Faça um teste: você sabe dizer quantos produtos do seu nécessaire não são testados em animais? E quantos não contêm ingredientes de origem animal? Aliás, você se preocupa com isso?
Um número crescente de consumidores diz que sim. "Dou preferência a empresas que respeitam os seres vivos. É comprovado cientificamente que os animais têm consciência, sentem, respondem, entendem o que está acontecendo", diz a webdesigner Claudia Martin Nascimento, que só compra cosméticos cruelty-free – aqueles que não são testados em animais. A psicóloga Carla Capuano aponta outro aspecto: "Por trás do método de teste do produto também está a forma com que a empresa trata os funcionários. Não consigo desassociar uma coisa da outra. Quem não maltrata os animais, me parece, também não maltrata os funcionários", diz.
E o mercado, está respondendo à altura? Considerados cruéis, os testes são um assunto espinhoso na indústria – poucas empresas topam falar abertamente sobre o tema. A marca de maquiagem quem disse, berenice?, do grupo Boticário, é uma feliz exceção. Criada há cerca de 7 meses, nasceu sob o signo da beleza consciente. "Desenvolvemos nossos produtos com diversas pesquisas que não incluem os testes em animais", garante Vanessa Machado, gerente de produto e perfumaria da marca. A Jequiti, que faz parte do Grupo Silvio Santos, é outra empresa de grande porte que não utiliza testes em animais. "Existem alternativas perfeitamente possíveis e viáveis", diz o presidente Lásaro do Carmo Júnior. Já as opções em cosméticos vegan – que não apenas não usam bichos em testes, mas também são livres de matérias-primas de origem animal – são escassas e ainda restritas a um nicho pequeno de mercado, já que não são vendidas em supermercados, farmácias ou grandes redes.
Os métodos para testar novos produtos usados pela Jequiti e quem disse, berenice são parecidos: ambas fazem experimentos in vitro (em laboratório) e in vivo, ou seja, em gente. "Formamos uma equipe de voluntários, que usa o produto e responde questionários. Todos os testes são acompanhados por médicos", diz Vanessa Machado. Lásaro levanta outra questão: "No caso dos cosméticos, a maior parte das novas tecnologias é derivada de tecnologias já existentes e comprovadamente seguras. Assim, os testes em humanos oferecem risco muito pequeno". Ainda segundo Lásaro, financeiramente os custos dos testes em animais ou usando outras alternativas são equivalentes.
Lei
O tema já é bem mais avançado nos mercados europeu e norte-americano, que oferecem uma gama extensa e variada de opções cruelty-free (e vegan também, embora em menor número). E a oferta vai, obrigatoriamente, aumentar. Em 1° de fevereiro, uma notícia histórica fez a alegria dos defensores dos direitos animais: a União Europeia anunciou o banimento definitivo dos testes em qualquer novo cosmético vendido nos países de seu território, mesmo que seja importado. A medida começará a valer a partir de 11 de março. E essa é uma boa notícia inclusive para nós, brasileiros. "Empresas que visam esse mercado terão de parar de fazer testes com animais", diz Mônica Buava Caliman, diretora do Instituto Nina Rosa, uma organização paulista dedicada a defender os direitos dos animais. É um contraponto e tanto à situação atual na China, país onde os testes são exigidos por lei. Assim, para conseguir uma fatia desse imenso e promissor mercado, empresas antes conhecidas por serem cruelty-free se renderam aos experimentos.
No Brasil, ainda não há novidades nesse sentido. O deputado estadual Feliciano Filho (PV-SP) tentou, sem sucesso, aprovar um projeto de lei que prevê que o consumidor seja informado, na embalagem, se o produto contém matérias-primas derivadas de animais ou que tenha sido elaborado através de método que utilize animal. O deputado federal Ricardo Trípoli (PMDB-SP) propôs um projeto de lei que inclui uma série de resoluções dedicadas a defender o bem-estar animal, mas que está parado há anos. "O consumidor tem o poder em suas mãos. É ele que pode mudar esse quadro", acredita Mônica Caliman. A webdesigner Claudia concorda: "Leis como a da UE são um começo, mas a mudança tem de ser mais profunda: na consciência de cada indivíduo".
E o mercado, está respondendo à altura? Considerados cruéis, os testes são um assunto espinhoso na indústria – poucas empresas topam falar abertamente sobre o tema. A marca de maquiagem quem disse, berenice?, do grupo Boticário, é uma feliz exceção. Criada há cerca de 7 meses, nasceu sob o signo da beleza consciente. "Desenvolvemos nossos produtos com diversas pesquisas que não incluem os testes em animais", garante Vanessa Machado, gerente de produto e perfumaria da marca. A Jequiti, que faz parte do Grupo Silvio Santos, é outra empresa de grande porte que não utiliza testes em animais. "Existem alternativas perfeitamente possíveis e viáveis", diz o presidente Lásaro do Carmo Júnior. Já as opções em cosméticos vegan – que não apenas não usam bichos em testes, mas também são livres de matérias-primas de origem animal – são escassas e ainda restritas a um nicho pequeno de mercado, já que não são vendidas em supermercados, farmácias ou grandes redes.
Os métodos para testar novos produtos usados pela Jequiti e quem disse, berenice são parecidos: ambas fazem experimentos in vitro (em laboratório) e in vivo, ou seja, em gente. "Formamos uma equipe de voluntários, que usa o produto e responde questionários. Todos os testes são acompanhados por médicos", diz Vanessa Machado. Lásaro levanta outra questão: "No caso dos cosméticos, a maior parte das novas tecnologias é derivada de tecnologias já existentes e comprovadamente seguras. Assim, os testes em humanos oferecem risco muito pequeno". Ainda segundo Lásaro, financeiramente os custos dos testes em animais ou usando outras alternativas são equivalentes.
Lei
O tema já é bem mais avançado nos mercados europeu e norte-americano, que oferecem uma gama extensa e variada de opções cruelty-free (e vegan também, embora em menor número). E a oferta vai, obrigatoriamente, aumentar. Em 1° de fevereiro, uma notícia histórica fez a alegria dos defensores dos direitos animais: a União Europeia anunciou o banimento definitivo dos testes em qualquer novo cosmético vendido nos países de seu território, mesmo que seja importado. A medida começará a valer a partir de 11 de março. E essa é uma boa notícia inclusive para nós, brasileiros. "Empresas que visam esse mercado terão de parar de fazer testes com animais", diz Mônica Buava Caliman, diretora do Instituto Nina Rosa, uma organização paulista dedicada a defender os direitos dos animais. É um contraponto e tanto à situação atual na China, país onde os testes são exigidos por lei. Assim, para conseguir uma fatia desse imenso e promissor mercado, empresas antes conhecidas por serem cruelty-free se renderam aos experimentos.
No Brasil, ainda não há novidades nesse sentido. O deputado estadual Feliciano Filho (PV-SP) tentou, sem sucesso, aprovar um projeto de lei que prevê que o consumidor seja informado, na embalagem, se o produto contém matérias-primas derivadas de animais ou que tenha sido elaborado através de método que utilize animal. O deputado federal Ricardo Trípoli (PMDB-SP) propôs um projeto de lei que inclui uma série de resoluções dedicadas a defender o bem-estar animal, mas que está parado há anos. "O consumidor tem o poder em suas mãos. É ele que pode mudar esse quadro", acredita Mônica Caliman. A webdesigner Claudia concorda: "Leis como a da UE são um começo, mas a mudança tem de ser mais profunda: na consciência de cada indivíduo".
CONFIRA UMA LISTA COM MARCAS VENDIDAS NO BRASIL AMIGAS DOS ANIMAIS:
Acquaflora | Adcos | Água de Cheiro |
Amend | Bel Col | Bio Extratus |
Bioderm | Contém 1g | Depilsam |
Elke | Embelleze | Eudora |
Farmaervas | Giovanna Baby | Granado |
I Like Professional | Impala | Jequiti |
L'Acqua di Fiori | Mahogany | Memphis |
Mutari | Natura | Nazca |
Niasi | O Boticário | Phytoervas |
Racco | Stila | Surya |
Urban Decay | Valmari | Vult |
Weleda | Hourglass |
EMPRESAS VEGANAS (QUE NÃO REALIZAM TESTES EM ANIMAIS NEM USAM SEUS DERIVADOS NA COMPOSIÇÃO DOS PRODUTOS)
Ikove | Joico |
Surya | Zerran |
Carol Salles, publicado em 14/02/2013 no UOL, em São Paulo
0 comentários:
Postar um comentário