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Cães e gatos também podem doar sangue


A fim de homenagear e agradecer a todos os heróis que ajudam a salvar vidas diariamente, comemora-se hoje o Dia Mundial do Doador de Sangue. E, assim como os seres humanos, cães e gatos também precisam de transfusão de sangue e, por vezes, podem se tornar doadores permanentes. O processo de doação, explica a médica veterinária Carla Alice Berl, funciona praticamente da mesma maneira que o promovido pelos donos. "O animal precisa estar sadio e só pode doar sangue uma vez a cada três meses", explica.

As transfusões acontecem, geralmente, em situações de emergência: quando os animais são vítimas de acidentes, como quedas e atropelamentos, entram em um quadro de hemorragia, sofrem algum tipo de intoxicação, são envenenados, têm anemia por doença do carrapato ou autoimune e, até mesmo, passam por um tratamento de câncer. Quem vai determinar se o bichinho precisa de uma transfusão de sangue ou não é o veterinário. "Ele começará a pensar nisto quando a concentração de hemácias por mililitro de sangue estiver abaixo de 22%", esclarece a especialista.

Em caso de emergências, os hospitais e clínicas veterinárias coletam o sangue dos interessados em doar e realizam os testes necessários. O procedimento todo de coleta dura de 15 a 30 minutos. "O animal precisa estar em jejum de quatro horas e poderá receber alimentos assim que terminar a coleta", explica Carla.

Antes de fazer uma transfusão sanguínea, no entanto, é preciso saber se o animal é DEA positivo ou negativo. Os cães têm 13 tipos diferentes de sangue e os gatos tem apenas três. "Eles também têm um fator que pode ser positivo ou negativo, como o Rh dos humanos, mas para eles esse fator é chamado de DEA." Assim como nos humanos, os animais que possuem sangue negativo só podem receber negativo e os que têm positivo recebem os dois.

Além desta primeira análise, também é necessária a realização de uma prova de compatibilidade sanguínea, por meio de um teste entre o sangue do receptor e o do doador, para averiguar se não há problema. Em algumas situações, os animais podem receber sangue animal mesmo com outro tipo sanguíneo, mas a transfusão só pode ser realizada apenas uma vez. "Depois disto, o animal vai ficar reativo ao tipo de sangue recebido. Temos de fazer todo o possível para que a transfusão sanguínea não cause uma reação no animal que está recebendo o sangue", ressalta.

Alguns fatores são determinantes para que, segundo Carla, um animal possa se tornar doador, como tamanho, idade e histórico de saúde. No caso dos cães, é preciso ter peso acima de 28 quilos: são considerados doadores ideais aqueles que pesam entre 35 e 60 quilos. Devem ter mais de um ano de idade, não podem ter nenhuma doença crônica ou estar tomando medicamentos e precisam ser testado negativo para doenças transmitidas por carrapatos. "Além disto, precisamos ter um hemograma (ou exame de sangue) dentro dos padrões de normalidade."

Para os gatos, as exigências sofrem pequenas alterações. As melhores opções como doadores são os animais domiciliados em apartamento, pois apresentam menores riscos de serem portadores de doenças transmissíveis, como a aids, a leucemia (câncer no sangue) e a doença do carrapato.
do jornal Cruzeiro do Sul

Evento sobre políticas públicas para defesa dos animais conta com representantes da OAB Sorocaba




Nesse sábado, 8, membros da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da OAB Sorocaba participaram do seminário de Políticas Públicas e Direitos dos animais, que aconteceu na Câmara Municipal de Sorocaba.

O evento contou com a presença do presidente da Frente Parlamentar do Congresso Nacional- Deputado Federal Ricardo Izar e do Promotor de Justiça Carlos Henrique Prestes Camargo do GECAP- Grupo Especial de Combate aos Crimes Ambientais.

Esteve presente ainda a Deputada Federal- Iara Bernardes e alguns vereadores da casa.

Promovido pelo Instituto Cahon em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente de Sorocaba o seminário debateu assuntos trazidos pelas autoridades acima citadas, como Leis Federais, ainda contou com representantes de entidades, do CCZ de sorocaba e de ativistas, ambientalistas, que abordaram políticas públicas de defesa animal, o veganismo, denúncias, resgates e ativismo. (do Informativo OAB-Sorocaba)


Amazônia: fogo devasta mais que desmatamento, aponta estudo inédito


Não podemos concordar que a condição climática seja mais responsável do que o desmatamento na Amazônia, estudos recentes apontaram que o desmatamento tem aumentado (leia sobre o assunto) onde indica que ele cresceu 88% em um ano, além do mais, os incêndios são causados, em sua maioria, pelo próprio homem, exatamente para desmatar que a maneira mais fácil, desonesta e estúpida que ele encontra para destruir a floresta. (Instituto Cahon)

Estudo aponta as condições climáticas - e não o desflorestamento - como principal fator de risco na devastação da Floresta Amazônica



Pesquisadores mapearam pela primeira vez a frequência e extensão de incêndios ao longo de 3 milhões de quilômetros quadrados na região amazônica; imagem divulgada pela Nasa mostra frequência das chamas Foto: Nasa / Divulgação
Pesquisadores mapearam pela primeira vez a frequência e extensão de incêndios ao longo de 3 milhões de quilômetros quadrados na região amazônica; imagem divulgada pela Nasa mostra frequência das chamas
Foto: Nasa / Divulgação


Na Amazônia, incêndios que atingem a área baixa da floresta, sob a copa das árvores, ficam normalmente escondidos da análise de satélites que detectam a frequência das chamas. Um novo método utilizado nesse levantamento levou agora à primeira estimativa dos danos causados por esse tipo de incêndio na região.
Cientistas da Nasa, a agência espacial americana, determinaram que um tipo de incêndio até então não mapeado na Floresta Amazônica é responsável pela destruição de uma área de mata muito maior do que a perdida através do processo de desflorestamento nos últimos anos. A constatação foi feita por meio de uma técnica considerada inovadora no uso de satélites e apresenta um outro lado para os dados apresentados pelo governo brasileiro indicando a redução do desmatamento nos últimos oito anos.
O estudo da Nasa revela que houve ocorrência de fogo generalizado sobre as fronteiras da floresta durante o período pesquisado, de 1999 a 2010. Incêndios recorrentes estão concentrados em áreas áreas nas quais existe uma confluência de condições climáticas adequadas para a propação do fogo.
"A Floresta Amazônica é bastante vulnerável ao fogo, dada a frequência de chamas que causam o desmatamento e o manejo da terra na fronteira da floresta, no entanto nunca soubemos a extensão regional ou a frequência desses incêndios", afirmou Doug Morton, o principal autor do estudo. A pesquisa foi publicada em 22 de abril na revista Philosophical Transactions of the Royal Society B.
Nos anos em que foi registrada a maior ocorrência de incêndios, como 2005, 2007 e 2010, a área de floresta afetada por esse fogo baixo foi diversas vezes maior do que a área de desflorestamento causada pela expansão da agricultura, informou Morton. O estudo vai além e aponta as condições climáticas - e não o desmatamento - como principal fator determinante do risco de incêndios na Amazônia.

Após sofrer maus-tratos e perder pata, vira-latas conquista jovens na zona norte


Caso alguém decida fazer uma visita à escola municipal Romão Gomes, no Parque Novo Mundo, na zona norte de São Paulo, no período da tarde, vai ser recebido, em primeiro lugar, por um cão vira-latas de três patas batizado pelas crianças de Snoopy.
Todos os dias, com faltas eventuais apenas por questões amorosas, o cachorro aguarda os garotos Felipe Alves Nunes, 14, e Evandro Pereira Santos, 13, saírem do compromisso escolar para acompanhá-los de volta para casa, em um conjunto residencial Cingapura, pouco menos de um quilômetro dali.
O cachorro mora na rua, em frente ao prédio onde vive a dupla, e se alimenta graças à ajuda "de todo mundo que dá uma coisinha".
Felipe acredita que o chamego do cão com ele e com o amigo Evandro veio após eles terem dado "duas salsichas saborosas" ao bicho.
"Ele é meu melhor amigo. Reconheço o esforço que faz, todos os dias, andando 850 metros só para ficar me esperando. Retribuo brincando, jogando bola e fazendo carinho nele", diz Felipe.
Eduardo Knapp/Folhapress
Cachorro Snoopy, de 3 patas, segue Felipe Alves Nunes,14 e Evandro Pereira dos Santos,12, até o colégio em SP
Cachorro Snoopy, de 3 patas, segue Felipe Alves Nunes,14 e Evandro Pereira dos Santos,12, até o colégio em SP
HISTÓRIA DE AMOR
A história de amor entre Snoopy e os meninos começou há dois anos, antes de o cão ter sofrido a amputação devido a maus-tratos.
"O cachorro desapareceu por um tempo e todos na escola acharam estranho. Só ficamos sabendo de tudo o que tinha acontecido quando ele retornou à rotina, já sem a patinha da frente", afirma a diretora, Tânia Carmona.
Quando sumiu, Snoopy só foi encontrado após uma busca que envolveu estudantes e moradores do bairro. "Encontramos ele muito machucado. Ele me viu e parecia que pedia para eu ir embora porque queria morrer sozinho. Foi muito triste", lembra Felipe, estudante da oitava série.
VAQUINHA
Moradores e alunos fizeram uma vaquinha e conseguiram arrecadar o valor de R$ 2.000 para os cuidados veterinários emergenciais para o cachorro.
Em poucas semanas, o vira-lata sorridente -meio branco, meio caramelo- estava recuperado, mas tendo de conviver com uma deficiência: andar sem a pata esquerda dianteira.
"Para mim, ele ter só três patas não faz diferença nenhuma. Só no começo, que ele andava um pouco mais devagar, mas, agora, é quase normal. O meu amor por ele é igual", conta Evandro.
Apesar de os alunos conhecerem o cachorro "da portaria", poucos sabiam de sua saga, que só ficou popular após a publicação dos detalhes em um blog do colégio.
"A história do Snoopy é próxima da vida da gente, não é conto de fadas. Todo o mundo se emociona com a vontade dele de continuar vindo com os meninos", conta Giovanna Lemos, 12.
Snoopy também virou tema de exposição de cartazes feitos na escola. Os alunos descreveram em desenhos seus sentimentos pelo bicho.
UNIÃO
"O cachorro ultrapassou a função dos nossos projetos pedagógicos e mexeu com o emocional das crianças, que vivem uma realidade muito dura no bairro, muitas vezes de pobreza, de violência", declara Ana Paula Faria, professora de informática educativa do colégio.
O cachorro só sai da portaria durante o período de aula em três situações: quando vê um dos garotos na quadra de esporte e começa a latir em desespero, quando consegue driblar os funcionários para ficar babando na janela da sala de aula dos meninos e para acompanhar a dupla de volta para casa.
Para a assistente de diretoria Marisa Testone, os detalhes da história do cachorro "despertaram um sentimento de união entre os alunos".

Atletas adotam dieta vegana em busca de melhor desempenho

DA REUTERS - A dieta vegana, que exclui alimentos de origem animal, está sendo adotada por atletas para melhorar o desempenho físico.
"Já tinha tentado todo tipo de alimentação: com muita proteína, com pouco carboidrato... até que aderi à dieta à base de vegetais", afirma Brendan Brazier, ex-triatleta canadense. Ele gostou tanto do resultado que já escreveu três livros sobre veganismo.
Também já se declararam veganos o jogador de beisebol americano Prince Fielder, o ultramaratonista Scott Jurek, também americano, e o jogador de hóquei no gelo Mike Zigomanis, canadense.

Jogador argentino é demitido após arremessar cão em alambrado

O jogador Jose Jimenez, do Bella Vista - time de menor expressão do futebol argentino -, foi expulso por arremessar um cachorro no alambrado durante uma partida da liga regional de Tucumán. Segundo informações do jornal Olé, a atitude de Jimenez provocou indignação na torcida e na direção do clube, que rescindiu o contrato do atleta.

O incidente aconteceu durante a partida entre San Juan e Bella Vista. Um cachorro invadiu o gramado, fazendo com que o jogo fosse paralisado. Aparentemente dócil, o cão deitou-se no campo e lá ficou, até ser retirado pelo pescoço pelo jogador do Bella Vista.

Em vez de desperdício, um reino de abundância


"Quem oferece bens e serviços não pode limitar-se a saber se "alguém quer ou alguém vai comprar". A pergunta central é: e depois? O que será feito dos componentes biológicos e técnicos dos produtos, uma vez consumidos? Vão entupir os aterros, alimentar os caríssimos incineradores, ou poderão ser a base para novos processos produtivos, propiciando, assim, menos exploração mineral e solos nutridos por elementos que até então iam para o lixo?", escreve Ricardo Abramovay, professor titular do departamento de economia da FEA/USP e coordenador do Núcleo de Economia Socioambiental (NESA), em artigo publicado no jornal Valor, 11-06-2013.
O economista comenta o livro The Upcycle, de William McDonough e Michael Braungart. North Point Press. 256 páginas, US$ 24,00.
Segundo ele, não se trata de "celebrar simplesmente a minimização dos danos, como se faz, na maior parte dos relatórios socioambientais do mundo corporativo atual. Ao contrário, é necessário transformar radicalmente não só a maneira como são produzidos os bens e serviços, mas, sobretudo, seu próprio sentido social".
Para o economista, "o ponto de partida dos tomadores de decisão sobre os recursos de que dispõem não pode estar nas métricas a respeito de seus impactos. O começo de tudo são valores, ou seja, o que se quer com aquilo que é oferecido à vida social. Dos valores nascem princípios, daí resultam objetivos, estratégias, táticas e somente então é que as métricas têm lugar. Reduzir emissões, melhorar o uso da energia ou poluir menos não servem como parâmetro para julgar a maneira como se comportam os agentes econômicos".
Eis o artigo.
Um mundo de abundância, em que a concepção criativa e o uso adequado dos produtos representam o caminho para superar as fronteiras em que o desenvolvimento sustentável está hoje enclausurado. Um mundo em que cidades funcionam como florestas, recuperando o que é comumente tratado como lixo, em que a melhor energia é a que vem do sol, do vento, e onde as emissões fósseis ainda remanescentes convertem-se em alimentos para nutrientes biológicos e não em aquecimento global. Uma economia que não se restringe a reduzir danos, a fazer menos mal, mas tem como objetivo central regenerar os ecossistemas degradados e, por aí, oferecer novas fontes de dinamismo às sociedades humanas, cultivando aquilo que Emerson, o precursor americano do ambientalismo contemporâneo, chamava de profusão calculada. Em suma, um mundo em que a matéria, a energia e os recursos bióticos dos quais dependemos não respondem a uma lógica linear (extrair-produzir-usar-jogar), nem mesmo a uma lógica circular de ciclo fechado, mas a um movimento em espiral em que a atividade econômica resulta num conjunto de nutrientes técnicos e biológicos para a produção de novos bens e serviços.
O arquiteto americano William McDonough e o químico alemão Michael Braungart tornaram-se ícones do movimento socioambiental global por uma expressão célebre, que dá título a seu primeiro livro, publicado em 2002. "Do Berço ao Berço - Refazer o Modo como Fazemos as Coisas" ("Cradle to Cradle - Remaking the Way We Make Things"). O conceito é usado por oposição à rota convencional, que vai do berço à sepultura e que as políticas de resíduos sólidos, em todo o mundo, tentam superar. Só que, para fazê-lo, a trajetória não pode mais limitar-se à famosa tríade: reduzir, reusar, reciclar. É muito mais promissor o horizonte de redesenhar, renovar e regenerar.
A reciclagem, por exemplo, de garrafas PET para a fabricação de tecidos apoia-se, quase sempre, no emprego de materiais químicos tão poluentes que só podem, uma vez descartados, destinar-se aos aterros ou à incineração. Essa reciclagem corresponde, na verdade, a uma espécie de subciclagem ("downcycling"). O desafio é, ao contrário, inserir materiais e energia num ciclo que permita sua revalorização, e não a degradação. O mais complicado, quando se trata dessa revalorização, são os produtos complexos, como automóveis, telefones celulares, computadores ou lâmpadas fluorescentes: empregam imensa quantidade de recursos minerais, ligas metálicas e compostos químicos, cuja separação torna-se muitas vezes impossível. Esse desperdício de recursos deve ser enfrentado não quando o produto é descartado e sim quando é concebido.
Quem oferece bens e serviços não pode limitar-se a saber se "alguém quer ou alguém vai comprar". A pergunta central é: e depois? O que será feito dos componentes biológicos e técnicos dos produtos, uma vez consumidos? Vão entupir os aterros, alimentar os caríssimos incineradores, ou poderão ser a base para novos processos produtivos, propiciando, assim, menos exploração mineral e solos nutridos por elementos que até então iam para o lixo?
A responsabilidade pós-consumo, a logística reversa (estratégicas, por exemplo, na Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada no Brasil em 2010) só podem ir além da remediação efêmera se forem pensadas no design do produto, não como forma de atenuar seus danos. A expressão "what's next" forma a espinha dorsal do "Upcycle". Ir além da sustentabilidade, como propõe o subtítulo do livro, significa imaginar e propor bens e serviços sempre a partir do princípio de que suas partes integrantes nada mais são que ingredientes para novos bens e produtos capazes de, por sua vez, fecundar a biosfera (e o que os autores chamam de tecnosfera) com elementos destinados a enriquecê-la.
Não se trata de ignorar as leis da termodinâmica, nem, é claro, de suprimir a entropia inerente ao uso de energia e materiais por parte das sociedades humanas. Mas o grau de desperdício atual é tanto e tão generalizado que abre um espaço extraordinariamente grande para esse reino da abundância. Aí a contribuição de McDonough e Braungarté decisiva: a abundância a que se referem não corresponde a celebrar simplesmente a minimização dos danos, como se faz, na maior parte dos relatórios socioambientais do mundo corporativo atual. Ao contrário, é necessário transformar radicalmente não só a maneira como são produzidos os bens e serviços, mas, sobretudo, seu próprio sentido social.
Por isso, o ponto de partida dos tomadores de decisão sobre os recursos de que dispõem não pode estar nas métricas a respeito de seus impactos. O começo de tudo são valores, ou seja, o que se quer com aquilo que é oferecido à vida social. Dos valores nascem princípios, daí resultam objetivos, estratégias, táticas e somente então é que as métricas têm lugar. Reduzir emissões, melhorar o uso da energia ou poluir menos não servem como parâmetro para julgar a maneira como se comportam os agentes econômicos. Mais importante é o que os autores chamam de intencionalidade, que se exprime justamente na capacidade de imaginar e realizar produtos, obras, edificações, estradas, plantações e cidades não apenas por suas oportunidades de ganho econômico, mas mas pelo conjunto de seu ciclo de vida e pelos benefícios que ao longo do tempo vão produzir para a vida social, para os ecossistemas e, em função disso, para as empresas.
Não podemos continuar na roleta russa de introduzir componentes químicos e materiais desconhecidos na biosfera, para depois tentar reduzir seus efeitos perniciosos. Temos que reconstruir a saúde dos solos e isso não se consegue com mais agrotóxicos, associados a sementes melhoradas. "Upcycle" oferece fundamentos técnicos persuasivos a essas afirmações e sua mensagem chega hoje a algumas das mais importantes corporações (Philips, Ford, Puma, Walmart, Steelcase, entre outras) e aos governos de municipalidades da importância de Chicago e Pequim, por meio de "Cradle to Cradle" (C2C), que se tornou uma certificação global.

Futebol: Cão agredido e contrato rescindido

Cão agredido e contrato rescindido

Cães em estádios de futebol não chega a ser algo incomum – no Brasil eles auxiliam o policiamento, enquanto que em alguns estádios menores da América do Sul frequentemente são vistos junto a torcedores. Mas a entrada em campo de um cachorro durante uma partida válida pela liga de Tucumã, na Argentina, rendeu uma atitude desastrada, uma expulsão e, por fim, um contrato rescindido.
O San Juan vencia o Bella Vista por 2 a 1 quando um cachorro invadiu o gramado. O juiz precisou interromper o jogo para que ele fosse retirado. José Jiménez, jogador do Bella Vista, agarrou o cão pelo pescoço e tentou arremessá-lo para a arquibancada, mas ele bateu no alambrado e caiu de volta no gramado.
Inconformados, torcedores passaram a xingar Jiménez e muitos jogadores foram para cima do atleta do Bella Vista. O juiz o expulsou de campo, e o clube rescindiu seu contrato.
Ah, pelo menos o cãozinho passa bem.   (estadão.com.br/esportes)

Cientistas estudam genoma de cães e lobos para entender suas diferenças

DO "NEW YORK TIMES"


The New York Times Imagine um lobo apanhando um "frisbee" 12 vezes seguidas, conduzindo policiais a um esconderijo de cocaína ou apenas dormindo ao seu lado no sofá. É um exagero, para dizer o mínimo. Os cães podem ter evoluído a partir dos lobos, mas as mentes dos dois são muito diferentes.
O cérebro dos cachorros se tornou sintonizado com o dos humanos. Os cientistas estão se concentrando em alguns genes que foram cruciais para reprogramar o cérebro canino. Seus resultados poderão ensinar algo sobre a evolução de nossos cérebros: alguns dos genes que evoluíram nos cães são os mesmos que evoluíram em nós.
Para rastrear a mudança nos cérebros caninos, os cientistas tiveram de elucidar como as raças de cães se relacionam entre si e como todas elas são parentes dos lobos. O doutor Zhang Ya-Ping, geneticista na Academia Chinesa de Ciências, liderou uma rede internacional de cientistas que compararam pedaços de DNA de diferentes caninos. Eles chegaram à conclusão de que os lobos começaram sua transformação na Ásia oriental.
Aqueles primeiros cachorros então se espalharam para outras partes do mundo. Muitas das raças mais conhecidas hoje surgiram apenas nos últimos séculos. Aqueles primeiros cães permaneceram durante milhares de anos. Hoje são conhecidos como cães nativos chineses. "Os cães chineses vivem em aldeias rurais, ajudando as pessoas a proteger suas casas", escreveu o doutor Zhang em um e-mail.
Ele e seus colegas sequenciaram o genoma dos cães nativos chineses e o compararam com os genomas de lobos asiáticos e raças modernas de cães.
Ao comparar as mutações, puderam estimar quando os lobos e os cães divergiram. Como relataram em 14 de maio na revista "Nature Communications", eles descobriram que a divisão começou 32 mil anos atrás.
Os primeiros cachorros encontraram pequenos bandos de caçadores/coletores. As pessoas só se estabeleceram em aldeias para praticar a agricultura na Ásia oriental há 10 mil anos.
Depois que os cães se separaram dos lobos, seus genes começaram a evoluir em uma nova direção. O doutor Zhang e seus colegas puderam identificar alguns desses genes, vários dos quais ainda ativos no cérebro de cachorros.
Alguns dos genes que evoluíram primeiro no cão estão no córtex pré-frontal, onde os mamíferos tomam decisões sobre como se comportar. Alguns genes participam da criação de conexões entre os neurônios. O gene chamado SLC6A4 transporta serotonina para os neurônios.
Os resultados oferecem pistas sobre como os lobos tornaram-se parecidos com os cachorros. "A visão convencional é que os caçadores/coletores recolheram filhotes", disse Chung-I Wu, da Universidade de Chicago. Se os humanos criaram os primeiros cachorros dessa maneira, então eles seriam descendentes de uma população muito pequena.
Em vez disso, parece que uma grande população de lobos começou a se aproximar dos humanos. Nesse cenário, os lobos agressivos teriam se saído mal, porque os humanos os teriam matado, enquanto lobos mais mansos teriam prosperado.
Isso significaria que não domesticamos os lobos -eles se domesticaram. O gene SLC6A4 pode ter tido um papel crucial nessa mudança, porque a serotonina influencia a agressividade.
O doutor Zhang e seus colegas esperam descobrir como as variantes de genes como o SLC6A4 afetam o comportamento dos cães. Os resultados podem ajudar a explicar a evolução humana: alguns genes que evoluíram no cérebro dos cães, como o SLC6A4, também mudaram no cérebro humano.
"Os humanos também tiveram de se domesticar", disse Adam Boyko, da Universidade Cornell em Ithaca, Nova York, um dos colaboradores de Zhang. "O processo provavelmente é semelhante ao dos cães -você precisa tolerar a presença de outros."

da folha sp

A Ecologia Profunda e os novos direitos.

Entrevista especial com Fábio Corrêa Souza de Oliveira

"A humanidade é uma espécie entre outras. Reconhecer os direitos animais afeta alegados “direitos humanos”, isto é, importa em outro estilo de vida, afirma o professor de Direito da UFRJ.
A tecnologia é crucial enquanto instrumental para fazer frente precisamente à piora das condições planetárias, “conquanto perceba que não é remédio para todos os males, ou seja, que não é possível confiar exclusivamente na tecnologia como forma de reverter a decadência expressiva das condições de vida (e boa vida) que o planeta oferece”. A constatação é do professor Fábio Corrêa Souza de Oliveira, da UFRJ, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line.
Novas tecnologias, ecologia profunda e novos direitos” é o tema da palestra que será proferida pelo professor Fábionesta segunda-feira, dia 10 de junho, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU, das 19h30 às 22h. A atividade integra a programação do I Seminário que antecede e prepara para o XIV Simpósio Internacional IHU – Revoluções Tecnocientíficas, Culturas, Indivíduos e Sociedades. A modelagem da vida, do conhecimento e dos processos produtivos na tecnociência contemporânea, que ocorrerá de 21 a 24 de outubro de 2014 na Unisinos.


Fábio Corrêa Souza de Oliveira é professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela UFRJ, é mestre em Direito e doutor em Direito Público pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. É membro do Centro de Direito dos Animais e Ecologia Profunda (uma iniciativa que reúne docentes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ e da Universidade Federal Fluminense – UFF, além do Instituto de Filosofia de Ciências Sociais da UFRJ). Mais informações no sítio www.animaisecologia.com.br.

Confira a entrevista.
IHU On-Line – O que podemos entender por “ecologia profunda” e como ela se relaciona com os direitos dos animais?
Fábio Corrêa Souza de Oliveira – Ecologia Profunda é a denominação criada no início da década de 1970 por Arne Naess, professor emérito de Filosofia da Universidade de Oslo, para configurar a compreensão que procura romper com a concepção antropocêntrica da natureza, dos seres não integrantes da espécie humana, contrapondo, assim, àEcologia Rasa, esta voltada eminentemente para os interesses humanos, entendendo os demais seres, a natureza, com valor meramente instrumental em função das demandas da humanidade.
Ecologia Profunda apregoa que a natureza, os animais, possuem valor intrínseco em si, independentemente da relação com os humanos. Como é costumeiramente apresentada ou percebida, assume uma ética ecocêntrica. Nesse viés, há (ou pode haver) uma tensão com o Direito dos Animais, que sustenta uma ética individualista, centrada, portanto, no animal enquanto indivíduo e não apenas como integrante de um ecossistema, de um sistema biótico.
IHU On-Line – Como as novas tecnologias interferem na ecologia profunda e contribuem para a geração de novos direitos?
Fábio Corrêa Souza de Oliveira – A Ecologia Profunda entende que a tecnologia é importante como ferramenta hábil à melhoria das condições de vida, embora seja fato que é também responsável exatamente pelo contrário, pela degradação da vida tanto de seres humanos quanto de não humanos, pela deterioração de ecossistemas. Não obstante, a tecnologia é crucial enquanto instrumental para fazer frente precisamente à piora das condições planetárias, conquanto perceba que não é remédio para todos os males, ou seja, que não é possível confiar exclusivamente na tecnologia como forma de reverter a decadência expressiva das condições de vida (e boa vida) que o planeta oferece.
IHU On-Line – Como o senhor avalia que a legislação e a cultura brasileira têm reagido diante deste debate?
Fábio Corrêa Souza de Oliveira – A cultura brasileira, acadêmica e mesmo fora da academia, vem sendo bem receptiva. A matéria vem ganhando espaço progressivo na mídia e nas universidades. Livros e trabalhos acadêmicos são escritos, dissertações de mestrado, teses de doutorado, monografias de graduação, eventos são realizados. Evidentemente que, como a cultura predominante e historicamente arraigada é refratária tanto à pauta da Ecologia Profunda quanto à plataforma do Direito dos Animais, há uma barreira, uma tensão. De toda sorte, parece que vivemos exatamente um momento de virada de paradigma, que pode se concretizar ou não, sendo certo que leva tempo. A legislação brasileira, como escrita e interpretada, apenas em uma previsão ou outra, pode dar guarita àEcologia Profunda ou ao Direito dos Animais. Sistematicamente é mesmo contrária ao que um e outro professam, embora haja progressivamente uma aproximação.
IHU On-Line – Qual a contribuição da Ecologia Profunda para o debate atual acerca do uso dos recursos naturais do planeta?
Fábio Corrêa Souza de Oliveira – Em síntese, a Ecologia Profunda promove duas mudanças na visão comum. A primeira é que aquilo que normalmente se chama de recursos naturais (e a palavra “recursos” é bem significativa porque traduz a ideia de disponibilidade, de aproveitamento, de instrumentalização), como animais, plantas, ecossistemas, a Ecologia Profunda vai compreender como tendo valor inerente.
Não são “recursos”, algo que está à disposição dos seres humanos para qualquer uso segundo exclusivamente seus próprios interesses. Talvez mais claro em relação aos animais, o que se vai dizer é que os animais não são “recursos”, são seres que merecem respeito por si, não são coisas, objetos, são, segundo o Direito dos Animais, sujeitos de direitos (pacientes morais, no mínimo). E isso inverte mesmo o edifício por meio do qual o Direito foi sendo construído ao longo do tempo.
Reduzir os peixes a “estoques pesqueiros”, as aves ou os elefantes a “recursos naturais” é esfumaçar o indivíduo no todo, conferindo a eles um papel meramente instrumental em proveito do “equilíbrio” ecossistêmico. Aqui está a tensão entre Ecologia Profunda e Direito dos Animais.
A natureza é limitada, os seres que nela vivem são finitos e devem ser vistos como indivíduos que são. Não existem para satisfazer desejos humanos. O mundo não existe para a humanidade. A humanidade é uma espécie entre outras. Reconhecer os direitos animais afeta alegados “direitos humanos”, isto é, importa em outro estilo de vida.
IHU On-Line – Gostaria de acrescentar mais algum comentário sobre o tema?
Fábio Corrêa Souza de Oliveira – A Ecologia Profunda é um movimento ético, filosófico com considerável abertura: por exemplo, vê a dieta vegetariana não exatamente como um imperativo moral, mas como uma decisão individual. Embora critique a perda/degradação da vida natural dos animais, por exemplo, pela indústria alimentícia (carne, leite, ovos), de lazer (circos, aquários, touradas, rodeios, zoológicos) e de vestuário (peles, couro). Já o Direito dos Animaissimplesmente possui o vegetarianismo como princípio de base, imperativo ético, rompendo com uma postura que pode ser intitulada de “bem-estarismo”.
Nota: A fonte da imagem que ilustra a entrevista é http://migre.me/eWyhg

Em Belém, atores globais participam de caminhada em prol de cães


Fiorella Matheis, Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank estiveram na capital.
Caminhada foi em prol de cães resgatados em Santa Cruz do Arari.

Ingrid BicoDo G1 PA

Giovanna Ewbank, Bruno Gagliasso e Fiorella Matheis (Foto: Christian Emanoel/Divulgação)Giovanna Ewbank, Bruno Gagliasso e Fiorella Matheis (Foto: Christian Emanoel/Divulgação)
Várias pessoas participaram neste domingo (9), em Belém, de um ato de repúdio ontra a morte de centenas de cães, em Santa Cruz do Arari, no arquipélago do Marajó. Além da população da capital, os atores Bruno Gagliasso, Giovanna Ewbank e Fiorella Matheis aderiram à causa, e vieram até Belém voluntariamente para participar de uma caminhada, que seguiu da praça da República até a praça Batista Campos.
Pessoas levaram cartazes e faixas com mensagens em defesa dos animais (Foto: Catarina Barbosa/Arquivo Pessoal)Pessoas levaram cartazes e faixas com mensagens
em defesa dos animais
(Foto: Catarina Barbosa/Arquivo Pessoal)
O objetivo da passeata era arrecadar ração e vasilhas para os animais, cerca de 100 cães, que foram resgatados por ribeirinhos da ilha do Marajó. O material deve ser enviado para Santa Cruz do Arari na próxima segunda-feira (10).
Além de arrecadar a ração, durante a manhã deste domingo (9), voluntários de diversas Organizações Não-Governamentais (ONGs) que ajudaram a organizar o evento, estiveram na praça da República para coletar assinaturas para uma petição pública que será enviada ao Ministério Público do Estado. O documento pede que os responsáveis pela morte dos animais sejam punidos. "Foi um grande absurdo isso que fizeram com os cães. Não podemos deixar que a impunidade tome conta desse caso", comentou o ator Bruno Gagliasso.
Caminhada mobilizou centenas de pessoas, em Belém (Foto: Catarina Barbosa/Arquivo Pessoal)Caminhada mobilizou dezenas de pessoas, em Belém (Foto: Catarina Barbosa/Arquivo Pessoal)
Entenda o caso
A população de Santa Cruz do Arari, na Ilha do Marajó, está indignada com a atitude do prefeito Marcelo Pamplona. Segundo os moradores, a prefeitura, no último dia 28 de maio, pagou pela caça de cães e cadelas, e os animais apreendidos teriam sido mortos.
Vídeos registraram cachorros sendo laçados por crianças e levados até canoas, onde foram amontoados no porão da embarcação. Amarrados, os animais aparecem com diversos ferimentos.
As imagens mostram ainda vários animais mortos abandonados no rio da cidade. O prefeito reconhece que fez a captura dos cachorros, mas nega que tenha matado os animais: segundo ele, os bichos foram levados para a zona rual do município, já que estariam causando a proliferação de doenças na cidade.
A Delegacia de Meio Ambiente (Dema), da Polícia Civil, abriu inquérito, no dia 4 de junho, para apurar o caso. O Ministério Público Estadual (MPE) também instaurou inquérito civil para investigar as denúncias. No documento, assinado pela promotora Jeanne Maria Farias de Oliveira, uma análise preliminar de imagens onde os cães aparecem amarrados e alojados dentro de um barco, podem configurar crueldade com animais, conduta passível de responsabilização civil e criminal.

Não está tudo certo, não

Editorial da  edição de 10/06/2013 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 3 do caderno A, coloca muito bem a questão dos contêineres sujos e danificados na cidade, além de estarmos longe de uma logística qualificada para coleta seletiva. Segue o editorial:
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Não é preciso andar muito pela cidade para encontrar contêineres danificados ou sujos, acumulando água nos dias de chuva ou exalando mau cheiro, por falta de tampa, nos dias de calor


As reclamações frequentes da população sobre a falta de contêineres de lixo em alguns trechos de rua e o mau estado de conservação dos mesmos merecem da Prefeitura mais do que uma resposta protocolar, daquelas que tentam negar o problema colocado à vista de todos. Na edição de sábado, a Prefeitura informou a este jornal que "a manutenção, substituição, reposição e higienização de contêineres ocorre diariamente em vários locais da cidade, de acordo com a demanda de cada rua/bairro". Aparentemente, aos olhos da administração municipal, está tudo certo. O que tinha de ser feito está sendo feito e não há nada a ser corrigido.

Como explicar, então, as queixas provenientes de todos os cantos da cidade, sobre contêineres quebrados e sem tampa, ou a colocação desses recipientes a intervalos grandes demais, que faz com que os moradores tenham de carregar o lixo por longas distâncias? Vários casos foram citados na reportagem de sábado. Eles não são exceções, mas ilustram uma situação recorrente, que é motivo de queixas ao jornal quase todos os dias. Não é preciso andar muito pela cidade para encontrar contêineres danificados ou sujos, acumulando água nos dias de chuva ou exalando mau cheiro, por falta de tampa, nos dias de calor.

As evidências facilmente constatáveis nas ruas deveriam aconselhar, ao poder público, uma revisão de procedimentos de controle, que evidentemente não são suficientemente bons para detectar os problemas com a eficiência e agilidade necessárias. Este é um assunto seriíssimo, já que diz respeito à higiene urbana e à saúde pública, e por isso não comporta tergiversações. Se o controle está falho, é preciso melhorá-lo o quanto antes. Se os coletores não estão tomando os devidos cuidados, como afirmam alguns moradores, ou se a empresa contratada não faz a reposição dos contêineres no mesmo ritmo em que eles são danificados, é algo que se deve apurar e corrigir.

A conteinerização do sistema de coleta de lixo de Sorocaba foi um dos grandes progressos obtidos pela comunidade em anos recentes, e a maior evidência disso é a maneira como a população toma conta dos contêineres e reclama quando algum deles desaparece ou aparece quebrado. Os contêineres retiraram das calçadas os sacos plásticos e as latas, cujo conteúdo era facilmente espalhado no chão por vândalos e animais, e criaram um novo hábito de higiene nos lares, que tornou quase obsoleta a lixeira doméstica, um antro de micro-organismos em torno do qual se criavam moscas, baratas, ratos e outros agentes nocivos à saúde.

Obviamente, os contêineres deixados nas ruas durante a madrugada se tornaram alvos preferenciais de arruaceiros, mas a depredação intencional não parece ser o principal agente causador de avarias, e sim o próprio uso. Talvez já existam no mercado recipientes feitos de materiais menos vulneráveis, capazes de absorver melhor o impacto das quedas e de possíveis manipulações inadequadas. A bem do interesse público, seria interessante que as opções fossem conhecidas e, se houver algo mais resistente, que os atuais modelos de contêineres fossem trocados.

Por fim, é preciso corrigir a Prefeitura quando afirma que os contêineres foram substituídos "sem custo para a população" ao longo de 2012. Não existe contêiner de graça. A substituição dos recipientes sem condições de uso é uma exigência contratual, e seu custo já está previsto no contrato entre a Prefeitura e a concessionaria do serviço. Pode não haver um pagamento específico para essa finalidade, mas o valor da despesa certamente está embutido no preço total.

De algum lugar o dinheiro tem de sair e, a menos que a Prefeitura tivesse obtido recursos a fundo perdido de outras esferas governamentais, os contêineres novos saíram do lugar de sempre: o bolso do contribuinte.

Seminário debate políticas públicas para animais

Tivemos mais público de outras cidades do que de Sorocaba que muitos preferiram assistir ao vivo pela TV Assembleia.  Aos participantes de Itapetinga, Ibiúna, Itu, Indaiatuba, Campinas, São Paulo, Boituva, Araçoiaba da Serra e Sorocaba, nossos agradecimentos! foi um excelente evento, onde as horas passaram muito rápido. 


09/06/2013 | CRIMES AMBIENTAIS


A falta de abrigos para animais em caso de resgate e recolhimento é um dos maiores problemas da cidade
Notícia publicada na edição de 09/06/2013 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 005 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
Telma Silvério

telma.silverio@jcruzeiro.com.br

A falta de abrigos para animais em casos de resgate e recolhimento é uma das principais deficiências na cidade, segundo Cadicha Sastre, do Instituto Cahon e membro do Comitê Municipal dos Direitos dos Animais de Sorocaba. Esse foi um dos problemas apontados no Seminário de Políticas Públicas e Defesa dos Animais, realizado ontem na Câmara. Apesar das dificuldades do movimento, por conta das constantes cobranças por parte da população, Cadicha destacou avanços como a recente criação da Seção de Bem Estar Animal, com o objetivo de viabilizar políticas públicas em defesa dos animais; e a criação do Castramóvel, que começa a atender no mês que vem, nas regiões do Cajuru e do Éden.

O evento foi organizado pela Frente Parlamentar do Congresso Nacional em Defesa dos Direitos dos Animais e pelo Instituto Cahon. A programação - conduzida pelo vereador Izídio de Brito (PT) - teve as participações do deputado federal Ricardo Izar (PSD), que é presidente da Frente Parlamentar do Congresso Nacional em Defesa dos Direitos dos Animais; do promotor de Justiça Carlos Henrique Prestes Camargo, do Grupo Especial de Combate aos Crimes Ambientais (Gecap); e da deputada federal Iara Bernardi (PT). O deputado falou sobre a atuação da Frente Parlamentar, da defesa por mais rigor em casos de maus-tratos, além de citar projetos de lei em defesa dos animais, que tramitam no Congresso.

Entre os PLs citados pelo parlamentar está o de n.º 3765/2012, que dispõe sobre a criação do programa de atendimento veterinário gratuito aos animais da população carente em todo o país. "Seria como o SUS para os animais", compara. Instalada há menos de dois anos, a Frente Parlamentar conseguiu várias conquistas como fazer andar diversos projetos de lei que tratavam do assunto, mas praticamente "parados", observa ele. "Hoje a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos dos Animais é uma das dez mais atuantes do Congresso." O promotor Carlos Henrique Prestes Camargo discorreu sobre o trabalho desenvolvido pelo Gecap no combate aos crimes ambientais e animais.

Criado há menos de um ano e meio, o Gecap tem como um dos principais desafios uniformizar a atuação das justiças e da colheita de provas, revela o promotor. "Os crimes ambientais e contra os animais eram sempre deixados de lado", observa. Ele explica que o Gecap atua numa série de questões, de forma a não se limitar nos casos de maus-tratos de animais, mas na poluição, desmatamento, transporte perigoso, entre outros. Favorável à majoração de pena para responsáveis por maus-tratos a animais, ele destaca alguns avanços nesse sentido. "Antes cobrava cesta básica, mas mudamos isso." Agora é pago em dinheiro - normalmente 1 salário mínimo - para entidades ligadas à área ambiental e animal, informa.

O promotor ainda criticou a tramitação da PEC 37, que limita o poder de investigação do Ministério Público (MP). "Atuamos com a Polícia Civil e demais órgãos e temos tido bons resultados." Ele citou a participação do Gecap na investigação do caso Dalva, que envolveu a morte de mais de duas dezenas de gatos, em São Paulo.


Debates e mesa redonda


A programação foi aberta pelo ativista Honno Cahon, do Instituto Cahon. Além da presença de Cadicha Sastre, que debateu sob o tema "Animais: O que podemos fazer por eles?", o Seminário de Políticas Públicas e Defesa dos Animais contou com palestras de mais membros do CMDAS e participações em mesa redonda: Nediza Simões, diretora da Ong Acesa e representante do Veddas; a arquiteta e ativista Luciana Costa; o advogado, presidente do Adote Sorocaba e membro do Comitê dos Direitos dos Animais da OAB, João Rodrigues. Também foram convidadas a gerente de comunicação do departamento de Animais de Produção da Humane Society International (HSI), Luiza Damigo; e a veterinária Fernanda Beda, presidente da Comissão de Políticas Públicas do CRMV/SP.