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Pesquisador: poderemos conversar com animais em até 10 anos



Um fotógrafo flagrou um casal de cães-da-pradaria que parecem se preparar para dançar, no zoológico de Praga Foto: The Grosby Group
Um fotógrafo flagrou um casal de cães-da-pradaria que parecem se preparar para dançar, no zoológico de Praga
Foto: The Grosby Group
Um médico que conversa com animais. Essa é a premissa da série de livros infantis Doctor Dolittle, de Hugh Lofting, que originou mais tarde os filmes estrelados por Eddie Murphy. História para criança? Con Slobodchikoff, professor emérito de biologia da Universidade de Arizona do Norte, nos Estados Unidos, acha que não. Para ele, o ser humano poderá se comunicar com animais domésticos em até 10 anos.
Fotógrafo amador registrou momento em que uma zebra se salvou do ataque de um leão ao dar um coice no predador.Foto: Thomas Whetten/Caters / BBC Brasil
Fotógrafo flagra momento em que zebra escapa de ataque de leão
Foto: Thomas Whetten/Caters / BBC Brasil
Essa previsão parte de sua pesquisa de três décadas sobre a comunicação entre animais. Hoje Slobodchikoff já testa um programa de computador para, com técnicas de inteligência artificial e muitos anos de dados coletados, comunicar-se com cães-da-pradaria-de-cauda-curta (Cynomys gunnisoni), roedores da família dos esquilos que habitam principalmente os Estados americanos de Arizona, Novo México e Colorado.
Com a aplicação dessa tecnologia para outros animais, o pesquisador acredita que, em cinco a 10 anos, os seres humanos poderão se comunicar, em um nível básico, através de dispositivos do tamanho de um celular, com seus cachorros e gatos. “Eu acredito que tais conversas nos ajudarão a resolver muitos problemas comportamentais que as pessoas têm com seus animais de estimação”, afirma Slobodchikoff, em entrevista ao Terra. “A maioria dos problemas de comportamento aparecem porque as pessoas não conseguem comunicar suas necessidades aos seus animais, e seus animais não conseguem comunicar suas necessidades a suas pessoas”.
Não se sabe ainda o que esse tipo de diálogo pode revelar. Talvez o gato esteja sentindo medo ou o cão precise sair para resolver urgências fisiológicas, por exemplo. “Quanto mais descobrimos sobre os animais, maior complexidade encontramos”, diz o pesquisador. “As pessoas achavam que cachorros estavam latindo apenas porque estavam com vontade de latir ou estavam apenas expressando uma emoção. Nós estamos agora começando a descobrir que cachorros têm coisas específicas a dizer em seus latidos. Quanto mais nós descobrimos, e mais a tecnologia para compreender a comunicação animal se desenvolve, estou disposto a dizer que vamos encontrar muitos animais com linguagens complexas nas quais eles comunicam informações específicas”.
Linguagem sofisticada
A ideia do professor de que os animais podem se comunicar de forma mais eficaz do que imaginávamos surgiu com o estudo de cães-da-pradaria-de-cauda-curta, nos EUA. Após centenas de experimentos, o professor e seus alunos descobriram o que ele considera a “mais sofisticada linguagem animal já decodificada”.
A descoberta sucedeu após análise dos chamados de alerta efetuados em uma colônia desses roedores diante da visão de um possível predador. Os alertas, agudos, semelhantes a pios de pássaros, variavam conforme o elemento avistado. Cada um deles era gravado, e as reações provocadas entre os roedores eram assinaladas. Mais tarde, a equipe de pesquisadores reproduzia os sons com o intuito de “compreender” os chamados. 
Esta é a 'Lucihormetica luckae', uma espécie de barata descoberta no Equador. Desde a primeira descoberta de uma barata fluorescente em 1999, mais de uma dezena de espécies já foram encontradas. Todas estão em áreas remotas. Esta é uma das novas espécies anunciadas pelo Instituto Internacional para a Exploração de Espécies da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos Foto: BBCBrasil.com
Barata fluorescente está em 'top 10' de novas espécies; veja
Foto: BBCBrasil.com
Com essas e outras experiências, Slobodchikoff identificou a utilização de diferentes fonemas, como se fossem palavras, e combinações de sons específicos, como se fossem frases. Segundo o pesquisador, o vocabulário dos “prairie dogs” (em inglês) lhes permite comunicar informações bem específicas, como a diferenciação de cores, formatos e tamanhos. 
Em seu livro mais recente, “Chasing Dr. Dolittle”, de 2012, sem tradução para o português, Slobodchikoff apresenta feitos impressionantes desses roedores. Eles puderam descrever, uns para os outros, uma pessoa alta vestindo camiseta amarela e uma pessoa baixa usando camiseta azul. A velocidade, a quantidade e as formas de cachorros se aproximando também eram anunciadas.
Nem todos os animais, entretanto, possuem uma comunicação tão eficiente. “Todos os animais se comunicam uns com os outros, como o fazem as células do nosso corpo. Mas nem todos têm necessariamente uma linguagem”, conclui. 

VETERINÁRIOS ALERTAM PARA OS PERIGOS DE FOGOS DE ARTIFÍCIOS PARA OS ANIMAIS



Recomendação é ensinar o animal a se acostumar com o som. Em alguns casos, o bicho precisa ser medicado por um médico veterinário.
Paçoca e Whisky buscam refúgio dentro de casa​ (Foto: Júnior Costa/G1)Paçoca e Whisky buscam refúgio dentro de casa​ (Foto: Júnior Costa/G1)Com a chegada das festividades de final de ano, especialistas apontam que a pirotecnia promovida nas festas de Natal e Ano Novo acabam provocando palpitações, taquicardia, salivação, tremores, sensação de insuficiência respiratória, falta de ar, náuseas, atordoamento, sensação de irrealidade, perda de controle e medo de morrer nos animais. Muitas vezes, os animais, por sentirem medo extremo, acabam fugindo.
Por isso, veterinários recomendam nesta época do ano atenção redobrada para qualquer agitação do animal de estimação e apontam cuidados especiais que os donos dos pets devem ter com os bichos que possuem fonofobia, medo de sons, como os de fogos de artifícios, por exemplo. Algumas dicas podem acalmar o animal e ainda evitar acidentes domésticos.
O veterinário Rodolpho Borges revela que o medo do som alto pode estressar o pet e, agitado, pode acabar se perdendo, fugindo e se machucando com gravidade. "Alguns animais se aterrorizam com o som dos fogos, e ao tentar fugir e se esconder, podem acabar se machucando, por isso é importante colocá-los em um local seguro e deixá-los o mais confortável possível", contou o médico.
Bela fica agitada com barulhos intensos (Foto: Juliana Dias/Inter TV)Bela fica agitada com barulhos intensos (Foto: Juliana Dias/Inter TV)
O especialista diz que a fonofobia é normal e que essa época do ano é o período que o animal fica mais assustado. Ele diz que as pessoas possuem a mania de adular, acariciar e até mesmo dar colo ao pet quando ele se assusta de forma repentina. Mas garante que o dono deve fazer o contrário.
"Durante os fogos não mude o comportamento. Algumas pessoas tendem a mimar, abraçar e dar mais carinho no momento dos fogos. Ao invés de ajudar, acaba aumentando o medo do animal, que acaba associando o medo ao carinho, e toda vez fará isso. Muitos proprietários demonstram preocupação antes dos fogos, e a linguagem corporal deixa o cão mais ansioso e com medo, então não mude o comportamento", ensinou.
O correto, segundo o veterinário, é deixar o pet à vontade dentro de casa e minimizar os efeitos sonoros sobre o animal de estimação. "No momento dos fogos tente camuflar o som, ligue a TV ou rádio. Feche portas e janelas, deixe-o procurar um local confortável. É importante não forçar o animal a fazer o que ele não queira. É normal ele se esconder, para tentar se sentir confortável", explicou Rodolpho Borges. 
Whisky e Paçoca fazem de tudo para chamar a atenção (Foto: Júnior Costa/G1)Whisky e Paçoca fazem de tudo para chamar a atenção (Foto: Júnior Costa/G1)Em casos mais severos, quando as dicas não funcionam, o especialista diz que um veterinário deve ser procurado. "Procure o médico veterinário, pois a utilização de medicamentos para ansiedade ou tranquilizantes poderão ser necessários", enfatizou.
Para acabar como medo, o médico veterinário explica que o dono do animal deve trabalhar a fobia junto com o amigo de estimação. "Procure um vídeo com o som de fogos e deixe-o ouvir em volume baixo, várias vezes ao dia. Associe o som com alguma coisa que ele goste, por exemplo, carinho, petiscos, brincadeiras. Ao longo dos dias aumente o volume do som, deixe-o associar barulho de fogos. Com o tempo, ele irá se acostumar", ensinou.

FonteG1