Acampados há cerca de um mês ao redor das árvores que seriam derrubadas em virtude das obras da Copa de 2014, na capital gaúcha, os manifestantes do grupo Árvores de Porto Alegre dizem que vão virar “ninjas” para defender o local. Isso porque, na quinta-feira, a Justiça autorizou a prefeitura a dar andamento nas obras realizando o corte das 115 árvores.
Algumas árvores já haviam sido cortadas em fevereiro, quando manifestantes bloquearam as vias da região do Gasômetro para protestar contra a medida. Segundo eles, os moradores da região não foram consultados sobre o corte das plantas.
Dezenas de manifestantes estão acampados no local e dizem que vão persistir, enfrentando a polícia se necessário. “Estamos esperando repressão policial, assim como aconteceu no caso do tatu (quando o mascote da Copa foi depredado) . Eles querem criminalizar os movimentos sociais, tem um monte de irmãos nossos sendo indiciados por formação de quadrilha, isso não faz sentido, me dá vontade de chorar”, disse um dos manifestantes acampados sob condição de anonimato.
Gabriel Menezes, 19 anos, é o único que se identificou no acampamento. Ele promete fazer de tudo para evitar que a prefeitura dê prosseguimento ao corte das árvores do local onde costumava jogar futebol quando era criança.
“Eu sou morador aqui do Centro, cresci jogando bola aqui... quando eles chegarem vou subir em arvores, vou saltar, vou virar ninja”, prometia o manifestante, com suas declarações bem humoradas, que segundo os manifestantes fazem parte do que é o movimento.
O local, que fica bem próximo a Usina do Gasômetro, na região central da cidade, virou um acampamento, com barracas, faixas e uma fogueira onde era preparada uma macarronada. “A população é muito provinciana, ninguém defende o que acredita, aceita tudo que é imposto”, dizia o manifestante não identificado.
Eles tem usado as redes sociais, mais especificamente o Facebook, para divulgar a causa e incitar a mobilização. Após a decisão judicial de ontem, eles elaboraram uma nota na qual dizem que a o movimento de “vigília”, agora é de resistência.
“Existem outras alternativas ao corte, como o transplante das árvores para outro local próximo, ou um projeto de avenida que seria subterrânea. Porém, nossa prefeitura recusa-se a considerar outras alternativas”, diz trecho do comunicado.
Na decisão judicial, a juíza responsável pela decisão argumentou que a região foi construída com aterramento, sendo que as árvores foram plantadas pelo homem.
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