A doentia mente humana


Alem da inegável utilidade tecnológica a Internet tem o mérito de desnudar em escala planetária nossa brutalidade. Os homens maltratam, torturam e assassinam seus semelhantes, mas os animais ditos irracionais são as vítimas preponderantes dessa perversidade. E nessa seara revelamos uma face aterradora que envergonha aqueles que não compactuam com esse comportamento.

O cardápio de atrocidades é inesgotável. Ursos vivem anos de suplício em fazendas chinesas e vietnamitas para a dolorosa extração de sua bílis; animais de diversas espécies são submetidos a experiências brutais em centros de pesquisas; na China e na Coreia cães e gatos são cozidos ou tem suas peles arrancadas ainda com vida.

Como se não bastasse, bois, porcos e aves, entre outros, são trucidados de forma cruel em estabelecimentos que remetem a uma sucursal do inferno, Isso sem falarmos dos abates clandestinos, que são tão crueis quanto os realizados em escala industrial.

O especismo doentio, a ignorância e a involução espiritual da maioria esmagadora da população global são os ingredientes principais da perpetuação desse holocausto.

Um planeta maravilhoso, cuja horda de habitantes lunáticos desconhece a ética, a compaixão e o respeito pela vida de bilhões de seres sencientes. Criaturas que tem o direito de nascer, crescer, viver e reproduzir de acordo com as leis naturais.

Mas o que nos baliza, o que nos move, são as leis dos homens. Esses seres inteligentes que creem piamente que o mundo é assim porque é assim que tem que ser. Cada qual com seu deus, com suas crenças cegas, com seus costumes e sua cultura, mas pontos em comum: a intolerância e a recusa em adotar novos paradigmas que levem em consideração o sagrado direito de outras espécies usufruírem suas vidas com liberdade e bem estar.

Eterna contradição. Nossa evolução tecnológica não guarda correspondência com a espiritual. O homem anseia desvendar mistérios interplanetários, mas se mostra incapaz de perscrutar mente e alma em busca de luz.


Espaçonaves singram o espaço e aqui na Terra seguimos chafurdando em nossa doentia insensatez. Dizimar, poluir e explorar são os verbos conjugados com mais avidez por aqueles que dominam o mundo com mãos de ferro.

Pobres animais, criaturas dóceis e amorosas, cuja triste sina é coabitar conosco este degradado planeta. Vergonhosa espécie humana, que salvo honrosas, provoca náuseas e revolta naqueles que purificaram seu espírito.

Servilio Vieira Branco
OAB/SP 119.218

E-mail: brancolex@hotmail.com

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