Cães atuam como terapeutas em hospitais e entidade




Há pouco mais de um ano, 20 profissionais voluntários e 20 cães terapeutas dão forma ao projeto Medicão Terapeuta Multidisciplinar na região de Sorocaba. A iniciativa consiste na utilização do potencial canino para melhorar e, muitas vezes, mudar a vida de pacientes em tratamento, estudantes e idosos. A equipe é composta por especialistas de diversas áreas da saúde, pedagogia, fisioterapia, fisioterapia respiratória, adestramento, medicina veterinária e administração, além de cães das raças Golden Retriver, Poodle, Griffon de Bruxelas, Basset, Bernesse, Cocker Spaniel Inglês, Labrador e SRD (sem raça definida).

 Por enquanto, apenas a Associação Sorocabana de Atividades para Deficientes Visuais (Asac) recebe as visitas agendadas do Medicão na cidade. Entretanto, segundo o cinotécnico, adestrador de cães e idealizador do projeto, Hélio Rovay Júnior, existe o plano de aumentar o número de locais a serem atendidos, a partir da expansão da equipe Medicão com cães e voluntários da cidade. Além de Sorocaba, a equipe se reveza entre as cidades de Campinas, Itu e Piracicaba. O projeto Medicão visita regularmente os pacientes do Hospital Celso Pierro, as crianças com câncer do Centro Infantil Boldrini e da Casa Ronald Mc Donald, pessoas com deficiências mental e física do Centro Educacional Integrado (CEI) e pacientes com deficiência visual do Instituto Pró-Visão. A equipe também atua na área pedagógica, com os estudantes do Colégio Provecto, e na geriátrica, com idosos do Lar dos Velhinhos de Campinas. Em Itu, a visita é realizada no Instituto de Cegos Maria Luiza, já em Piracicaba, no Hospital Unimed.

O projeto teve início há mais de dez anos, quando sequer tinha nome. Rovay fez a ideia ganhar vida com a ajuda da esposa, a pedagoga Adriana Maraccini, e a participação especial de Nina, sua cadela da raça Labrador. Juntos, eles atendiam a um grupo de seis crianças com Síndrome de Down em um instituto de Campinas. A paixão por cães e a curiosidade sobre a Síndrome de Down incentivaram o adestrador a estudar a cão-terapia ou cachorroterapia. "Comecei a analisar e isso acabou virando um vício", contou. Mesmo sendo obrigado a fazer uma pausa nas atividades do projeto durante algum tempo por falta de recursos, Hélio Rovay não abandonou a ideia. "As pessoas diziam que eu não podia parar. Hoje o projeto já cresceu tanto que não daria mesmo para interromper", explicou. O retorno das atividades só foi possível graças ao apoio de empresas como a Bayer HealthCare que, desde 2009, auxilia o Medicão com uniformes, combustível e o tratamento veterinário necessário para o bem-estar dos animais. "Optamos por destinar recursos a este projeto por acreditarmos nos benefícios do tratamento humanizado com a utilização de animais, sendo que cada paciente demonstra visíveis progressos ao receber esta visita especial", comentou Gilberto Neto, gerente da unidade de Animais de Companhia da Saúde Animal, da Bayer HealthCare.


Dia-a-dia dos cães


O trabalho minucioso envolve a seleção de animais e a manutenção de sua saúde, para que o mesmo possa circular em ambientes que exijam boa conduta. "O cão precisa ser confiante e estável. Há ainda requisitos básicos, como não ser medroso ou tímido e permitir que as pessoas façam afagos. Inclusive, o animal recebe adestramento para que, em uma eventual interação mais exaltada, em que a pessoa puxe a orelha ou rabo, ele não tenha uma reação agressiva", explicou Rovay.

Os animais da equipe recebem uma dieta específica e acompanhamento veterinário para a aplicação de medicamentos contra parasitas, como pulgas e carrapatos, além de vermífugos, que os protegem contra a ação de vermes. A rotina no dia das visitas inclui um banho detalhista com produtos hipoalergênicos, que atuam na segurança tanto dos animais, quanto das pessoas com quem eles terão contato. Para o fundador do projeto, tanta dedicação tem as suas recompensas. "Nós sempre dizemos que juntos fazemos a diferença. Esse trabalho dá a sensação de missão cumprida, pois sabemos que pequenas ações influenciam a vida das pessoas. A equipe unida, de fato, faz a diferença", finalizou. (supervisão: Estela Casagrande)
fonte: portal.cruzeirodosul.inf.br/ela

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