Segundo a Opar (Organização para Proteção de Animais de Rua), de São José, e a ONG Cão Sem Dono, de São Paulo, a prefeitura não revela para onde levou os animais nem que cuidados eles recebem.
Desde a operação que retirou há duas semanas os moradores da área invadida, grupos de voluntários vão ao local para alimentar ou resgatar cães, gatos, galinhas e outros animais deixados para trás.
A prefeitura anunciou ter retirado 240 animais da área, a maior parte deles sob responsabilidade da Animales, empresa contratada para fornecer moradia, tratamento e alimentação a curto prazo.
A administração não quis divulgar o endereço onde os animais estão, entretanto, alegando atender a um pedido da empresa.
"A impressão que tenho é que vão acabar sacrificando todos eles", diz o presidente da Opar, Paulo Higashibara.
A dona da Animales, Shirley Lima, disse que abriga 180 animais do Pinheirinho em um sítio e que todos estão sendo bem cuidados. Ela afirmou que não divulga o local por questão de segurança.
O departamento de comunicação da prefeitura informou que ex-moradores do bairro interessados em reaver seus animais podem ir ao abrigo acompanhados por funcionários.
ESQUECIDOS
Duas semanas após a desocupação do Pinheirinho, muitos animais continuam vagando pelo extenso terreno, de 1,3 milhão de metros quadrados.
Na quinta-feira, quando a reportagem visitou o local, cerca de 15 cães estavam em cercas improvisadas pelos voluntários em meio aos destroços, recebendo comida.
A aposentada Marilu Godoi, 54, lidera um grupo de mulheres que se definem como "protetoras independentes" e levam ração, procuram bichos em escombros e casas abandonadas e resgatam os mais debilitados.
No dia 26, a Folha acompanhou uma integrante do grupo salvando um filhote de cachorro em uma rua deserta do Pinheirinho. Os dois irmãos dele estavam mortos.
Agora, a preocupação dos voluntários é achar um novo lar para os animais já tratados, vacinados e castrados.
Fonte: Folha
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