Queimadas, descuido e vandalismo são causas apontadas para o não avanço das mudas plantadas
A quantidade de mudas mortas nas regiões onde ocorreram as três edições do Megaplantio chama a atenção dos moradores nos bairros onde os plantios ocorreram. Cerca de 20% das 100 mil plantas não sobreviveram desde a primeira etapa, realizada em 2010 no Jardim Santa Marina e nos plantios realizados ano passado na avenida Itavuvu e no Parque da Biodiversidade, também localizado na zona norte da cidade, segundo dados da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) de Sorocaba.
As principais causas apontadas pela Sema são as queimadas e o vandalismo, além de eventos naturais como pragas e outras espécies invasoras. No entanto, a população também reclama do descaso do poder público em monitorar o crescimento das mudas e na falta de ação para prevenir os locais de eventuais ataques.
A área que mais tem sofrido com as mortes das mudas é justamente onde localiza-se o Parque dos Ipês, no Jardim Santa Marina, onde ocorreu o primeiro Megaplantio. Lá, boa parte das mais de 50 mil árvores que foram plantadas, o que representa metade das plantas cultivadas, não tiveram o desenvolvimento esperado, mesmo com a ajuda de moradores da região.
A comerciante Ingliti Grasielli Vieira Camargo, de 33 anos, admite que esperava mais das mudas plantadas. Ela diz que mesmo com a implantação das ciclovias, da academia ao ar livre e de outros equipamentos, o lugar ainda sofre com a falta de manutenção. "Apesar da criançada e da vizinhança ter se envolvido com o projeto, não apareceu ninguém da Prefeitura para dar conta do projeto. Por isso, é uma pena que não tenha crescido o esperado", lamenta.
Já o jardineiro José Borges, 57, é mais enfático nas críticas à falta de cuidado do governo. "Para mim, eles erraram no local de plantar estas mudas. O ideal era para ser mais perto do rio. Acho que seria bem melhor se usassem o terreno para construir uma creche." Além disso, Borges reclama da demora na manutenção do mato, que chega a três meses para acontecer.
Apesar da reclamação, ainda há espaço para a esperança no crescimento das árvores. "A terra é boa, eu mesmo tenho um canteiro onde planto feijão e lá rende", lembra o jardineiro. Já o aposentado Nélson Ferreira, 67, aponta que as árvores frutíferas costumam vingar no local e ele conta que até ajuda nos cuidados das mudas plantadas perto da sua casa.
No entanto, Ferreira concorda com os problemas da falta de cuidados por parte da Prefeitura e conta que desde que mudou para o bairro, há dois anos, viu poucos serviços. "No começo, os funcionários vinham para cuidar, mas hoje só cuidam do mato e mais nada." Para o jardineiro, mesmo quando há o serviço de roçagem, a atividade não é bem executada. "Isso destrói a qualidade da terra. A Prefeitura devia ter mais cuidado nisso, pois plantar é muito fácil, tem que cultivar para que as plantas cresçam."
Manutenção a cada 90 dias
Em nota, a Sema informa que a manutenção feita pela sua equipe e pela Secretaria de Parcerias (Separ), com manutenções preventivas a cada 90 dias, onde é feita a roçagem, a adubação, o controle de pragas e o replantio das mudas perdidas. Além disso, a pasta salienta que os outros projetos de preservação ambiental, como o Megaplantio Escolar e o recém-lançado "Um Veículo, Uma Árvore" ajudarão a repor estas mudas que não vingaram.
A previsão da Secretaria é que, em dez anos, cerca de 400 mil árvores ocupem 315 mil km2 de área verde com a formação florestal cumprindo todas as suas funções de proteção, diversidade, beleza e atração da fauna. As espécies plantadas são ipê, cedro rosa, ingá, angico, jequitibá, amora, pitanga, araçá amarela, jaca, goiaba, entre outras. A Sema também lembra que a região próxima ao Parque Tecnológico da cidade usa uma técnica de plantio implementada no Japão. (Supervisão: Marcel Stefano)
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