Teste de Irritação dos Olhos: É
utilizado para medir a ação nociva dos ingredientes químicos encontrados em
produtos de limpeza e em cosméticos. Os produtos são aplicados diretamente
nos olhos dos animais conscientes. Os coelhos são os animais mais utilizados
nos testes Draize, pois são baratos e fáceis de manusear. Seus olhos grandes
facilitam a observação dos resultados. Para prevenir a que arranquem seus
próprios olhos (auto-mutilação), os animais são imobilizados em
suportes, de onde somente as suas cabeças se projetam. É comum que seus olhos
sejam mantidos abertos permanentemente através de clips de metal que seguram
suas pálpebras. Durante o período do teste, os animais sofrem de dor extrema,
uma vez, que não são anestesiados. Embora 72 horas geralmente sejam
suficientes para a obtenção de resultado, a prova pode durar até 18 dias.
Muitas vezes, usam-se os dois olhos de um mesmo coelho para diminuir custos.
As reações observadas incluem processos inflamatórios das pálpebras e íris,
úlceras, hemorragias ou mesmo cegueira. No final do teste os animais são
mortos para averiguar os efeitos internos das substâncias experimentadas. No
entanto, os olhos de coelho são um modelo pobre para olhos humanos.
- a espessura, estrutura de
tecido e bioquímica das córneas do coelho e do humano são diferentes;
- coelhos têm dutos lacrimais
mínimos (quase não produzem lágrimas);
- resultados de testes são
sujeitos às interpretações ambíguas;
- o que aparenta ser um dano
grave para um técnico pode parecer brando para um outro.
Teste Draize de Irritação Dermal: Consiste
em imobilizar o animal enquanto substâncias são aplicadas em peles raspadas e
feridas (fita adesiva é pressionada firmemente na pele do animal e arrancada
violentamente; repete-se esse processo até que surjam camadas de carne viva).
Substâncias aplicadas à pele tosada do animal. Observam-se sinais de
enrijecimento cutâneo, úlceras, edema etc..
Teste LD 50: Abreviatura
do termo inglês Lethal Dose 50 Perercent (dose letal 50%). Criado em 1920, o
teste serve para medir a toxicidade de certos ingredientes. Cada teste LD 50
é conduzido por alguns dias e utiliza 200 ou mais animais. A prova consiste
em forçar um animal a ingerir uma determinada quantidade de substância,
através de sonda gástrica. Isso muitas vezes produz a morte por perfuração.
Os efeitos observados incluem dores angustiantes, convulsões, diarréia,
dispnéia, emagrecimento, postura anormal, epistaxe, supuração, sangramento
nos olhos e boca, lesões pulmonares, renais e hepáticas, coma e morte.
Continua-se a administrar o produto, até que 50% do grupo experimental morra.
A substância também pode ser administrada por via subcutânea, intravenosa,
intraperitoneal, misturada à comida, por inalação, via retal ou vaginal. As
cobaias utilizadas incluem ratos, coelhos, gatos, cachorros, cabras e
macacos. No fim do teste, os animais que sobrevivem são sacrificados.
Anualmente, cerca de 4 a 5 milhões de animais nos EUA são obrigados a inalar
e a ingerir (por tubo inserido na garganta) loções para o corpo, pasta
dental, amaciantes de roupa e outras substâncias potencialmente tóxicas.
Mesmo quando o LD 50 é usado para testar substâncias claramente seguras, é
praxe buscar a concentração que forçará a metade dos animais à morte. Assim
os animais têm de ser expostos a exorbitantes quantidades da substâncias
proporcionalmente impossíveis de serem ingeridas acidentalmente por um ser
humano. Este teste não se constitui em método científico confiável, haja
vista que os resultados são afetados pela espécie, idade, sexo dos animais,
bem como as condições de alojamento, temperatura, hora do dia, época do ano e
o método de administração da substância. Um prognóstico seguro da dose letal
para os humanos é impossível de ser detectado através dos animais.
Testes de Toxidade Alcoólica e
Tabaco: Animais são obrigados a inalar fumaça e se embriagar, para
que depois serem dissecados, a fim de estudar os efeitos de suas substâncias
no organismo. Mesmo sabendo que tais efeitos já são mais do que
conhecidos.
Experimentos de Comportamento e
Aprendizado: A finalidade é o estudo do comportamento de animais
submetidos a todo tipo de privação (materna, social, alimentar, de água, de
sono etc.), inflição de dor para observações do medo, choques elétricos para
aprendizagem e indução a estados psicológicos estressantes. Muitos desses
estudos são realizados através da abertura do cérebro em diversas regiões e
da implantação de eletrodos no mesmo, visando ao estímulo de diferentes áreas
para estudo fisiológico. Alguns exemplos: Animais têm parte do cérebro
retirada e são colocados em labirintos para que achem a saída; animais com
eletrodos implantados no cérebro são ensinados a conseguir comida apertando
um botão, caso apertem um botão errado recebem um choque elétrico; animais
operados e com estado meramente vegetativo são deixados durante dias inteiros
em equilíbrio, sobre plataformas cercadas de água, para evitar que durmam.
Filhotes recém nascidos são separados de suas mães etc..
Experimentos Armamentistas: Os
animais são submetidos a testes de irradiação de armas químicas (apresentando
sintomas como vômito, salivação intensa e letargia). São usados em provas
biológicas (exposição à insetos hematófagos); testes balísticos (os animais
servem de alvo); provas de explosão (os animais são expostos ao efeito
bomba); testes de inalação de fumaça, provas de descompressão, testes sobre a
força da gravidade, testes com gases tóxicos. São baleados na cabeça, para
estudo da velocidade dos mísseis. Os animais normalmente usados são
ovelhas, porcos, cães, coelhos, roedores e macacos. Os testes são executados
meramente para testar a eficiência de armas de guerra, e não para aperfeiçoar
o tratamento de vítimas de guerra.
Pesquisa de Programa Espacial: Em
geral são usados macacos e cães. Normalmente os animais são lançados ao
espaço por meio de balões, foguetes, cápsulas espaciais, mísseis e
pára-quedas. São avaliados os parâmetros fisiológicos das cobaias por meio de
fios, agulhas, máscara etc.. Testes comportamentais e de força da gravidade
também são realizados.
Teste de Colisão: Os
animais são lançados contra paredes de concreto. Babuínos, fêmeas grávidas e
outros animais são arrebentados e mortos nesta prática.
Pesquisas Dentárias: Os
animais são forçados a manter uma dieta nociva com açúcaresdurante três
semanas ou têm bactérias introduzidas em suas bocas para estimular a
decomposição dos dentes. Depois disso, são submetidos aos testes
odontológicos. Muitas vezes, os animais têm suas gengivas descoladas e a
arcada dentária removida. Os animais mais usados são macacos, cães e
camundongos.
Dissecação: Animais
são dissecados vivos nas universidades e outros centros de estudo.
Cirurgias Experimentais
e Práticas Médico-Cirúrgicas: Cães, gatos,
macacos e porcos são usados como modelos experimentais para o desenvolvimento
de novas técnicas-cirúrgicas ou aperfeiçoamento das já existentes. Cirurgias
toráxicas, abdominais, ortopédicas, neurológicas, transplantes são
constantemente realizadas. Não é raro ver animais mutilados, tendo seus
membros quebrados, costurados, decapitado sem nenhum uso de anestesia!
Experimentação Animal na
Educação: São várias as finalidades dos experimentos
realizados com animais em universidades brasileiras: observação de fenômenos
fisiológicos e comportamento a partir da administração de drogas; estudos
comportamentais de animais em cativeiro; conhecimento da anatomia interna; e
desenvolvimento de habilidades e técnicas cirúrgicas. Os experimentos são
comuns em cursos de Medicina Humana e veterinária, Odontologia, Psicologia,
Educação Física, Biologia, Química, Enfermagem, Farmácia e Bioquímica. Essas
práticas vêm sendo severamente criticadas por educadores e profissionais.
Seus argumentos são de ordem ética e, em alguns casos, técnica, levantados em
favor de educação mais inteligente e responsável. Abaixo estão descrições
breves dos experimentos mais encontrados nas universidades:
Miografia: Um
músculo esquelético, geralmente da perna, é retirado da rã ainda viva para
estudar a resposta fisiológica a estímulos elétricos.
Sistema Nervoso: Uma rã é
decapitada e um instrumento pontiagudo é introduzido repetidamente na sua
espinha dorsal, observando-se o movimento dos músculos esqueléticos do
restante do corpo.
Sistema Cardiorespiratório: Um cão é
anestesiado, tem seu tórax aberto e observa-se os movimentos pulmonares e
cardíacos. Em seguida aplicam-se drogas, como adrenalina e acetilcolina, para
análise da resposta dos movimentos cardíacos. Outras intervenções podem ser
realizadas. Por fim, o animal é morto.
Anatomia Interna: Diversos
animais podem ser utilizados para tal finalidade. Geralmente são mortos ou
são sacrificados como parte do exercício, com éter ou anestesia intravenosa.
Estudos Psicológicos: Ratos,
porcos-da-índia ou pequenos macacos podem ser utilizados como instrumento de
estudo. São vários os experimentos realizados. Privação de alimentos ou água
(caixa de Skinner, por exemplo); experimentos com cuidado materno (a prole é
separada dos genitores); indução de estresse (utilizando-se choques
elétricos, por exemplo); comportamento social em indivíduos artificialmente
debilitados ou caracterizados. Alguns animais são mantidos durante toda a
vida em condições de experimentos, outros são mortos pelas condições extremas
de estresse ou quando não podem mais ser reutilizados.
Habilidades Cirúrgicas: Muitos
animais, geralmente vivos, podem utilizados para estas práticas.
Farmacologia:
Geralmente pequenos mamíferos, como ratos e camundongos. Drogas são injetadas
intravenosas, intramuscular ou diretamente no estômago (via trato
digestivo por catéter ou injeção). Os efeitos são visualizados e registrados.
Fontes: FBAV e Livro "A
verdadeira Face da Experimentação Animal" - Sergio Greif & Thales
Tréz
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