Deputado do PCdoB comandará comissão externa que auxiliará investigações sobre o Instituto Royal
Ativistas invadiram, por volta das 2h de sexta-feira, a sede do Instituto Royal, em São Roque, no interior de São Paulo, para o resgate de cães da raça beagle que seriam usados em pesquisas científicas. Mais tarde, coelhos também foram retirados do local. Cerca de 150 pessoas participaram da invasão. Ao todo, 178 cães foram retirados do instituto.
O deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), que vai coordenar uma comissão externa sobre o Instituto Royal, comparou a situação do local que abrigava cães da raça beagles, usados em pesquisas científicas, com um “campo de concentração nazista”. Ele será o coordenador da comissão criada nesta terça-feira na Câmara dos Deputados para acompanhar as investigações do caso.
"O ambiente que eu vi lá é um ambiente de tortura. Desculpem, mas aquilo parecia um campo de concentração nazista. Ali, só para vocês terem uma ideia, delegado de Polícia Federal já viu muita coisa. Vi sujeito esquartejado, colega já perdeu um braço, nunca me assustei com nada, nunca me decepcionei com nada. Ali eu passei muito mal", disse Protógenes, conhecido por ter comandado a Operação Satiagraha, na Polícia Federal.
O deputado foi ao local para fazer uma inspeção de fiscalização a partir de uma suspeita de que o Instituto Royal havia recebido verba pública. "Encontrei um ambiente deprimente, muito sujo, muitas fezes de animais, uma quantidade enorme de urina de animais, um ambiente fétido, muito distante da realidade da pesquisa científica", afirmou.
A comissão terá como relator o deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP) e deve propor um planejamento de trabalho para auxiliar as investigações. Ao final dos trabalhos, o grupo deve propor uma atualização na legislação sobre pesquisas científicas. Inicialmente, o deputado Ricardo Izar (PSD-SP) foi anunciado como relator do grupo, mas a Câmara dos Deputados anunciou a mudança.
Segundo Protógenes, outros países - como França, Estados Unidos, Inglaterra e Suíça - não utilizam animais em pesquisas para testes de medicamentos e cosméticos. "Esses métodos são utilizados no continente africano. Porque está utilizando também no Brasil, se são métodos desatualizados?", questionou.
Ativistas retiram animais de instituto
Há dias, ocorriam protestos na frente do centro de pesquisas, que utiliza beagles em testes de produtos farmacêuticos. A raça é usada por ter menos variações genéticas, o que torna os resultados dos testes mais exatos.
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