Empresa colombiana desenvolve nova técnica de produção para aproveitar resíduos da indústria de açúcar e álcool que hoje são queimados em usinas termoelétricas
25 de novembro de 2013
Marcelo Osakabe, especial para o Estadão
SÃO PAULO - Um inventor colombiano promete revolucionar a indústria mundial de papel com um novo processo para a produção a partir da palha da cana de açúcar, material geralmente descartado como resíduo da indústria de açúcar ou álcool.
O químico Jorge Humberto Borrero, proprietário da empresa Fibras Ecológicas, afirma que sua técnica difere de outros processos semelhantes por utilizar apenas a palha da cana, ao invés do bagaço, utilizado por algumas indústrias. Para cada tonelada de papel produzido, seriam necessárias duas toneladas e meia de palha.
Segundo o químico, o novo processo utilizaria menos produtos químicos, como soda cáustica ou derivados de enxofre, o que resultaria em menos dano para o meio ambiente e menos riscos à saúde.
Segundo o químico, o novo processo utilizaria menos produtos químicos, como soda cáustica ou derivados de enxofre, o que resultaria em menos dano para o meio ambiente e menos riscos à saúde.
Bagaço. Jorge Humberto Borrero é um cientista premiado. Em 2011, sua pesquisa com papel recebeu o prêmio de Melhor Inventor Colombiano e também o de melhor inventor pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual.
Os prêmios o levaram ao Venture Labs Intestment Competition, realizado pela Universidade do Texas. Lá, ele conheceu a empresa de celulose sueca SCA, que comprou sua ideia. O químico também pesquisa a utlização de outras matérias primas dentro do mesmo processo, que considera ser até 37% mais barato do que similares.
No Brasil, a empresa GCE vende papel feito a partir do bagaço de cana para mais de 600 empresas. Entretanto, o papel é produzido fora do país, na Argentina e na Colômbia. Segundo o gerente comercial da empresa, Guilherme de Pra Neto, comprar o bagaço das usinas brasileiras é difícil, uma vez que elas preferem utilizá-lo como combustível em usinas termoelétricas.
Energia. "A energia aqui é muito cara. Apenas 10% desse bagaço não vai para as caldeiras. Mesmo assim, também competimos por esse bagaço com empresas que fazem ração animal e adubo".
No Brasil, a empresa GCE vende papel feito a partir do bagaço de cana para mais de 600 empresas. Entretanto, o papel é produzido fora do país, na Argentina e na Colômbia. Segundo o gerente comercial da empresa, Guilherme de Pra Neto, comprar o bagaço das usinas brasileiras é difícil, uma vez que elas preferem utilizá-lo como combustível em usinas termoelétricas.
Energia. "A energia aqui é muito cara. Apenas 10% desse bagaço não vai para as caldeiras. Mesmo assim, também competimos por esse bagaço com empresas que fazem ração animal e adubo".
Para Guilherme, a distância entre as usinas e o alto custo de frete brasileiro também afastam a possibilidade de produção nacional de papel feito de cana.
Segundo Guilherme, a empresa precisa de 3,7 toneladas de bagaço de cana para produzir uma tonelada de papel. No caso do eucalipto, a indústria de celulose precisaria de 14 toneladas para produzir a mesma tonelada.
Segundo Guilherme, a empresa precisa de 3,7 toneladas de bagaço de cana para produzir uma tonelada de papel. No caso do eucalipto, a indústria de celulose precisaria de 14 toneladas para produzir a mesma tonelada.
"Uma plantação de eucalipto dura 21 anos, sendo que são feitos três cortes durante esse período. Nesse mesmo período, fazemos 21 colheitas de cana".
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