Centro de Zoonose de Fortaleza já eutanasiou mais de seis mil animais de rua em 2011


Mais de seis mil animais de rua já foram eutanasiados em 2011 em Fortaleza. De acordo com o coordenador da leishmaniose do Centro de Zoonose de Fortaleza, Sérgio Franco, o número de total de animais é 6.276. Desses, 3.279 animais foram eutanasiados após diagnóstico de calazar.



Sérgio Franco explica que o controle de zoonose somente pode eutanasiar animais comprovadamente irrecuperáveis - com laudo veterinário que comprove a situação do animal - conforme exige uma liminar de 2009. "Os animais que são sacrificados são animais com calazar, que não tem cura, ou animais em doença terminal, como cinomose", explica.


De acordo com sérgio Franco, a zoonose recolhe da rua animais que estejam visivelmente debilitados. "A zoonose pode trazer qualquer animal de rua, mas se trouxer um animal saudável, ele vai ficar aqui até ser adotado ou morrer de velho", diz Sérgio. Por isso, o centro de Zoonose somente recolhe animais visivelmente doentes, prática que é chamada de captura seletiva, diz Sérgio Franco.


Tratamento


Segundo o médico veterinário Ricardo Henz, o calazar tem tratamento, embora a cura não seja totalmente garantida. "Não é possível dizer que qualquer doença tem cura, o que existe é o tratamento. Para o calazar, existe o tratamento. Alguns animais ficam curados, outros ficam portadores, mas não transmissores", afirma.


O veterinário explica que a prática de fazer eutanásia nos animais com calazar só é adotada no Brasil. "Na Europa não se faz eutanásia porque já está comprovado que o animal tratado deixa de ser um risco", diz. O médico propõe que sejam discutidas políticas de governo e alternativas ao Ministério da Saúde para que o animal seja tratado como um ser vivo, e não simplesmente eutanasiado.


"Muitos animais têm chance. Houve um caso na cidade Bauru, em São Paulo, em que 3.000 animais foram eutanasiados com diagnóstico errado. Atualmente, no Brasil, cerca de 20% dos animais eutanasiados têm o diagnóstico errado", diz Ricardo Henz.


Alternativas


Para a voluntária da organização não-governamental União Protetora de Animais Carentes (Upac), Raphaele Pinheiro, a metodologia usada pela Prefeitura é ineficiente. "É como 'enxugar gelo', pois sem estarem esterilizados, os animais de rua continuam se multiplicando", diz Raphaele.


De acordo com a voluntária, os esforços da prefeitura deveriam ser voltados para a esterilização dos animais e execução de campanhas educativas e de adoção, trabalhando em parceria com as organizações não governamentais. "Animais aparentemente doentes recolhidos, muitas vezes, têm doenças simples de serem tratadas, como sarnas, verminoses e infecções tratáveis, que após recuperados poderiam ser encaminhados para adoção", explica Raphaele.


Parceira entre Prefeitura e Uece


Sérgio Franco diz que existe, há dois anos, o projeto de uma parceria entre a prefeitura e a Universidade Estadual do Ceará para o controle populacional de animais de rua. "A ideia principal é cadastrar animais de favelas, onde as pessoas, além de não ter condição de fazer a castração, deixam os animais soltos na ruas".


De acordo com Sérgio, com a execução do projeto, seria realizada a castração na própria universidade, que também iria oferecer um programa de atendimento.





Fonte: Diario do Nordeste

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