Cavalos exaustos, subnutridos, doentes, puxando carroças pesadas podem ser vistos pelas ruas da cidade ajudando os donos em trabalhos de horários prolongados. Mas não são só eles sofrem de maus-tratos diários. Animais domésticos, silvestres e exóticos passam pela situação que é considerada crime por lei federal. Porém, mesmo com punição prevista de três meses a um ano de detenção, em Goiás não existe relato da prisão de algum acusado por crimes de maus-tratos a animais.
A Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (Dema) registrou, nos nove primeiros meses deste ano, apenas cinco Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCO) de maus-tratos.
A justificativa, pelo baixo número de registros, apresentada pela delegada adjunta, Lara Menezes, foi de que este ano a Dema manteve foco nas ocorrências de pichações. “Direcionamos o efetivo para conter as ações que sujam muros e prédios da cidade.”
A delegacia é responsável por crimes contra o meio ambiente cometidos em todo o Estado. “Não só os direcionados aos animais. Nossa equipe é composta por nove agentes e quatro delegados. O efetivo não é o suficiente.” Ela citou também a realização de uma investigação específica a animais, realizada em 2010, como um dos fatores pela diminuição de registros.
Há exatamente um ano a operação denominada Arca de Noé expediu 17 TCOs. Com isso, o número de ocorrências foi um pouco maior durante o ano de 2010. Foram 34 TCOs, destes 14 referentes a equinos e 12 a galos de rinha. Mesmo com a maioria dos casos de maus-tratos, principalmente a equinos, a administração municipal, por meio da Agência Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (AMT) – que na prática deveria fiscalizar o transporte de carroças –, não implementou a Lei 8.323, referente à atividade do carroceiro.
Na teoria, a carroça é tida como um veículo de transporte, sendo necessário adquirir licenciamento para sua circulação pela cidade. Mas, na prática, o que deveria acontecer há seis anos deu margens para diversas irregularidades que passam despercebidas pela administração pública. O próprio chefe de divisão de fiscalização e posturas da AMT, Calbi Martins de Faria, assumiu que a alta demanda do órgão com relação a outros problemas do trânsito dificulta a atuação do órgão com relação a esse tipo de transporte.
A própria delegada alerta para a necessidade de um controle, ainda inexistente, com relação ao número de carroceiros atuantes na capital. “Deveria haver um relatório de quantas pessoas utilizam o cavalo para sobreviver.” Em sua opinião, a situação dos carroceiros é delicada porque muitos retiram do transporte de lixo o sustento dos filhos.
Fonte : O Hoje
Nota da Redação: Embora as dificuldades que os trabalhadores tem para sustentar suas famílias, nada justifica a exploração animal.
Goiás : Lei para animais é ignorada
23:34
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