Polícia apura morte de 30 cães na Zoonoses ONGs protetoras suspeitam que teria ocorrido eutanásia em animais sadios, mas Secretaria de Saúde nega

Matéria publicada no jornal Cruzeiro do Sul, em 19/07/2012 

Trinta cães (26 filhotes e 4 adultos) foram encontrados mortos ontem na Unidade de Controle de Animais da Zoonoses, em Sorocaba. A suspeita é de que eles sofreram o processo de eutanásia, segundo denúncia, mesmo estando aparentemente saudáveis. O caso acabou gerando um boletim de ocorrência na Delegacia de Proteção aos Animais, que investigará a causa das mortes. A veterinária responsável pela Zoonoses e que deveria aprovar e realizar as eutanásias, doutora Daniela Mesquita, não foi ao canil para dar explicações.

A polícia recolheu cinco cães para autópsia (um foi encaminhado ao Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, três seguiram para três ONGs de proteção aos animais, para exame de veterinários e um ficou à disposição da polícia. A denúncia foi feita anonimamente por representantes de cinco ONGs de proteção animal da cidade.

"Estivemos aqui ontem (terça-feira) e percebemos que os filhotes estavam bem e até brincavam. Aparentemente eles só tinham verminose. Mesmo assim, eles estavam sendo separados dos outros animais e levados aos fundos do prédio. Hoje (quarta-feira) quando chegamos, os filhotes não estavam mais aqui e ninguém nos responde o que está acontecendo", explica Honno Marques, 49, que faz parte do Instituto Cahon e da Comissão de Justiça e Direito dos Animais de Sorocaba. Além do Instituto Cahon e da Comissão de Justiça e Direito dos Animais de Sorocaba, outras ONGs que formularam a denúncia e foram representadas na delegacia são a Associação Protetora de Animais de Sorocaba (Aspa), o Centro de Apoio a Protetores e Animais (Capa) e a Fundação Alexandra Schlumberger (FAS).

Os representantes das ONGs chegaram ao local por volta das 11h. Segundo eles, o portão que dá acesso ao canil foi trancado e isso nunca ocorreu antes. Foi aí então que o grupo fez a denúncia na Delegacia, para que pudesse ser autorizada a entrada ao prédio do canil. A Guarda Civil Municipal (GCM) também foi acionada, mas, segundo os ativistas, pelos funcionários da Zoonoses.

Mediante negociação da Secretaria de Saúde (SES), que administra a Zoonoses, com o investigador Márcio, a entrada de um dos ativistas foi liberada, acompanhado do investigador e de um funcionário da Zoonoses. Honno foi até o local e ficou horrorizado. "A situação está feia. São 26 filhotes e 4 adultos que estão aparentemente sadios e mesmo assim foram sacrificados. Isto é crime", ressaltou. A titular da delegacia de Proteção aos Animais, Cássia Almagro Mezzomo, acompanhou a perícia na Zoonoses. "Se os exames comprovarem que eles estavam saudáveis, o ato configurará crime, enquadrado no artigo 32 da lei 9.605", contou a delegada. A pena varia entre quatro meses e um ano e quatro meses de prisão.

Em nota a SES explicou que os animais foram avaliados pela médica veterinária responsável pela Zoonoses, e que apresentavam o quadro de cinomose, uma doença altamente contagiosa, que causa infecções e, por isso, foram submetidos ao procedimento. A nota ainda reforça que a Zoonoses cumpre integralmente todas as normas federais e estaduais que regulamentam a eutanásia. (Supervisão: Admir Machado - Colaborou Adriane Mendes)
A polícia deve investigar o caso a partir do boletim de ocorrência registrado hoje. - Por: Adival B. Pinto



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