300 toneladas de lixo são recolhidas por mês no sistema Castello/Raposo



Notícia publicada na edição de 06/09/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 12 do caderno A, mostra como falta educação e cidadania à boa parte da população, a mesma população que quer melhorias na saude, transporte, lazer e tudo mais (Instituto Cahon).
Os resíduos mais encontrados são entulhos provenientes de restos de materiais de construção - Por: Adival B. Pinto

por Giuliano Bonamim
A concessionária Viaoeste recolhe 300 toneladas de lixo por mês do sistema Castello Branco/Raposo Tavares. Esse volume é retirado dos 169 quilômetros de pistas e canteiros de ambas as rodovias, que cortam Sorocaba e outras 14 cidades da região. A quantidade chega a ser maior se comparada à coleta total de resíduos sólidos de alguns municípios do Estado de São Paulo. Segundo um estudo elaborado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Holambra recolhe 180 toneladas de lixo todos os meses. Já Pereira Barreto, localizada no extremo noroeste paulista, retira cerca de 240 toneladas po mês. 

A Viaoeste não possui um cálculo do volume de lixo recolhido especificamente no trecho de Sorocaba, mas garante que a maior quantidade é retirada de locais próximos às comunidades que margeiam a Castello Branco e a Raposo Tavares. Os resíduos mais encontrados são entulhos - restos de materiais de construção - e lixo doméstico, mas a concessionária também relata a presença de eletrodomésticos e até mobiliários. A retirada desses resíduos sólidos é de responsabilidade da Viaoeste. A concessionária possui uma empresa contratada para desempenhar a atividade com uma equipe de catadores, varredores e com uma frota de caminhões.

O Código de Trânsito Brasileiro especifica punições aos infratores que dispensarem objetos nas rodovias. O artigo 171 diz ser proibido usar o veículo para arremessar água ou detritos sobre os pedestres ou em outros automóveis. Já o artigo 172 descreve ser ilegal atirar do carro ou abandonar substâncias nas vias públicas. Ambas são infrações médias e punem o responsável com multa. Quem trafega pela Raposo Tavares e pela Castello Branco está habituado a encontrar algum tipo de sujeira na pista. Tanto o asfalto quanto os canteiros costumam estar limpos, mas não é difícil encontrar garrafas PET e restos de pneus pelo caminho.

O médico Dirceu Rodrigues Alves Junior, chefe do departamento de medicina de tráfego ocupacional da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), ressalta o perigo de objetos jogados nas rodovias. "Os riscos são grandes, pois uma lata ou um pedaço de alimento podem ser responsáveis por acidentes graves", comenta. Segundo Alves Junior, os acidentes geralmente acontecem com o lançamento de um objeto feito pelo próprio automóvel. "Um caminhão passa sobre uma lata de refrigerante na estrada, o pneu traseiro levanta esse objeto compactado e o projeta em cima do para-brisa do veículo que vem logo atrás", diz.

O chefe do departamento de medicina de tráfego ocupacional da Abramet diz que a entidade não possui uma estatística de acidentes relacionados ao lixo jogado nas rodovias. "Mas esse tipo de fato é muito comum", relata.

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