Sorocaba:Ativistas colocam condições para a vinda de girafas


A aquisição de girafas para o Zoológico Municipal Quinzinho de Barros foi tema de reunião na tarde de ontem a tarde, no próprio parque. O encontro, que durou cerca de duas horas, contou com a presença do vereador Francisco Moko Yabiku e seus assessores, funcionários do zoo, integrantes das ONGs Instituto Cahon e da Comissão de Justiça e Direito dos Animais. Os principais pontos de discussão foram a origem das girafas e os argumentos utilizados nas campanhas pró e contra a compra dos animais. Após muito debate, os ativistas aceitaram a possibilidade de que o zoo abrigue girafas doadas ou trocadas com outros parques que tenham animais excedentes, porém continuam contra a compra de uma girafa vinda de criadouros na África. Eles acreditam que o comércio de espécies silvestres estimula o tráfico de animais.


O veterinário do zoo, Rodrigo Teixeira, garante que, assim que um acordo for firmado com algum parque, os ativistas serão informados sobre a origem do animal". Nós vamos pedir provas da origem dessas girafas, documentos que atestem a saúde delas também", afirma o veterinário, que já está em negociação com diversos zoos do país. "Agora que sabem que estamos à procura de uma girafa, recebemos muitas ofertas. Chegamos a receber até mesmo uma oferta de doação, mas ainda estamos analisando". Teixeira conta que a possibilidade de adquirir o animal de um criadouro africano não foi completamente excluída, apesar das prioridades serem os parques nacionais e da América do Sul. O presidente do Instituto Cahon, Honno Marques, afirma que faz questão de conferir o local de onde virão as girafas.


O ativista Honno Marques acredita que o encontro foi esclarecedor. "Estava faltando isso. Nós fomos surpreendidos pela forma como a campanha foi feita, estamos abertos ao diálogo. O que não vamos admitir é a compra do animal". O vereador Yabiku, autor do requerimento para a vinda das girafas, também vê o debate de forma positiva. "É isso que eu sempre quis. Não sou eu quem vai comprar a girafa e não foi nada escondido", comentou o vereador. O instituto também solicitou ao vereador uma declaração escrita em que ficasse registrada a intenção de adquirir os animais de parques e não de criadouros.

Polêmicas

A reunião começou com uma discussão acalorada. Os membros das ONGs voltaram a questionar a utilização de crianças na campanha. A questão da verba disponibilizada para a compra também foi levantada. De acordo com Marques, sempre que ONGs e ambientalistas propõe projetos de educação ambiental ouvem da Secretaria do Meio Ambiente que não há recursos disponíveis, portanto teriam ficado surpresos quando o requerimento de R$ 140 mil para a aquisição de girafas foi atendido.


Os ativistas propuseram que o zoo fosse transformado em um santuário, onde apenas animais sem possibilidades de reintegração à natureza fossem recebidos e as visitas fossem monitoradas para impedir maus-tratos aos bichos. Outra proposta dos ativistas foi o recolhimento de animais abandonados por circos, pois de acordo com os integrantes das ONGs, mais de 70 cidades do país já proíbem o uso de bichos nos picadeiros. O ex-diretor do parque, Lázaro Puglia, alegou entretanto que praticamente não há mais animais em circos, o que tornaria a ideia desnecessária.


Os números de visitação do zoo (600 mil pessoas ao ano), instalações, programas de pesquisa, avanços e atendimentos de animais silvestres fora do zoo, além da incorporação dos mesmos à natureza, foram apresentados como forma de defender a competência dos profissionais do "Quinzinho" e a preocupação com o bem-estar dos animais. A vice-presidente do Instituto Cahon, Cadicha Sastre, afirmou que não é contra o parque ou seus funcionários. "Nós não estamos questionando o zoológico. Eu conheço muitos parques ruins e sei que o Quinzinho de Barros não é um deles", disse Cadicha.


Fonte: Cruzeiro do Sul

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