Gestão integrada do setor deve ser implementada até 2014 na cidade
Município produz uma média de 15 mil toneladas de lixo por mês
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Notícia publicada na edição de 02/11/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 007 do caderno A
Marcelo Andrade
marcelo.andrade@jcruzeiro.com.br
Sorocaba terá um plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, com metas para a redução da geração do lixo e para reciclagem, até junho de 2013. O documento faz parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), do Ministério do Meio Ambiente, que transfere para o Poder Público local a obrigação de elaborar esses planos, que devem estar totalmente implementados até 2014. A elaboração desse plano também era condição para os estados e municípios terem acesso a recursos da União para projetos na área. Porém, Sorocaba chegou a perder o prazo final para apresentação da proposta, em agosto. Já a empresa que ficará responsável pela elaboração do projeto à Prefeitura deverá ser conhecida no dia 6 de dezembro, data em que serão abertos os envelopes da licitação com as propostas das empresas interessadas, e partir daí, a vencedora terá seis meses para concluir o estudo.
O prefeito eleito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) informou que tem conhecimento de contratação da empresa para a elaboração do estudo e defende que a cidade seja sustentável na questão do tratamento dado ao lixo gerado na cidade, que é da ordem de 15 mil toneladas por mês.
A informação foi dada na tarde de ontem pela secretária de Meio Ambiente, Jussara de Lima Carvalho. Segundo ela, embora o município tenha concluído seu Plano Municipal de Saneamento, que, ainda segundo ela, inclui uma parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), além de trazer um diagnóstico e um planejamento para os resíduos recicláveis, ainda não tem concluído o processo administrativo para a contratação da empresa para a elaboração do Plano Integral de Resíduos. Explica que que o Poder Executivo aguardava a passagem do período eleitoral para dar segmento à licitação. "Nós tínhamos uma série de limitações, desde o dia 1º de janeiro deste ano, que inviabilizava a realização desta licitação e implementação do estudo", explicou Jussara.
Como Sorocaba, mais de 90% dos municípios brasileiros não produziram o documento - apenas 291 cidades aprovaram um plano municipal de resíduos sólidos, enquanto 197 ainda analisam projetos, segundo dados do MMA. Portanto, 488 das 5.565 prefeituras se habilitam a receber dinheiro federal para aplicar em ações voltadas ao manejo do lixo, o que equivale a 8,8% das cidades.
De acordo com a secretária de Meio Ambiente, a Prefeitura deverá gastar R$ 300 mil com a empresa que ficará responsável pela elaboração do plano. Desse total, R$ 200 mil serão provenientes da premiação do Município Verde Azul. "Outros R$ 100 mil serão completados com recursos próprios da Prefeitura. Assim que sejam aberto os envelopes e conhecida a empresa vencedora, uma vez assinado o contrato, ela terá 180 dias para apresentar o plano, que deverá fazer um diagnóstico da situação e possíveis soluções envolvendo a geração e destinação final dos resíduos sólidos e materiais recicláveis", destacou.
A titular do meio ambiente de Sorocaba ressalta que o plano deverá contar com os principais objetivos da nova lei, que são a não geração, redução, reutilização e tratamento de resíduos sólidos; destinação final ambientalmente adequada dos rejeitos; diminuição do uso dos recursos naturais (água e energia, por exemplo) no processo de produção de novos produtos; intensificação de ações de educação ambiental; aumento da reciclagem no país; promoção da inclusão social; geração de emprego e renda para catadores de materiais recicláveis. "Também deverá contemplar ações integradas com outros municípios, que deveremos manter contato assim que o plano estiver pronto e detalhado daquilo que compete a cada um. É uma medida necessária, mas que ao mesmo tempo pode ser eficiente, pois vai além dos problemas individuais e que afetam os vizinhos, além de eventualmente os custos serem menores", destacou.
Sustentabilidade
O lixo gerado em Sorocaba, que resulta em 15 mil toneladas por mês, começou a ser transportado ao aterro de Iperó em outubro de 2010, quando o aterro existente na cidade atingiu seu limite de vida útil. Com isso, a Prefeitura passou a pagar R$ 847.530 mensais à empresa Proactiva Ambiental pela utilização do aterro, representando 69,5% a mais da média dos R$ 500 mil mensais que aplicava na manutenção do existente na cidade, entre segurança, vigilância e maquinário.
Sobre as ações que tem realizado na área de destinação do lixo produzido em Sorocaba, Jussara Carvalho, voltou a reiterar que o município tem acompanhado a discussão da legislação nacional, das obrigações e dos prazos, além de ter feito reuniões com o Ministério do Meio Ambiente, chamando a atenção para o que considera a complexidade das exigências aos municípios e a dificuldade que a grande maioria terá em atender aos prazos colocados. "Nós estamos atentos e cumprindo as legislações vigentes sobre o assunto. Temos investido nas questão, por exemplo, da coleta seletiva, por meio da Secretaria de Parcerias, que tem buscado e obtido recursos, inclusive junto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)", ponderou.
Em relação ao fato de a elaboração do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ter início na atual administração, mas ser concluído na próxima gestão, ou seja, do prefeito eleito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB), a atual secretária de Meio Ambiente foi taxativa: "É uma questão legal, que ultrapassa a questão de governo. Porém, já conversamos com o prefeito eleito, que tem conhecimento do fato. A partir da semana que vem vamos nos reunir e apontar as prioridades que envolvem o assunto", adiantou.
O prefeito eleito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB), por meio de nota, ressalta que seu compromisso é tornar Sorocaba sustentável no que se refere a deposição dos resíduos sólidos. Ele defende a implantação de uma usina de lixo, fato que deverá ser alvo de estudo dentro do plano. "Meu compromisso é de que Sorocaba seja uma cidade sustentável e isso significa as melhores soluções tecnológicas para a disposição final dos resíduos sólidos", resumiu.
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