O zoológico de Araçatuba parou no tempo. Não cumpre a principal razão da existencia dos zoológicos no mundo inteiro, que é a reprodução em cativeiro das espécies ameaçadas e sua re-inserção em seu habitat natural. Tornou-se apenas um depósito de animais devido a falta de recursos financeiros para modernizá-lo. Modernizar o zoológico significaria substituir as velhas jaulas por recintos com fosso para os mamíferos de grande porte, sem grades e sem jaulas. Obviamente são mudanças que estão muito distantes da nossa realidade.
Nos modernos zoológicos, a saúde dos animais está em primeiro lugar e por isso eles são incentivados a se comportarem como se estivessem soltos em meio selvagem. Caso esse incentivo desapareça os animais se entediam e podem entrar em depressão ou agir anormalmente. Diretores de zoológicos dos EUA, por exemplo, estudam a viabilidade de pôr fim à exibição de animais de grande porte, principalmente ursos e elefantes. A justificativa é mais do que válida: esses bichos têm demonstrado grande variação de comportamento, em alguns casos até neuroses e problemas físicos, como artrite, decorrentes da falta de espaço em cativeiros.
No zoo de Araçatuba a impressão que se tem é a de abandono: postes de iluminação quebrados, mato invadindo a passagem dos visitantes, muitas jaulas abandonadas e lixo. A imagens falam por si:
A prefeitura de Araçatuba não terá os recursos necessários para fazer as reformas no zoológico. É ilusão imaginar que isso um dia poderá ocorrer. É hora de se refletir sobre a responsabilidade para com os animais que hoje sobrevivem no local.
Deveria-se imediatamente começar a remoção dos animais para outros zoológicos que possam recebê-los. Além dos zoológicos existem santuários ecológicos que abrigam animais abandonados por circos ou apreendidos em ações contra o tráfico de animais. Esses seriam os locais indicados para a remoção dos animais.
Provavelmente uma parte da população será contra esta ação devido ao vínculo que existe entre a cidade e o zoológico. Ele faz parte da história da cidade.
Após a transferência dos animais, a área do zoológico poderia ser transformada em um parque eco-esportivo que permitisse o contato do público com a natureza e a prática de esportes. Poderiam ser construídas ciclovias, quadras poliesportivas, equipamentos de ginástica, pistas de skate, pavilhão de exposições e eventos, planetário, etc. Algo nos moldes do trabalho que foi feito na praça Getúlio Vargas, com o apoio da iniciativa privada.
Fonte: Diário de Bordo
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