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Brasileiros concluem escola de bambu para 350 crianças africanas


Grupo enfrentou doenças, como a malária, e o medo da violência para construir o prédio que vai atender crianças da Libéria

As crianças fizeram desenhos em agradecimento que serão entregues aos doadores da campanha pela contrução da escola Foto: Escola de Bambu / Divulgação
As crianças fizeram desenhos em agradecimento que serão entregues aos doadores da campanha pela contrução da escola
Foto: Escola de Bambu / Divulgação
  • Angela Chagas

O medo da violência e das doenças não impediram que um grupo de brasileiros cumprisse a missão de construir uma escola de bambus em um dos países mais pobres da África, a Libéria. A obra foi concluída no final de junho, após cinco meses de construção e de três anos arrecadando dinheiro pela internet, com rifas, festas e venda de DVDs, canetas e camisetas sobre o projeto. No entanto, o sonho de ver a escola funcionando precisou ser interrompido por causa do receio de um sequestro.

"No final da obra tivemos inúmeros casos de furtos dos próprios trabalhadores. Somando-se a isso, surgiu um boato de que teríamos US$ 200 mil a mais para gastar com o projeto. Valor completamente inexistente. Diante desta boataria, e com medo de um possível sequestro, decidimos sair sem comunicar a ninguém. Apenas eu, Peetssa e nossa equipe no Brasil sabíamos desta saída", disse Zanotti em entrevista ao
 Terra.  O jornalista Vinícius Zanotti e construtor Fabio Ivamoto Peetsaa, que viajaram à Libéria para tocar a obra em fevereiro deste ano, precisaram deixar o local às pressas. O boato de que eles teriam US$ 200 mil em dinheiro, de supostas doações para terminar a escola, se espalhou pela comunidade e o medo de um assalto obrigou a saída imediata. A inauguração não pôde ser feita, mas o prédio está pronto e as aulas terão início no começo de agosto, atendendo 350 crianças da comunidade de Fendell, na periferia da capital Monróvia.
O jornalista - que teve a ideia de construir a escola de bambu em 2010, durante uma viagem à Libéria - também relatou outro problema enfrentado no final da obra. O gerador (fabricado com ímãs de HDs de computador quebrado e rodas de bicicleta) e a bomba de água criados pelo colega Peetssa e que garantiriam energia elétrica à escola não foram instalados. "O proprietário do terreno da barragem, que tinha autorizado previamente, quis cobrar posteriormente o uso do solo. Já o proprietário da comunidade seguinte que o rio passava, queria um tratamento químico na água por conta dela ter ficado barrenta por apenas um dia. Um argumento para tentar, de um jeito ou outro, ter algum proveito financeiro", lamentou Zanotti.
Imagem mostra um dos quatro módulos da escola pronto Foto: Escola de Bambu / Divulgação
Imagem mostra um dos quatro módulos da escola pronto
Foto: Escola de Bambu / Divulgação
Apesar das dificuldades, ele disse que não sente nenhuma frustração com o projeto. "Apenas esta saída imediata nos surpreendeu. Mas ao mesmo tempo, compreendemos um pouco da situação liberiana, país com 83% da população desempregada: salve-se-quem-puder, da forma que puder", disse ao lembrar das dificuldades enfrentadas ao longo dos últimos meses no país, devastado por uma guerra civil que durou de 1989 a 2003.
Zanotti e Peetssa moraram por cinco meses em um galpão, ao lado da futura escola, sem energia elétrica e água encanada. As baterias das câmeras fotográficas e do computador eram carregadas graças a um inversor de energia, que utiliza a bateria de um carro para funcionar. A alimentação era precária e o medo de doenças, como malária e tifo, uma constante. Felizmente, eles conseguiram concluir a obra em segurança e pegaram um avião para a Europa, onde se encontram atualmente, na casa de amigos. O retorno ao Brasil está previsto para agosto. 
A escola de bambu
A ideia de construir a escola surgiu em 2010, quando Zanotti viajou à Libéria para realizar o sonho da adolescência de visitar a África. No país ele conheceu o trabalho de Sabato Neufville, um liberiano que construiu um galpão com bambu para organizar aulas para as crianças da comunidade de Fendell. Foi lá, também, que contraiu febre tifoide e malária e precisou estender a viagem que seria de 15 dias para mais de dois meses. Nesse tempo, gravou imagens do local e coletou depoimentos que se transformaram no documentário Escola de Bambu. O vídeo de 15 minutos foi premiado em diversos festivais e tornou-se o mote da campanha para construir um novo prédio, com condições dignas de estudo para as crianças da comunidade.
Pelo menos 350 crianças serão beneficiadas pela nova escola na Libéria Foto: Escola de Bambu / Divulgação
Pelo menos 350 crianças serão beneficiadas pela nova escola na Libéria
Foto: Escola de Bambu / Divulgação
O modelo da escola foi desenvolvido pelo arquiteto brasileiro André Dal’bó, que viajou para a Libéria em março e permaneceu lá por 35 dias. Assim como o galpão anterior usado por Neufville para as aulas, a nova escola também não vai contar com energia por causa do problema na instalação do gerador, mas a estrutura é mais ampla e moderna.
As paredes, vazadas para permitir a utilização da luz natural, foram erguidas com tijolos adobe e bambu - matérias-primas abundantes e de baixo custo na região. Foram construídos quatro módulos, com três salas em cada um. Cada brasileiro que colocaborou com doações ao projeto teve seu nome gravado nas paredes. 
Quem vai coordenar as aulas na nova escola é o próprio Neufville, fundador do United Youth Movement Against Violence (Movimento da Juventude Contra a Violência, em tradução livre) e pai adotivo de nove crianças órfãs de guerra. Com um salário de US$ 800 mensais, o trabalhador freelancer da Organização das Nações Unidas (ONU) vai continuar pagando o salário dos professores e manter a nova estrutura, com o apoio da comunidade, que aprendeu lições sobre construção e organização social  com os brasileiros.
Segundo Zanotti, ainda é preciso fazer o fechamento do caixa das doações recebidas pelos brasileiros. Mas ele afirma que não faltou dinheiro para concluir a obra. Questionado sobre a possibilidade de retornar à Libéria, o jornalista diz que ainda não pensou nisso. "Talvez daqui uns 10 anos", afirmou. Os planos imediatos são de reencontrar a família em Campinas (SP) e procurar um emprego.
A sala de aula é, por excelência, o espaço das crianças – daquelas que posaram sorridentes para as fotografias que fizemos, lindas como todas são, as quais ocuparão para sempre o melhor espaço em nossos corações
Vinicius Zanottijornalista
A alegria pela missão cumprida, como Zanotti escreveu na página do projeto no Facebook, veio acompanhada de uma mensagem de esperança no futuro daquelas 350 crianças que agora têm a oportunidade de aprender e de mudar os seus destinos. "Hoje, mais do que nunca, acreditamos que qualquer mudança social começa obrigatoriamente pela sala de aula. É lá que a sociedade se transforma, aprimora seus valores e se educa para um futuro melhor, mais próspero e livre. A sala de aula é, por excelência, o espaço das crianças – daquelas que posaram sorridentes para as fotografias que fizemos, lindas como todas são, as quais ocuparão para sempre o melhor espaço em nossos corações".
A despedida dos brasileiros veio com um "Cunhalerê", que em Pelé, o dialeto local, significa "amanhã será melhor do que hoje". Seja na Libéria ou no Brasil, com acesso à educação o futuro será sempre melhor.

Veja como se faz foie gras e outras maldades com animais

UE amplia rejeição a cosméticos testados em animais


Com entrada em vigor da proibição a produtos de beleza experimentados em animais, bloco tenta pressionar parceiros comerciais a fazerem o mesmo. Ativistas aplaudem, mas criticam brechas na lei e pedem banimento global
Entrou em vigor nesta quinta-feira, dia 11, na União Europeia, uma proibição completa da comercialização de produtos cosméticos desenvolvidos a partir de testes em animais, mesmo que tenham sido fabricados fora do bloco.
Testes do tipo já são proibidos na UE desde 2009. Com a nova legislação, busca-se, ainda que de forma indireta, fazer com que seus parceiros comerciais sigam o mesmo caminho. Ativistas tratam a medida europeia como um marco, mas dizem que o objetivo principal ainda não foi alcançado: o banimento global desse tipo de experimento.
Muitos, como Irmela Ruhdel, da Associação Alemã do Bem-Estar Animal, e Silke Bitz, bióloga e porta-voz da ONG Médicos Contra Experimentos em Animais, reclamam que as novas regras ainda têm muitas lacunas. "Se uma empresa europeia quiser comercializar produtos na China, por exemplo, ela pode ainda fazer testes em animais, já que a prática é permitida pelas autoridades chinesas", diz Silke Bitz.
Outro ponto criticado é que a proibição se aplica apenas ao campo dos cosméticos. Quando um ingrediente é utilizado em outros produtos, como de limpeza, por exemplo, ele muda de categoria para substância química. "A indústria de cosméticos ainda pode utilizar o ingrediente, já que claramente ele não foi testado em animais para fins puramente cosméticos", afirma, por sua vez, Irmela Ruhdel.
Há também uma série de exceções. Os testes em animais podem ser realizados caso aprovados pela Comissão Europeia, quando, por exemplo, há um ingrediente importante que não pode ser substituído e haja a preocupação que ele possa ser prejudicial. Isso se aplica principalmente a substâncias que possam causar câncer ou esterilidade.
A indústria critica a nova legislação. "Precisamos de muito tempo para testes de segurança importantes, cujos métodos alternativos ainda não estão disponíveis", diz Birgit Huber, diretora de produtos de beleza da Associação da Indústria de Higiene Pessoal e Produtos de Limpeza (IKW, sigla em alemão).
Falta de métodos alternativos
Na busca por métodos alternativos, a própria indústria dos cosméticos decidiu parar, desde 1989, com o teste de produtos finais em animais. No entanto, o desenvolvimento de métodos alternativos não foi completado, e mais pesquisas ainda precisam ser realizadas.
Ativistas dos direitos dos animais sabem que novos métodos de teste ainda precisam ser desenvolvidos. No entanto, Bitz reclama da falta de comprometimento da indústria. Outro ponto é o investimento disponível. Se mais verbas de impostos fossem colocadas nessas áreas de pesquisa, afirmam ativistas, o avanço seria mais rápido e visível.
Se os ingredientes são testados em animais, é um risco incalculável a aplicação dos resultados em seres humanos, alega Bitz. "Você não tem como saber se uma pessoa aleatória vai reagir de forma diferente", afirma. Ela apoia a pesquisa de células em laboratório, os chamados testes in vitro.
Só na União Europeia, cerca de 12 milhões de animais são utilizados anualmente para fins científicos. No entanto, nos últimos anos, a participação da indústria dos cosméticos foi relativamente baixa: cerca de dois mil animais por ano (0,02%).
Dessa maneira, a indústria de cosméticos pode até ser a força motriz para o desenvolvimento de métodos alternativos, diz Irmela Ruhdel: "Esses métodos alternativos que não utilizam animais também podem ser usados para o teste de drogas e produtos químicos, o que diminuiria o teste com animais também em outras áreas".
A proibição de testes em animais para a indústria de cosméticos ainda é pouco, lamenta Bitz. "Nosso principal objetivo é o fim de todos os experimentos com animais". Isso, no entanto, será algo de difícil implementação política. Experimentos com animais ainda são parte essencial de pesquisas médicas.
 - Terra

Amazon projeta escritório ecológico com três cúpulas transparentes

Quinta-feira, 11 de julho de 2013


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O fato das estruturas serem transparentes também favorece a entrada de luz natural. Uma das metas do projeto, é conseguir a certificação LEED.
O fato das estruturas serem transparentes também favorece a entrada de luz natural. Uma das metas do projeto, é conseguir a certificação LEED.
A Amazon substituirá seu antigo prédio, em Seattle, nos Estados Unidos, por uma estrutura de três esferas que acolherá diversas formas de vida vegetal, proporcionando um ambiente de trabalho mais natural e agradável.
De acordo com o projeto, as esferas transparentes devem abrigar salas de reunião e de jantar, espaços de lazer e grande variedade de plantas e árvores. Elas serão cercadas por três torres de escritórios com 38 andares, que serão interligados através de vias e espaços abertos.
Cada cúpula de vidro será composta por cinco andares. Embora seu formato lembre uma estufa, o documento ressalta que a construção será feita de maneira que o clima seja favorável ao crescimento e saúde das plantas, assim como das pessoas que vão circular pelo local.
O fato das estruturas serem transparentes também favorece a entrada de luz natural. Uma das metas do projeto, do escritório de arquitetura NBBJ, é conseguir a certificação LEED.
Os sites especializados norte-americanos acreditam que a iniciativa da Amazon deve-se ao fato das empresas Google, Apple e Facebook terem anunciado projetos ecológicos recentemente. Com informações do Archdaily.
Veja o projeto arquitetônico completo aqui

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Redação CicloVivo

Células solares de baixo custo aumentam a duração das baterias de celulares

Quinta-feira, 11 de julho de 2013


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O dispositivo deverá chegar ao mercado em 2014, com preços acessíveis.
O dispositivo deverá chegar ao mercado em 2014, com preços acessíveis.
A empresa francesa SunPartner desenvolveu um novo tipo de célula solar transparente, capaz de aumentar o tempo de duração de uma bateria convencional em até 20%. O dispositivo deverá chegar ao mercado em 2014, com preços acessíveis. Até lá, o objetivo dos criadores é aumentar a eficiência do sistema - e, consequentemente, a autonomia das baterias dos gadgets.
Os dispositivos fabricados pelos franceses devem ser encaixados nas telas touchscreen dos celulares, sem atrapalhar a interação dos usuários com os gadgets, já que os pequenos painéis possuem uma transparência de 95% e 300 microns de espessura. Quando o celular fica em modo de espera por longos períodos, a recarga não será necessária - pois a absorção da energia solar impede que as baterias de íon-lítio se desgastem.
Os representantes da SunPartner disseram que já firmaram acordos com os principais fabricantes de celulares e outros dispositivos móveis, para disponibilizar a tecnologia o mais rápido possível. A expectativa é que a empresa realize acordos de licenciamento até o começo de 2014, garantindo, assim, a comercialização no final do ano que vem.
Segundo os representantes da empresa francesa, cada exemplar custa cerca de dois dólares - com a aplicação na tela do celular incluída. O preço, já praticado com a indústria, indica que a tecnologia será bem acessível à população, além de diminuir a conta de energia em casa e ajudar a popularizar o uso da energia solar.
Em entrevista ao VentureBeat, o diretor de mercados internacionais da SunParter, Mathieu Debroca, afirmou que o objetivo é deixar o dispositivo mais potente nos próximos anos. Assim, serão realizados esforços para aumentar a eficiência do sistema, de 8% para 30%. Fora isso, a empresa francesa espera criar uma corrente de eletricidade solar, capaz de carregar diretamente os gadgets e aumentar o aproveitamento da luz do sol.
Redação CicloVivo

Construção Ecologicamente correta


Falando em construção civil, terra, bambu e madeira parecem coisa do passado? Pelo contrário. É exatamente desses materiais que abusam as casas e até prédios que começam a surgir nos EUA, Austrália e Europa. O uso desses materiais reflete a tendência de vanguarda da arquitetura que é a construção ecologicamente correta.
Veja alguns exemplos: 20% das novas casas, na Austrália, são de taipa de pilão. Na Califórnia, os mais ricos constróem mansões com técnicas semelhantes às utilizadas nas casas de pau-a-pique do interior do Nordeste. O estado de Nova Iorque criou um programa de dedução de impostos para incentivar a construção de edifícios ecologicamente corretos, num total de 25 milhões de dólares a serem utilizados até 2004. Na Holanda, as 10 torres que abrigam os 2.500 funcionários da sede do ING Group, no sudeste de Amsterdã, construídas em 1987, continuam sendo referência quando se trata de green building , ou construção verde. E o bom senso ecológico está chegando ao terceiro mundo: na Colômbia e na Costa Rica, o bambu substitui o concreto em casas e até em prédios.
Parece que, ao contrário do que muitos imaginavam, no futuro, as casas em que vivemos e os escritórios em que trabalhamos, vão ser projetados para funcionar como organismos vivos, especificamente adaptados ao local e capazes de suprir todas as suas necessidades de água e energia, a partir do sol, do vento e da chuva. A arquitetura do futuro vai se inspirar não nas máquinas do século 20, mas nas flores que crescem ao nosso redor.
O que é construção verde? – As construções têm um impacto tremendo sobre o meio ambiente, tanto durante a obra quanto funcionando, depois de concluídas. Construção verde é uma série de estratégias de utilização do solo, projeto arquitetônico e construção em si, que reduzem o impacto ambiental. Os benefícios decorrentes de construir verde incluem:
Menor consumo de energia,
Proteção dos ecossistemas e
Mais saúde para os ocupantes.
A Environmental Building News, revista on-line especializada no assunto, traz inclusive uma lista de prioridades para a construção verde ou sustentável:
1. Poupe energia projete e construa edificações de baixo consumo – O consumo contínuo de energia de uma construção é provavelmente o seu maior impacto ambiental. Alguns fatores importantes são o isolamento térmico, janelas de alto desempenho, iluminação natural, recursos renováveis de geração de energia e equipamentos de baixo consumo.
2. Recicle construções já existentes aproveitando a sua infra-estrutura em vez de ocupar novos espaços As construções já existentes são muitas vezes fontes riquíssimas de recursos materiais e culturais. Em muitos casos, o trabalho e a qualidade dos materiais utilizados são quase que impossíveis de serem duplicados atualmente o que faz com que a restauração seja ainda mais desejável. No entanto, não ignore a prioridade 1 e manuseie de forma adequada os materiais perigosos muitas vezes presentes nessas construções.
3. Pense em termos de comunidade Para reduzir o impacto ambiental, a questão do transporte merece atenção. Mesmo que seja extremamente eficiente em termos de consumo de energia, até a mais passiva das casas equipadas com energia solar trará um forte impacto ambiental se seus ocupantes tiverem que percorrer quilômetros e quilômetros de carro para o trabalho. As restrições do zoneamento urbano muitas vezes mais atrapalham do que ajudam a diminuir o impacto ambiental. Considere o transporte público, facilite o trânsito de pedestres e de bicicletas.
4. Diminua o consumo de material – Otimize o projeto para aproveitar espaços reduzidos e utilizar materiais com mais eficiência. Quando se trata do meio ambiente, menor é melhor e sejam quais forem os materiais utilizados, é quase sempre melhor usar menos desde que isso não comprometa a durabilidade ou integridade estrutural da construção. Diminuindo a área superficial de uma construção, você diminui o consumo de energia. Diminuir o desperdício, além de ajudar o meio ambiente, reduz o custo. Procure aproveitar bem o espaço e simplifique a geometria da edificação para poupar energia e materiais.
5. Proteja e melhore o local – Preserve ou restaure o ecossistema e a biodiversidade Nos ecossistemas frágeis ou significativos, esta pode ser a prioridade número 1. Proteja os mangues e outras áreas ecologicamente importantes numa parte da área que será construída. Em alguns casos, é preciso avaliar bem se a construção deve realmente ser feita. Nas áreas ecologicamente danificadas, procure reintroduzir as espécies nativas. Proteja as árvores e a camada superior do solo durante a obra. Evite o uso de pesticidas. Quando houver tratamento de esgoto no local, aja com responsabilidade no que se refere aos despejos. Existem muitas boas novidades nesta área.
6. Escolha materiais de baixo impacto A maior parte, mas nem todo o impacto ambiental causado pelo material de construção, já aconteceu quando esses materiais são usados. As matérias primas foram extraídas do solo ou das florestas, poluentes foram emitidos durante a fabricação e energia foi gasta durante a produção. Alguns materiais, como os que destroem a camada de ozônio, continuam poluindo durante o seu uso. E alguns materiais têm um forte impacto ambiental na hora do descarte. Evite os materiais que geram poluição durante a fabricação; use materiais de baixo consumo de energia na extração da matéria prima, industrialização e transporte; prefira materiais reciclados; evite materiais que consomem recursos naturais limitados. Evite os materiais feitos com produtos tóxicos ou perigosos.
7. Maximize a longevidade projete com durabilidade e adaptabilidade quanto mais tempo uma construção dura, maior o período durante o qual o seu impacto ambiental pode ser amortizado. Quando construir para durar, não esqueça de pensar em como a edificação pode ser modificada para se adaptar a novas necessidades. Escolha materiais duráveis. Construa de forma a evitar a decomposição prematura. Pense na manutenção e substituição dos componentes menos duráveis. Projete uma edificação adaptável, principalmente se ela tiver propósitos comerciais. Considere a estética e prefira a idéia da arquitetura atemporal .
8. Poupe água – Projete edificações de baixo consumo Instale tubulações e equipamentos de baixo consumo. Colete e utilize a água da chuva. Separe a água de pias e chuveiros (as chamadas águas cinzas) e reutilize na irrigação de jardins.
9. Torne a construção saudável Crie um ambiente interno seguro e confortável Os ambientes interno e externo estão totalmente relacionados e qualquer construção verde deve garantir a saúde de seus ocupantes. Projete o sistema de distribuição de ar para que a limpeza e manutenção sejam fáceis. Evite equipamentos mecânicos que possam introduzir gases de combustão. Controle a umidade para evitar o mofo. Evite materiais que liberam poluentes. Permita que a luz do dia penetre no maior número possível de ambientes. Providencie ventilação contínua. Dê aos ocupantes algum controle sobre o ambiente como o controle do aquecimento e da iluminação.
10. Minimize o desperdício de construção e demolição Em se tratando de cada vez mais materiais, a separação e reciclagem está compensando, economicamente. Separe os refugos de construção e demolição para reciclagem. Doe o material reutilizável para organizações sem fins lucrativos ou outros grupos comunitários para que possam ser usados.
11. Deixe o seu negócio verde minimize o impacto ambiental do seu negócio. Divulgue e fale sobre o assunto. Use veículos de baixo consumo para a empresa, incentive o uso do transporte público e a carona. Use papel reciclável. Use o projeto para educar clientes, colegas, prestadores de serviço e o público em geral sobre o impacto ambiental das edificações e como diminuí-lo.
Bambu, o material nobre
da construção ecológica
De todos os materiais renováveis utilizados na construção ecológica, o bambu se destaca, por várias razões. Mas principalmente porque é um recurso renovável, com baixo custo de produção e pouco poluente. A partir do terceiro ano após o plantio, o bambu pode ser colhido anualmente – uma árvore demora no mínimo 20 anos para poder ser aproveitada na produção de madeira ou carvão. A utilização do bambu como substituto da madeira pouparia milhões de árvores por ano e, além disso, ele pode ser plantado em áreas onde a agricultura é inviável.
O bambu cresce rapidamente e durante todo o ano. É muito ecológico e mais barato do que a madeira. Outra maravilha que pode ser feita com bambu é papel. A fibra é comprida e cresce depressa, além de ser mais forte do que a de eucalipto. O papel de bambu é mais resistente, e o custo da plantação por hectare é cinco vezes menor do que o custo da produção de eucalipto. Na construção ele também é melhor. Um poste feito com bambu defumado dura 70 anos, mais do que o eucalipto.
Além disso:
1. O bambu suporta mais tração em relação ao seu peso que o aço.
2. O carvão de bambu é eficaz na despoluição de rios e no tratamento de esgoto.
3. Na Colômbia, ele é utilizado para construir casas resistentes a terremotos.
4. Se o bambu desaparecesse de repente da face da Terra, aproximadamente 10% da população asiática ficaria desabrigada.
5. Cerca de 2 milhões de toneladas de broto de bambu são consumidos por ano.
6. O Brasil é o único país das Américas a ter uma grande indústria de papel de bambu, plantado principalmente no Maranhão.
7. O bambu tem alta concentração de substâncias antioxidantes e cerca de 20% de proteína pura.

Apesar de estádios 'sustentáveis', cidades-sede da Copa reciclam pouco


Em nenhuma das cidades-sede, mais de 10% do lixo recolhido diariamente é reciclado via coleta seletiva Foto: BBCBrasil.com
Em nenhuma das cidades-sede, mais de 10% do lixo recolhido diariamente é reciclado via coleta seletiva
Foto: BBCBrasil.com
  • Embora abriguem estádios estruturados para a separação do lixo, as 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 ainda apresentam uma realidade desoladora quanto à reciclagem fora das arenas.
Um levantamento feito pela BBC Brasil junto às prefeituras dos municípios que sediarão os jogos do Mundial no ano que vem revela que em nenhum deles mais de 10% do lixo recolhido diariamente é reciclado via coleta seletiva.
Em grande parte das cidades-sede, a taxa é inferior a 5%. Em quatro delas (Fortaleza, Manaus, Natal e Cuiabá), o índice não supera 1%. Porto Alegre (9,1%) lidera a lista com o maior coeficiente de lixo reciclado, seguida por Belo Horizonte (7%) e Curitiba (6,6%).
Completam o ranking Brasília (5%), Salvador (5%), São Paulo (2,1%), Recife (2%) e Rio de Janeiro (1,4%). Juntas, as 12 cidades-sede e suas regiões metropolitanas são responsáveis pela produção diária de 35% dos resíduos sólidos urbanos do país, ou 91 mil toneladas de lixo.
Na avaliação de especialistas, o cenário reflete décadas de falta de políticas públicas para combater o problema.
Reagindo a isso, há cerca de três anos, o Congresso aprovou o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que estabelece as diretrizes para a destinação adequada do lixo e prevê que as prefeituras criem programas de coleta seletiva.
INFOGRÁFICO: O FIM DOS LIXÕES?

Política prevê a eliminação das unidades de destinação inadequada no Brasil, principalmente dos lixões, até 2014

"Economia gigantesca"
Atualmente 766 dos 5.565 municípios brasileiros, ou 14% do total, operam programas de coleta seletiva, segundo a mais recente pesquisa Ciclosoft, realizada pelo do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre), associação empresarial dedicada à promoção da reciclagem e gestão integrada do lixo.
De acordo com o levantamento, a população atendida por tais programas chega a cerca de 27 milhões de brasileiros, um número baixo se considerado os quase 200 milhões de habitantes do país.
Além disso, a maior parte das iniciativas ainda se concentra nas regiões Sudeste e Sul do país. Do total de municípios brasileiros que realizam esse serviço, 86% estão situados nessas regiões.
Em praticamente a metade deles, a coleta seletiva de resíduos sólidos (a chamada fração seca, ou seja, tudo o que não é lixo orgânico, como restos de alimentos, por exemplo) é feita pela própria prefeitura, que, em sua grande maioria, apoia ou mantém cooperativas de catadores.
Mas o grau de abrangência já foi pior. Em 1994, quando o Cempre iniciou o levantamento, somente 81 municípios possuíam programas de coleta seletiva.
"Grande parte do que vai parar nos lixões ou aterros sanitários poderia ser reciclado", afirmou à BBC Brasil Sabetai Calderoni, presidente do Instituto Brasil Ambiente e especialista no assunto. "A conta do lixo poderia sair a custo zero. Isso traria uma economia gigantesca aos cofres públicos", acrescenta ele.

Um levantamento do Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea) encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) calcula que o Brasil perde cerca de R$ 8 bilhões por ano ao deixar de reciclar resíduos que, em vez de ganharem nova utilidade, vão parar em aterros e lixões das cidades.
Problemas
Outro obstáculo à reciclagem está na forma como a coleta é feita, advertem especialistas. Segundo dados do IBGE, três em cada dez domicílios brasileiros separam o lixo orgânico do não degradável. Porém, apenas 40% desse lixo separado dentro de casa ganham destinação adequada, ou seja, são coletados de forma seletiva quando chegam às ruas.
Como em muitas cidades brasileiras, a coleta de material reciclável (plástico, metal, papel e vidro) é realizada uma única vez por semana, nos outros dias o dejeto, mesmo que separado, acaba misturado ao resíduo comum dentro dos caminhões.
Já para a especialista Elisabeth Grimberg, sócia-fundadora do Instituto Pólis, parte da culpa pelos baixos índices de reciclagem é das empresas, muitas das quais ainda não financiam a coleta e o retorno do material reciclável à produção industrial após o consumo, conceito conhecido como "logística reversa".
"Apesar de ser tratado no Plano Nacional de Resíduos Sólidos, o conceito ainda não foi implementado em sua integridade", disse ela à BBC Brasil. Por essa ótica, por exemplo, um fabricante de eletroeletrônicos deveria dar destinação adequada a uma TV da qual um consumidor queira se desfazer.
O diretor-executivo do Cempre, André Vilhena, discorda. Para ele, ainda que as responsabilidades sejam "compartilhadas", cabe à prefeitura um "papel central na coleta seletiva".
São Paulo
Maior geradora de lixo do país entre as cidades-sede da Copa, São Paulo é uma das cidades que pretende elevar a taxa de reciclagem, dos atuais 2,1% para 10% até 2016.
Para isso, disse à BBC Brasil Simão Pedro, secretário municipal de Serviços, a prefeitura espera colocar em funcionamento, até 2016, quatro megacentrais de triagem, com capacidade para processar 250 toneladas de lixo por dia cada uma. As duas primeiras devem começar a operar até junho do ano que vem.
A quantidade é ligeiramente superior às 221 toneladas processadas diariamente nas 20 centrais espalhadas pela capital. Atualmente, 126 caminhões são utilizados no Programa de coleta seletiva da prefeitura, atendendo a 41% dos domicílios na cidade.
"Mas, em vez de construir quatro megacentrais, São Paulo deveria instalar várias pequenas usinas de reciclagem, pois, assim, diminuiria o custo do transporte do lixo, que responde por até um terço dos investimentos na coleta seletiva", afirmou Calderoni.
BBCBrasil.comBBC BRASIL.com - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC BRASIL.com.10 de Julho de 2013 - Terra

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