachorra atropelada na avenida Itavuvu na última segunda-feira (16). De acordo com ela, ao entrar em contato com a Zoonoses para ver se o órgão poderia recolher o animal, um atendente teria dito a ela, por telefone, que se eles levassem a cachorra até a sua sede, seria para sacrificá-la. Como ela não concordou com o procedimento adotado, resolveu cuidar da cachorra, até que o dono apareça, ou então até que alguém se interesse em adotá-la.
A cabeleireira conta que na segunda-feira, quando estava voltando para sua casa no Jardim São Guilherme, ela percebeu que uma cachorra havia acabado de ser atropelado, sendo que motorista que causou o acidente não parou para socorrê-la. Ela relata que um homem decidiu ajudar o animal e levou-a a um veterinário, que o informou que a cachorra não havia sofrido nenhuma fratura, porém ainda não anda por algum tipo de trauma. Como o homem não poderia levar a cachorra para sua casa, ele pediu a Leni que cuidasse dela. "Mas eu trabalho o dia todo no meu salão e ainda em casa não dá para deixar, pois meu marido é cadeirante e não poderia cuidar dela. Então estou a deixando em um terreno ao lado do meu salão, esperando para ver o que acontece."
Segundo a cabeleireira, a Zoonoses foi contatada por ela, porém a informação que recebeu do órgão foi de que a cachorra seria levada para ser sacrificada. "Eles só querem sacrificar o cachorro, é uma palhaçada o que estão fazendo. O atendente até me disse que eu teria que assinar um papel, concordando com a eutanásia. Jamais que eu faria isso. Se ela for morrer, vai ser na hora que Deus quiser."
Outros problemas
Em uma reportagem publicada no dia 23 de setembro de 2011, o jornal retratou o caso do corpo de um cavalo, que permaneceu dois dias no estacionamento do Canil Municipal, em uma área sem cobertura e incorporada à Seção de Controle de Zoonoses de Sorocaba. O animal teria morrido no dia 20 daquele mês e o processo de retirada ocorreu dois dias depois pelos próprios funcionários do local. A Zoonoses não esclareceu o motivo pelo qual o corpo do cavalo ficou tanto tempo disposto dessa forma.
Já no dia 12 de junho de 2012, o jornal publicou uma reportagem sobre uma égua, que foi atropelada na avenida Victor Andrews e ficou agonizando por mais de quatro ao meio-fio da via, esperando por um atendimento da Zoonoses. A alegação, na época, foi de que o setor não contava com esquema de plantão aos finais de semana, por isso que o fato ocorreu. Após reclamações da população, a Prefeitura decidiu implantar o plantão da Zoonoses, que só começou a funcionar em abril deste ano.
Além desses problemas enfrentados no setor, o Cruzeiro publicou uma ampla reportagem no dia 19 de junho deste ano, mostrando que Sorocaba carece de políticas públicas voltadas aos animais abandonados. No texto, feito pela repórter Daniela Jacinto, há relatos de entidades não-governamentais que não possuem mais espaço para receber esses animais, além de reclamarem da falta de incentivos, por parte do Poder Público, para que possam desenvolver seus trabalhos de defesa dos direitos dos animais na cidade. A Zoonoses também foi, novamente, alvo de críticas, já que não cumpre a própria legislação municipal, referente ao recolhimento de animais soltos pela rua, somente fazendo esse trabalho em casos específicos. (A.M.)
0 comentários:
Postar um comentário